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"Charlie Hebdo" ganha edição alemã

29 de novembro de 2016

Semanário satírico francês inicia publicação em língua alemã, com tiragem inicial de 200 mil exemplares. Cartaz promocional mostra charge de Angela Merkel lendo o jornal no banheiro.

Frankreich Deutschland Charlie Hebdo
Foto: Picture-Alliance/AP Photo/L. Cironneau

O semanário satírico francês Charlie Hebdo terá sua primeira edição em alemão publicada nesta quinta-feira (01/12). A tiragem inicial do periódico é de 200 mil exemplares. O cartaz promocional para o lançamento mostra a chanceler federal alemã, Angela Merkel, lendo o jornal no banheiro, sob o título "Charlie Hebdo tem efeito relaxante". A edição alemã deve ser publicada toda quinta-feira.

O design do jornal satírico é, de acordo com a redação parisiense, idêntica ao original francês. A maioria dos textos e desenhos são do original francês. Inicialmente, não há planos de estabecer uma sucursal na Alemanha.

A editora-chefe alemã, que por questões de segurança usa o pseudônimo Minka Schneider, participa das reuniões de pauta da redação francesa. A longo prazo, são previstos conteúdos alemães exclusivos.

Screenshot do site do jornal austríaco "Der Standard" mostra cartaz promocional para a edição alemã do "Charlie Hebdo"Foto: http://derstandard.at

O Charlie Hebdo ganhou repercussão internacional quando terroristas atacaram a redação do semanário em janeiro de 2015, matando 12 pessoas. A chamada "edição dos sobreviventes", lançada uma semana após o ataque, vendeu 70 mil exemplares na Alemanha. Semanalmente a edição francesa já vende na Alemanha uma média de mil exemplares.

O editor-chefe da publicação, o cartunista Riss – baleado no ombro durante o ataque à redação – vinha trabalhando na versão em língua alemã há seis meses.

Homenagem a editor assassinado

Ele também desenhou o cartaz promocional para a primeira edição alemã, com Merkel sentada no vaso sanitário, lendo um Charlie Hebdo, em cuja capa ela mesma se pergunta se seria capaz de governar a Alemanha e a França ao mesmo tempo. A capa do jornal que ela segura foi originalmente desenhada pelo ex-editor do semanário, Charb, que foi morto no ataque de janeiro de 2015.

"Eu sempre pensei que seríamos capazes de exportar o Charlie Hebdo", disse Riss. "Há uma verdadeira curiosidade na Alemanha sobre o que estamos fazendo, o que não é o caso, por exemplo, no Reino Unido, na Espanha ou em Portugal", acrescentou.

Na Alemanha, a revista enfrentará a concorrência de publicações como Titanic e Eulenspiegel. Atualmente, a redação do jornal trabalha sob forte esquema de segurança em um local não revelado.

Na França, o satírico vende nas bancas 60 mil exemplares semanais e tem 50 mil assinantes. A publicação, fundada em 1970, é famosa por suas charges provocativas que levaram a diversas disputas legais.

MD/afp/epd

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