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Cessar-fogo na Síria se mantém nas primeiras 24 horas

13 de setembro de 2016

Nações Unidas relatam queda significativa da violência, apesar de incidentes isolados. ONG confirma que não houve registro de mortes em áreas abrangidas pelo acordo. Trégua está prevista para durar sete dias.

Syrien Waffenruhe Douma Kinder auf der Straße
Foto: Reuters/B.Khabieh

A Síria teve um recuo significativo na violência nas últimas 24 horas, desde que entrou em vigor o acordo de cessar-fogo intermediado pela Rússia e pelos Estados Unidos, disse o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, nesta terça-feira (13/09).

"Hoje a calma parece ter prevalecido em Hama, Latakia, na Aleppo urbana e rural e em Idlib, com apenas alguns relatos de incidentes esporádicos e isolados", afirmou De Mistura em Genebra. "Fontes no local disseram que a situação melhorou dramaticamente com o fim dos ataques aéreos."

O Departamento de Estado dos EUA também confirmou a manutenção da trégua. "Apesar de relatos de violência esporádica, o acordo como um todo parece estar sendo posto em prática, e a violência é menor em comparação com dias e semanas anteriores", declarou o porta-voz Mark Toner.

O acordo de cessar-fogo na Síria entrou em vigor às 19h no horário local (13h em Brasília) de segunda-feira, com previsão para durar sete dias. A trégua é a segunda acordada neste ano entre Moscou e Washington e tenta pôr fim aos cinco anos de guerra civil no país do Oriente Médio. Ela teve início em meio a um amplo ceticismo sobre o seu sucesso, já que a tentativa anterior fracassou.

A Rússia, que apoia o regime sírio, e os Estados Unidos, aliados de grupos rebeldes moderados, esperam que o cessar-fogo possa criar as bases para se reiniciar negociações de paz, bem como contribuir para o combate de grupos extremistas, como o "Estado Islâmico" (EI). Também se espera que a trégua permita a chegada de ajuda humanitária a regiões sitiadas do país.

As Nações Unidas informaram que ainda não foi possível entregar qualquer ajuda a civis sírios nestas primeiras 24 horas de cessar-fogo por questões de segurança. De Mistura disse não ter "informações sobre a movimentação de caminhões da ONU", mas que tem esperanças de que isso pode acontecer em breve. "A prioridade é o leste de Aleppo, que esteve isolado durante muito tempo", disse o diplomata. Ele espera por "garantias de que os motoristas e os comboios não sejam atingidos".

Segundo a organização não governamental Observatório Sírio para os Direitos Humanos, não houve qualquer relato de civis ou combatentes mortos em confrontos em toda a área abrangida pelo acordo – a trégua exclui o EI e a Frente Fateh al-Sham (Frente para a Conquista do Levante), conhecida como Frente al-Nusra até romper sua fidelidade à Al Qaeda e mudar de nome, no mês passado.

Fora desse âmbito, a Turquia alegou que ataques aéreos realizados por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos mataram três combatentes do "Estado Islâmico". O Observatório Sírio também citou um ataque a soldados do grupo na província central de Homs, mas que teria matado duas pessoas, e não três.

Violações do cessar-fogo

Apesar dos relatos de relativa paz no país, a Rússia acusou grupos rebeldes apoiados por Washington de terem violado o acordo de cessar-fogo 23 vezes na manhã desta terça-feira.

"As tropas do governo sírio interromperam ataques em todos os lugares, exceto em áreas onde os terroristas do EI e da Frente al-Nusra ainda operam. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer dos grupos armados da oposição moderada controlada pelos EUA", disse o general Viktor Poznikhir, em declarações divulgadas pela agência de notícias estatal russa Tass.

O acordo entre Moscou e Washington, assinado na última sexta-feira, será renovado a cada 48 horas e, se durar sete dias, Moscou e Washington iniciarão ataques aéreos conjuntos a forças jihadistas.

EK/afp/rtr/dpa/efe

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