Cerimônia em Olímpia dá início ao revezamento do fogo olímpico, que chegará ao Brasil em 3 de maio e viajará por 329 cidades do país. Bicampeão Giovane Gávio é primeiro brasileiro a carregar a tocha.
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É dada a largada para o revezamento da tocha olímpica
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É dada a largada para o revezamento da tocha olímpica
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A chama dos primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul foi acesa nesta quinta-feira (21/04) no berço dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Em cerimônia realizada nas ruínas da antiga Olímpia, a 300 quilômetros de Atenas, a luz solar acendeu a Chama Olímpica, dando início a uma viagem de 15 semanas que culminará com a cerimônia de abertura, em 5 de agosto, no Rio de Janeiro.
Nas ruínas do templo de Hera, a atriz grega Katerina Lehou, no papel de grande sacerdotisa, acendeu a chama, utilizando a skaphia, uma espécie de espelho côncavo que converge os raios solares para determinado ponto.
Sob o olhar de líderes do Comitê Olímpico Internacional (COI) e organizadores brasileiros dos Jogos do Rio, realizou-se uma apresentação artística, o hasteamento das bandeiras de Brasil, da Grécia e das Olimpíadas e, na sequência, iniciou-se o revezamento da tocha olímpica.
O ginasta grego Eleftherios Patrounias, adversário do medalhista de ouro Arthur Zanetti, foi o primeiro atleta a carregar a tocha, passando-a às mãos do ex-atleta brasileiro Giovane Gávio, bicampeão olímpico com a seleção de vôlei.
"Estamos bastante orgulhosos de termos chegado tão longe, navegando através das águas mais desafiadoras que o movimento olímpico já viu", disse o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e chefe do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. "Estamos prontos para fazer história", disse, acrescentando que a Chama Olímpica "traz uma mensagem que pode e irá unir o nosso querido Brasil".
O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, afirmou que o Rio de Janeiro fornecerá um cenário espetacular para os Jogos Olímpicos. "Estes Jogos serão uma mensagem de esperança em tempos difíceis. Apesar das dificuldades que o Brasil enfrenta, a pira olímpica é um lembrete atemporal de que somos todos parte de uma mesma humanidade."
329 cidades e 36 mil quilômetros no Brasil
Centenas de atletas, ex-atletas e celebridades participarão do revezamento da tocha, que viajará pela Grécia até 27 de abril, quando será entregue a autoridades brasileiras no remodelado Estádio Olímpico de Atenas, onde os primeiros Jogos Olímpicos da Modernidade foram realizados, em 1896.
Em seguida, a tocha viajará à Suíça, com breves paradas na sede da ONU, em Genebra, e no museu do COI, em Lausanne. A Chama Olímpica desembarcará no Brasil em 3 de maio, em Brasília, para, em seguida, percorrer 329 cidades brasileiras. O revezamento da tocha olímpica no Brasil percorrerá cerca de 20 mil quilômetros por estradas e 16 mil quilômetros por via aérea.
Fugindo das tradições olímpicas, os Jogos do Rio terão dois estádios: o Maracanã para as cerimônias de abertura e encerramento, e o Estádio Olímpico Nilton Santos, conhecido popularmente como Engenhão, onde serão realizadas as provas de atletismo. Após a primeira noite no Maracanã, a Chama Olímpica será levada a um ponto turístico, provavelmente na região portuária da cidade.
Tradição que interrompia guerras
Nos Jogos Olímpicos da Modernidade, o revezamento da tocha ocorreu pela primeira vez na edição de Berlim, em 1936, organizada pela Alemanha nazista.
No passado, raios solares acendiam uma chama em uma pira de Olímpia. A técnica utilizada pelas sacerdotisas do templo para acender o chamado "fogo puro" requeria o uso da skaphia. O rito simbolizava a devolução do elemento divino ao deus mais poderoso para os gregos: Zeus.
Uma tradição antiga que remonta às origens do revezamento da tocha era o envio de mensageiros a todas as cidades da Grécia antiga, com a missão de anunciar a data de início dos Jogos. Junto com o anúncio era proclamada a trégua olímpica, que começava um mês antes do evento e se estendia até o fim das competições. Nesse período, as guerras eram interrompidas para garantir o envolvimento de atletas e espectadores nos Jogos.
Por mais de mil anos, entre 776 a.C e 393 d.C., foram realizadas as competições esportivas na Grécia antiga. No entanto, os Jogos foram proibidos quando a Grécia se tornou cristã e buscou erradicar todos os vestígios de seu passado pagão.
PV/ap/abr/ots/lusa
Desculpas curiosas para o doping
Seja a sogra, o irmão gêmeo não nascido ou a pasta de dente: esportistas que se dopam procuram, geralmente, pôr a culpa nos outros ou contam as histórias mais miraculosas. Aqui uma seleção de explicações curiosas.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Coch
Lista negligenciada
"Tomo este medicamento desde 2006", disse a tenista Maria Sharapova, sem explicar por que ela, uma atleta saudável, precisa de um remédio cardiovascular. Desde o início de 2016, o meldonium, usado pela tenista, está na lista de doping. A explicação da atleta: "Eu não vi a lista."
