1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Posse de armas

29 de maio de 2009

Após massacres envolvendo atiradores, governos tornaram mais rígidas suas legislações sobre armas de fogo. Uma comparação mostra a situação das leis sobre porte e posse em diversos países.

Endurecimento da legislação é motivo de discussão entre especialistasFoto: DW Montage picture-alliance / dpa

Estados Unidos

Em todo o mundo, os Estados Unidos são o país mais armado, com uma média de 9 armas para cada dez habitantes. Um artigo da Constituição norte-americana garante aos cidadãos o direito de possuí-las – com exceção de criminosos condenados e portadores de deficiência mental. A polícia controla a ficha criminal de quem quiser comprar uma arma de punho em um vendedor autorizado. Tentativas de restringir a compra e a posse de armas de fogo sempre fracassam na Suprema Corte dos EUA ou no influente lobby dos possuidores de armas de fogo.

Após a chacina na escola secundária de Columbine, em 1999, alguns estados norte-americanos endureceram temporariamente sua lei de armas de fogo. O estado de Colorado tornou ilegal, sob determinadas circunstâncias, a compra de armas para terceiros, como também a entrega de armas de fogo para adolescentes sem a permissão dos pais. Essa regra, no entanto, já foi afrouxada.

Reino Unido

Devido, muitas vezes, a excessos sangrentos de violência, diversos países europeus enrijeceram sua legislação de armas de fogo nos últimos anos. Já há mais de uma década, o Reino Unido é, em toda a Europa, o país com regulamentação mais rigorosa. Esse endurecimento foi causado pelo assassinato de 16 crianças e de um professor por um atirador de 43 anos na cidade escocesa de Dunblane, em março de 1996.

Em consequência do massacre, a posse de pistolas e revólveres por parte de particulares foi proibida no Reino Unido. Em 2000, a legislação sobre espingardas de pressão também foi endurecida. Hoje, é preciso apresentar "bons motivos" para se tornar proprietário de uma dessas armas. Uma proibição generalizada, no entanto, não foi decretada.

Finlândia

Também na Finlândia, uma chacina levou à reforma da legislação de armas de fogo. Em setembro de 2008, um atirador de 22 anos matou dez pessoas numa escola profissionalizante em Kauhajoki. Da mesma forma que o atirador escocês, ele comprou sua pistola de forma legal. Até o momento, na Finlândia, a aquisição de uma licença de armas é uma formalidade.

No futuro, a venda de uma arma de fogo será somente permitida para maiores de 20 anos de idade, que sejam membros de um clube de tiro esportivo há pelo menos dois anos e apresentem um atestado psicológico de seu treinador. As armas de caça não estão sujeitas a essas regras. Devido à grande importância da caça na Finlândia, elas continuarão a ser permitidas para usuários acima dos 15 anos de idade.

Alemanha

Na Alemanha, após a chacina numa escola de Erfurt em janeiro de 2002, onde 16 pessoas foram mortas, foram estabelecidas exigências mais elevadas para o porte e posse de armas de fogo. Em princípio, a idade mínima para a compra e a posse é de 18 anos. Para praticantes de tiro esportivo, ela é de 21 anos.

Dependendo do tipo de arma, seu manuseio é proibido ou requer uma licença de posse de armas expedida pelas autoridades alemãs. Para tal, o comprador tem que provar credibilidade, competência, capacidade física e "necessidade especial" da arma. Tal caso se aplica a caçadores, praticantes de tiro esportivo e colecionadores de armas.

Para obter uma licença de armas, adultos menores de 25 anos têm que apresentar um parece médico-psicológico. Além disso, após o massacre na cidade de Winnenden, em março de 2009, o governo alemão anunciou um novo endurecimento da lei de posse e porte, com controles mais rígidos do armazenamento e um registro central de armas de fogo.

Suíça

A legislação de armas de fogo da Suíça é considerada a mais liberal da Europa. Mas ali também uma chacina, que provocou a morte de 14 políticos no Parlamento de Zug, em setembro de 2001, foi um triste motivo para o endurecimento da legislação.

Desde então, são registrados todos os reservistas das Forças Armadas nacionais e os números de suas armas. Mesmo assim, um em cada três suíços possui uma arma de fogo em casa. Em caso de necessidade, todo reservista tem que estar preparado para armar-se o mais rápido possível. Na Suíça, o número de homicídios dentro da própria casa é muito alto.

Uma iniciativa de lei, de fevereiro de 2009, pretende banir armas das Forças Armadas de residências particulares. Equipamentos especialmente perigosos, como armas de repetição, deverão ser proibidos. Além disso, proprietários de armas terão que apresentar prova de necessidade e habilidade.

União Europeia e efeitos da legislação

O Parlamento Europeu também aprovou regras mais rígidas. A compra e a posse de armas deverão ser permitidas somente para cidadãos acima de 18 anos, considerados inofensivos para a segurança pública. Até 2010, os Estados-membros da União Europeia deverão ter introduzido tais regras nas legislações nacionais.

O Japão, por sua vez, possui a legislação de armas de fogo mais rígida do mundo. A posse de armas de fogo para privados é fundamentalmente proibida. Em geral, armas de fogo exercem um papel secundário na cultura japonesa, o que não se reflete, todavia, no número de crimes cometidos.

No Reino Unido, a proibição da posse de pistolas e revólveres por particulares tampouco fez diminuir o números dos atos violentos. Há polêmica entre os especialistas se leis mais rígidas implicam uma redução dos assassinatos com armas de fogo.

Autora: Claudia Hennen
Revisão: Augusto Valente

Pular a seção Mais sobre este assunto