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Chanceler federal da Áustria renuncia

9 de maio de 2016

Werner Faymann deixa chefia do governo e presidência do Partido Social-Democrata, cedendo à pressão depois de derrota eleitoral histórica. Ele volta a defender o fim da "cultura de boas-vindas" aos refugiados.

Chanceler federal da Áustria, Werner Faymann
Foto: Getty Images/AFP/D. Nagl

O chanceler federal da Áustria, Werner Faymann, anunciou nesta segunda-feira (09/05) sua renúncia à chefia de governo e à presidência do Partido Social-Democrata (SPÖ), duas semanas depois de a legenda ter sido derrotada no primeiro turno da eleição presidencial.

Depois de quase oito anos no cargo, Faymann justificou sua renúncia com uma perda de apoio dentro do próprio partido. "Este país precisa de um chanceler cujo partido esteja totalmente do lado dele. O governo precisa de um forte recomeço. Quem não tiver esse apoio não poderá cumprir essa tarefa."

O socialista de 56 anos, que assumiu o cargo em dezembro de 2008, já tinha sido confrontado com pedidos de renúncia após a derrota do SPÖ no primeiro turno da eleição presidencial, em 24 de abril. Na ocasião, o candidato populista de direita do Partido da Liberdade (FPÖ), Norbert Hofer, venceu com 36,4% dos votos.

A campanha de Hofer, de 45 anos, foi marcada por propostas anti-imigrantes e eurocéticas. Como o candidato não superou a marca dos 50%, ele enfrentará Alexander Van der Bellen, do Partido Verde, que obteve 20,4% dos votos.

O resultado marcou a primeira vez desde 1945 que nem o SPÖ nem o conservador Partido Popular Austríaco (ÖVP), que governam a Áustria em coalizão, conseguiram chegar ao segundo turno da eleição presidencial, marcado para 22 de maio.

Logo após o anúncio da renúncia de Faymann, a agência de notícias DPA noticiou que o prefeito de Viena, Michael Häupl, deverá assumir o comando do Partido Social-Democrata.

Inversão na política de refugiados

No seu comunicado de renúncia, Faymann aproveitou para defender o fim da "cultura de boas-vindas" da Áustria aos refugiados.

Tendo inicialmente apoiado a política relativamente liberal da chanceler federal alemã, Angela Merkel, as autoridades austríacas inverteram o rumo em março, ao impor um limite de 80 pedidos de refúgio por dia e construir uma cerca de 4 quilômetros ao longo da fronteira com a Eslovênia.

"Teria sido irresponsável não adotar medidas próprias", afirmou Faymann.

A renúncia de Faymann ocorreu dois dias depois de centenas de manifestantes terem se reunido no Passo do Brennero, uma passagem na fronteira com a Itália, para protestar contra os recentes controles de fronteira da Áustria.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também criticou os novos controles fronteiriços, afirmando serem uma "catástrofe política" para a União Europeia.

PV/lusa/dw

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