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Chaveiro: Porta do apartamento de promotor estava aberta

21 de janeiro de 2015

"Simplesmente empurrei a chave e entrei em dois minutos. Qualquer um poderia tê-lo feito", afirma. Investigadores encontram terceiro acesso ao apartamento de Nisman.

Foto: picture-alliance/AP Photo/N. Pisarenko

Novas dúvidas sobre as circunstâncias da morte do promotor Alberto Nisman – que havia denunciado a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e outros políticos ligados ao governo por conspiração criminosa – surgiram nesta quarta-feira (21/01). A investigação descobriu que o apartamento onde ele foi encontrado morto não estava completamente trancado e que há uma terceira entrada.

O chaveiro, que foi chamado para abrir a porta de serviço da residência, disse que ela não estava fechada. "A porta de serviço estava aberta. Simplesmente empurrei a chave e entrei em dois minutos. Qualquer um poderia tê-lo feito", afirmou o chaveiro, identificado apenas como Walter, após prestar depoimento à promotora que investiga a morte de Nisman, Viviana Fein. "Se alguém entrou ou não, eu não sei", completou. Ele disse que a mãe do promotor estava junto e viu tudo.

Na segunda-feira, os investigadores haviam declarado que a porta estava trancada e a chave, do lado de dentro.

E, segundo noticiou a agência de notícias Telam nesta quarta-feira, os investigadores teriam encontrado um terceiro acesso ao apartamento, uma passagem estreita que contém equipamentos de ar-condicionado e está conectada a um apartamento vizinho. Eles estariam investigando uma pegada aparentemente recente encontrada no interior da residência de Nisman.

Na terça-feira, a perícia havia divulgado não ter encontrado vestígios de pólvora nas mãos do promotor. Um dia antes, a autópsia revelou que não houve participação de terceiros na morte de Nisman. Além disso, a família de Nisman afirma que ele deixou uma lista de compras de alimentos e material de limpeza para que a empregada fosse ao supermercado na segunda-feira.

Já o governo argentino declarou, também nesta quarta, que Nisman havia sido enganado por um ex-agente do serviço de inteligência na preparação de sua denúncia. "Não há uma única coisa que tenha base", disse o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández. A denúncia, na qual o promotor havia trabalhado meses, foi divulgada na íntegra pela Justiça argentina, nesta quarta.

Atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, deixou 85 mortos e centenas de feridos, em 1994Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Pagni

Nisman, que investigava o atentado a um centro judaico ocorrido em 1994, apresentaria detalhes da denúncia no Congresso argentino na segunda-feira. Ele acusou a presidente e o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, de terem encoberto a participação de iranianos no ataque terrorista contra a Associação Mútua Israelense Argentina (Amia) deixou 85 mortos e centenas de feridos.

Trata-se do atentado mais grave da história da Argentina. Foi o segundo contra uma instituição judaica no país, após o atentado contra a embaixada de Israel, em 1992, que deixou 29 mortos.

O promotor tinha solicitado que Kirchner, assim como Timerman e outros políticos, fosse chamada a depor perante a Justiça. Ele também pediu um embargo preventivo de bens no valor de 23,3 milhões de dólares.

Segundo Nisman, o governo tentou inocentar os acusados iranianos com o objetivo de restabelecer as relações diplomáticas e comerciais entre Buenos Aires e Teerã. A Argentina pretendia trocar petróleo por grãos e vender armas ao Irã, afirmou o promotor. A acusação, feita na última quarta-feira, abalou o ambiente político na Argentina.

PV/dpa/rtr/ap

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