Quem quer parar de comer carne sem deixar de experimentar o gosto de um hambúrguer ou de uma "currywurst" tem uma opção na capital alemã: o açougue vegetariano de Kreuzberg.
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O consumo de carne é um dos vilões do aquecimento global. No Brasil, por exemplo, a agropecuária é responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa. Assim, uma ação bem simples contra as mudanças climáticas pode partir de qualquer um: reduzir o consumo de carne.
Mas, por mais conscientes que sejamos, é difícil mudar a rotina alimentar, principalmente se crescemos num país onde uma refeição só é completa se tiver algum tipo de carne. Faz um tempo que comecei a tentar reduzir esse consumo, mas às vezes o corpo parece exigir carne quase como um vício.
Sabendo dessa dificuldade, Jaap Korteweg, um fazendeiro holandês, teve a ideia de criar um açougue vegetariano, que oferece produtos que parecem frango, bife suíno ou bovino e até atum, mas que na verdade são feitos de soja, legumes e tremoço. Agora Berlim tem o primeiro estabelecimento dessa rede na Alemanha.
Um açougue vegetariano pode soar meio estranho no início, mas ele oferece uma alternativa para quem deseja cortar o consumo de carne sem deixar de sentir o sabor. "Se todas as pessoas substituírem a carne convencional pelo menos uma vez por mês pela vegetariana, faria uma grande diferença para o mundo", afirma David Meyer, o açougueiro vegetariano de Berlim.
Além de servir lanches preparados na hora, o açougue em Berlim tem várias opções de "carnes" congeladas. Segundo Meyer, os pratos preferidos dos clientes são o hambúrguer de frango e a tradicional currywurst, o prato típico da capital alemã.
Por mais incrível que pareça, as imitações realmente se parecem muito com as carnes originais, tanto na aparência e na consistência quanto no gosto, e não deixam nada a desejar. Outra especialidade vendida no local é o atum vegetariano, que é igual ao comprado em lata, inclusive no sabor.
O açougue vegetariano em Berlim se revelou um sucesso, e Meyer abrirá, em breve, um restaurante, que servirá pratos típicos da culinária alemã, mas tudo preparado com a carne alternativa.
O açougue vegetariano fica na Bergmannstrasse 1, no bairro de Kreuzberg.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
Nos passos de Marlene Dietrich em Berlim
Por muito tempo acusada de "traidora da nação" por combater publicamente o nazismo e aceitar a cidadania americana, cantora e diva do cinema continuou ligada a Berlim, onde nasceu e foi enterrada.
Foto: picture-alliance/dpa
Marlene Dietrich no filme "O Anjo Azul"
Música, dança e teatro de revista marcaram os anos 20 em Berlim. No papel da cantora Lola, Marlene Dietrich encarnou o estilo de vida do seu tempo e de sua cidade. "Berlim simplesmente era a cidade dela", escreveu Maria Riva, filha de Marlene Dietrich. "Elas combinavam e se complementavam na sua força e na sua devoção à beleza espiritual."
Foto: picture-alliance/Gusman/Leemage
A casa onde nasceu
Aparentemente, um prédio de apartamentos bem comum no bairro berlinense Schöneberg. Só uma placa lembra que Maria Magdalena von Losch nasceu aqui, na rua Leberstrasse 65, em 27 de dezembro de 1901. Dizem que ela herdou a boa aparência e a natureza rebelde do pai, que era policial.
Foto: Imago/Drama-Berlin.de
Atriz versátil
Aos 21 anos, Marlene já havia trabalhado como modelo, dançarina e violinista em uma orquestra de filme mudo, quando foi aceita no prestigiado teatro Deutsches Theater. Após receber aulas de atuação, no dia 7 de dezembro de 1922 ela estreou na peça "Caixa de Pandora", no papel de uma observadora silenciosa.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Igreja Memorial do Imperador Guilherme
Marlene casou-se no dia 14 de maio de 1923 na Igreja Memorial do Imperador Guilherme (Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche) com o assistente de direção Rudolf Sieber. Ela tinha 22 e ele, 26 anos de idade. Um ano mais tarde nasceu a filha, Maria Riva. O casal se separou em meados dos anos 30, mas o estado civil não foi alterado até a morte de Sieber, em 1976.
Foto: Colourbox/V. Voennyy
Sala Marlene Dietrich no Estúdio Babelsberg
De 1929 a 1930, o diretor Josef von Sternberg gravou o filme "O Anjo Azul" em Babelsberg, perto de Berlim. Marlene, no papel da protagonista Lola, foi celebrada na Alemanha e no exterior e se consagrou como atriz. Um dos estúdios de Babelsberg leva hoje seu nome.
Foto: Studio Babelsberg AG
Teatro Vaganten Bühne
No porão do berlinense Theater der Westens, o compositor Friedrich Hollaender fundou em 1931 o teatro Tingel-Tangel, que mais tarde se chamaria Vaganten Bühne. No dia da abertura, Marlene cantou pela primeira vez em público os sucessos de "O Anjo Azul". Eles foram compostos por Von Hollaender, assim como "Ich bin von Kopf bis Fuß auf Liebe eingestellt" (Sou feita para amar, da cabeça aos pés).
Foto: DW/I. Strautmane
Praça Marlene Dietrich
Em 1930, Marlene foi para Hollywood, iniciando a carreira que lhe trouxe fama mundial. Ela rejeitou a proposta do regime nazista de retornar à Alemanha e apoiou a campanha contra Hitler. Em 1997, Berlim reconheceu isso e batizou uma praça com o nome dela, no bairro Tiergarten. Pela praça Marlene Dietrich passam hoje as estrelas que desfilam no tapete vermelho do Festival do Cinema de Berlim.
Foto: DW/I. Strautmane
Museu do Cinema
Os destaques do legado de Marlene Dietrich estão expostos em três salas do Museu do Cinema na praça Postdamer Platz. Além de roupas usadas nos filmes e shows, são mostrados acessórios, fotografias e cartas, assim como cenas de filmes e vídeos privados da atriz.
Foto: DW/I. Strautmann
Cemitério em Friedenau
Marlene Dietrich morreu em 6 de maio de 1992 em Paris, aos 90 anos de idade. Seu desejo era ser enterrada em Berlim. Em sua lápide, no cemitério na rua Stubenrauchstrasse, no bairro Friedenau, foi gravado o verso de Theodor Körner "Hier steh’ ich an den Marken meiner Tage" (Aqui estou, no limite dos meus dias).