Foto: picture-alliance/dpa/M.Murat
O abacate
Com 39 anos, Linford Christie (2° da esq. para dir.) já estava no outono de sua carreira, quando foi pego num exame antidoping em 1999. O agente dopante nandrolona foi encontrado no organismo do campeão olímpico de 1992. A explicação dele é interessante: ele não tomou o esteroide, mas comeu abacates. Somente Christie sabe o que essas frutas têm a ver com a nandrolona.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
A dieta
Um fato inédito na Espanha: um esquiador de cross-country ganhou três medalhas de ouro para os ibéricos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Johann Mühlegg se juntou à equipe espanhola após um desentendimento com a federação alemã. Ele foi pego devido ao hormônio EPO. Sua explicação: "Nos últimos cinco dias, fiz uma dieta especial, somente com proteínas e carboidratos". Ou seja, sem EPO.
Foto: Zoom Agence/Getty Images
O uísque
Inicialmente como auxiliar precioso à sombra de Lance Armstrong (dir.), o ciclista Floyd Landis (esq.) se tornou, de repente, vencedor da Volta da França após a saída de Armstrong: em 2006, Landis foi testado positivamente para testosterona. Após um colapso total, ele retornou de forma espetacular. Na ocasião, o ciclista disse que havia tomado muito uísque, mas depois admitiu o doping.
Foto: picture-alliance/dpa
A potência
Adrian Mutu só tinha boas intenções. Em 2004, o então atacante do Chelsea consumiu cocaína, mas naturalmente não para aumentar a sua perfomance em campo, mas para satisfazer o parceiro. "Só fiz isso para elevar minha potência sexual". A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reagiu com indiferença às histórias de cama de Mutu e lhe condenou a multa de 17,2 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa
O suco
Numa coletiva de imprensa convocada às pressas, Martina Hingis anunciou a sua despedida do tênis em 2007, devido a dores nas costas e a um teste positivo. No campeonato de Wimbledon, ela foi pega por cocaína. Doping? Não, Hingis viu uma conspiração em curso. "Alguém a colocou no meu suco."
Foto: Getty Images/Michael Dodge
O espaguete
O atleta de bobsled britânico Lenny Paul foi pego em 1997 com um nível elevado de nandrolona – um clássico entre as substâncias dopantes. A sua desculpa para o teste positivo foi menos habitual: "eu comi espaguete à bolonhesa, a carne era de bovinos tratados com hormônios". Também o ciclista Alberto Contador usou o bife contaminado para explicar o seu caso.
Foto: Getty Images/P.Rondeau
A bombinha de asma
A ciclista Ivonne Kraft foi testada positivamente em 2007. A substância encontrada: fenoterol. Kraft a teria supostamente inalado: "A bombinha de asma da minha mãe estourou. Estava do lado e respirei toda a nuvem de spray." Uma coincidência muito infeliz.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
A sogra
Quase como do nada, Raimundas Rumsas subiu ao pódio da Volta da França. Enquanto os especialistas se mostravam surpresos, Edita, esposa de Rumsas, era pega na alfândega com diversas substâncias dopantes. O casal Rumsas afirmou que os medicamentos seriam para a sogra enferma do profissional do ciclismo.
Foto: picture-alliance/dpa/Repro
O romance
O ciclista Mario de Clercq era considerado, em 2003, um dos melhores na sua profissão. Então, foram encontrados com ele registros sobre medicamentos, planos de treinamento e tabelas de hematócrito (quantidade de hemácias no sangue). De Clercq negou veementemente o doping, alegando que tudo seria usado nas pesquisas para o romance que estaria escrevendo.
Foto: picture-alliance/dpa/Y.Boucau
A pasta de dente
Uma das histórias de doping mais contadas foi a do atleta alemão Dieter Baumann. O campeão olímpico de 1992 foi testado positivamente em 1999 e tentou vender a versão de uma pasta de dente manipulada. O renomado especialista em doping Werner Franke considera a ousada teoria como digna de credibilidade. Mas os dois ainda continuam devendo as devidas provas.
Foto: picture-alliance/dpa
O irmão gêmeo não nascido
Nos Jogos Olímpicos de 2004, o ciclista Tyler Hamilton conseguiu sua maior proeza: medalha de ouro na corrida contra o relógio. Então veio o choque: teste positivo para doping sanguíneo. "As hemácias estranhas no meu corpo foram produzidas pelas células estaminais do meu irmão gêmeo que morreu antes de nascer." Uma história fantástica, que posteriormente o próprio Hamilton afirmou ser mentira.
Foto: picture alliance / dpa
O presente sexual
Em maio de 1992, o velocista americano Dennis Mitchell (dir.) ganhou a medalha de ouro por equipe. Seis anos mais tarde, ele foi testado positivamente para testosterona. O atleta justificou o achado com quatro garrafas de cerveja e muito sexo. "Era o aniversário da garota. Ela merecia algo especial."
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Bombons e chá
Cuidado com as guloseimas provenientes de familiares: em 2004, o ciclista italiano Gilberto Simoni foi pego por cocaína. Segundo ele, isso não tinha nada a ver com doping. "Minha mãe me enviou bombons do Peru que estavam embrulhados em folha de coca." Numa outra declaração, ele colocou a culpa no chá da tia.