Morte de jovens esquilos na capital alemã intrigava pesquisadores. Animais tinham sinais de infecções graves nas patas e orelhas. Recentemente o mistério foi solucionado e o vírus de uma velha doença foi descoberto.
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Nos últimos anos, esquilos vermelhos começaram a aparecer mortos em Berlim. Alguns doentes foram levados para o Centro de Ajuda para Esquilos da cidade. Todos tinham sinais de infecções graves nas patas e orelhas. Devido aos machucados, os animais não conseguiam mais se segurar e subir em árvores. Além disso, as lesões provocavam fortes dores, que podiam levar à morte.
A misteriosa doença que atingia somente esquilos jovens intrigava pesquisadores. Suspeita-se que as infecções fossem causadas por uma bactéria. No decorrer da investigação sobre o caso, no entanto, a hipótese se revelou errada.
Na busca pela causa da doença, pesquisadores do Instituto Leibniz para Pesquisa em Animais Silvestres e de Zoológico, em parceria com o Instituto Robert Koch, descobriram um novo vírus, pertencente à família da varíola.
Segundo os pesquisadores, o agente infeccioso que ataca os esquilos é muito parecido com o que causa a varíola bovina. Ainda não se sabe sua origem e forma de contágio. Os biólogos acreditam que ele seja transmitido pelo contato. Também não existe remédio para combatê-lo, os animais doentes precisam de cuidados intensivos e o corpo tem que lutar sozinho.
Ao anunciar a descoberta, os pesquisadores ressaltam que cerca de dez esquilos morrem por ano da doença, portanto o vírus ataca poucos animais e não há uma epidemia. Também descartam, por enquanto, sua transmissão a humanos.
A espécie da varíola que contagia humanos foi erradicada no início da década de 1980. Estima-se que a doença tenha causado cerca de 300 milhões de mortes somente no século 20.
Em Berlim, como somente jovens esquilos foram encontrados doentes, os pesquisadores pretendem agora investigar se os adultos possuem imunidade ao vírus e se ele está atacando a espécie em outras regiões do planeta.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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Dez animais selvagens que acharam em Berlim seu habitat
Capital alemã pode parecer só concreto, mas a vida selvagem é mais diversificada do que parece. Não só raposas, javalis e coelhos circulam pelas pelas ruas, como também é a cidade da Alemanha com o maior número de aves.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Raposas
Se de repente você der de cara com uma raposa depois de uma noitada em Berlim, não se preocupe – você não está tendo alucinações. A capital alemã virou habitat para as raposas, diz a especialista em animais selvagens Katrin Koch.
Foto: Reuters/F. Bensch
Guaxinins
Não só raposas podem cruzar seu caminho em Berlim. Guaxinins estão por toda parte. Eles gostam de subir nas casas e brincar em jardins e parques, e podem até ser encontrados em ruas movimentadas. Guaxinins vivem em cavernas. E mesmo numa cidade como Berlim eles encontram mais alternativas a cavernas na cidade do que no campo, seja em telhados, chaminés ou árvores ocas.
Foto: NABU Berlin
Javali
Como se raposas selvagens e guaxinins no meio de Berlim já não fossem assustadores, você ainda tem que cuidar dos porcos selvagens. Em geral, eles vivem na periferia da cidade, mas ultimamente estão vindo com mais frequência em direção ao centro, afirma Katrin Koch. A boa notícia é que eles nunca atacaram ninguém, e realmente não representam uma ameaça.
Foto: picture-alliance/dpa
Castores
Embora castores não sejam nativos de Berlim, nos últimos dez anos eles foram se instalando pouco a pouco na cidade. A espécie é protegida, e eles não podem ser caçados. Agora, os rios Havel e Spree estão praticamente tomados por castores. Por isso, todo cuidado é pouco durante mergulhos nas águas da capital alemã.
Foto: picture alliance/Arco Images GmbH
Morcegos
Gotham City pode ser a cidade do Batman, mas, no mundo real, Berlim é a cidade dos morcegos. Um de seus locais favoritos é a fortaleza renascentista no bairro Spandau, onde vivem aos milhares. Mas eles também podem ser vistos voando pelo centro da cidade, e usando os prédios como se fossem falésias.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Thomas
Coelhos
Como em outras grandes cidades alemãs, os coelhos adoram os parques verdes de Berlim. Na capital, eles frequentam muito o parque Kleistpark. Certa vez encontrei uma raposa cercada por uma família de coelhos no meio de Berlim. Cheguei a pensar que estava numa cena de "Alice no país das maravilhas".
Foto: NABU/Jens Scharon
Águias
A maior sensação entre os animais selvagens em Berlim é a águia-rabalva, que tem uma cauda branca. Segundo Katrin Koch, depois de quase cem anos, o primeiro exemplar foi visto em Berlim em 2002. É a maior ave de rapina da cidade. Então, da próxima vez que você observar um grande pássaro marrom com uma grande envergadura e um bico amarelo afiado fazendo rondas sobre Berlim, tire uma foto...
Foto: picture-alliance/dpa
Falcões
O falcão mais famoso em Berlim é o francelho. Eles adoram voar sobre nossas cabeças e pousar em buracos nas paredes e janelas. Os falcões são animais protegidos pela ONG Nabu, que instalou caixas para ninhos em escolas, igrejas e prédios industriais.
Foto: Imago/McPhoto/blickwinkel
Pardais
Berlim é a cidade alemã com o maior número de aves, sejam pássaros, aves de rapina ou grandes gaivotas. Um dos mais graciosos é o pardal, que come de sua mão. Enquanto a população de pardais em outras cidades alemãs, como Hamburgo, está diminuindo, na capital alemã ela cresce. Cuidado para não mergulharem com o bico em sua comida quando você não estiver prestando atenção!
Foto: NABU/Nikolai Kraneis
Corujas da noite
Um "animal selvagem" berlinense bem original é a coruja da noite ou animal de festas. Seu habitat são os bairros Neukölln, Friedrichshain e Kreuzberg. Eles podem ser identificados por seus corpos cobertos de brilho, por beberem Club-Mate, uma bebida de mate com cafeína, e a atração por música eletrônica. Nas primeiras horas da manhã, eles podem ser encontrados dormindo em trens pela cidade.