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Chancelaria Federal permite pesquisa de passado nazista

30 de abril de 2016

Após a Segunda Guerra Mundial, partidários do extinto regime nazista ocuparam cargos centrais na política da Alemanha Ocidental, também na Chancelaria Federal. Agora esse período será oficialmente pesquisado.

Hans Globke (d) foi chefe de gabinete de Konrad Adenauer (e). Em 1936 ele comentara Lei Racial nazista. (Foto de 1963)
Hans Globke (d) foi chefe de gabinete de Konrad Adenauer (e). Em 1936 ele comentara Lei Racial nazista. (Foto de 1963)Foto: picture-alliance/dpa

Nos primeiros anos da República Federal da Alemanha, fundada em 1949, também funcionários ligados ao extinto regime nazista trabalhavam na Chancelaria Federal, a central do governo. Após anos de resistência, o órgão acaba de permitir a pesquisa oficial sobre esse período.

Segundo a revista Der Spiegel, a análise vai ser feita discretamente, dentro de um "programa de pesquisa interagencial", promovido pela ministra da Cultura, Monika Grütters, e orçado em 5 milhões de euros. Seu objeto são os funcionários com histórico nazista e sua atuação dentro da sede do governo alemão, sob a direção do secretário de Estado Hans Globke entre 1953 e 1963.

Em 1936, Globke redigira um comentário sobre as Leis Raciais de Nurembergue, que estabeleceram as bases jurídicas para a perseguição antissemita no país. Mais tarde, na qualidade de chefe da Chancelaria Federal, tornou-se figura-chave no governo de Konrad Adenauer, primeiro chanceler da República Federal (1949-1963).

Atualmente 11 comissões históricas estão estudando as raízes nazistas dos ministérios e de outras agências governamentais alemãs, prossegue a revista. Elas se ocupam dos órgãos responsáveis pelas Relações Exteriores, Economia e Proteção da Constituição, entre outros.

Estudiosos do Instituto de História Contemporânea e do Centro de Pesquisa Histórica Contemporânea reivindicaram que as pesquisas se estendam para além dos limites dos ministérios, por exemplo com a elaboração de biografias coletivas de todos os secretários de Estado.

O artigo da Spiegel afirma que um procedimento desse tipo também seria aceitável para a Chancelaria Federal. Nesse caso, Globke passaria a ser apenas um entre muitos biografados.

AV/kna/dpa/ots