Como toda cidade alemã que se preze, Berlim possui a sua própria variedade de cerveja, e até protegida por um selo de indicação geográfica. A Berliner Weisse, porém, costuma ser uma surpresa para os desavisados.
Anúncio
"Berliner Weisse, bitte", pede aquele que deseja conhecer a cerveja local de Berlim. O garçom costuma perguntar "Himbeere oder Waldmeister?" – framboesa ou aspérula. O visitante, meio sem entender a pergunta, costuma ir na segunda opção. A expectativa para provar a especialidade local é grande, maior ainda é a surpresa ao receber o pedido: uma taça com um líquido verde!
A consistência parece ser a mesma da cerveja, tem até espuma, mas a cor e o sabor... A especialidade berlinense é na verdade uma mistura de cerveja – feita com trigo e cevada – e xarope de framboesa ou aspérula. Há outros sabores, mas essas duas são a receita original.
O primeiro gole desfaz qualquer expectativa que ainda pudesse existir de que, apesar da cor, a bebida fosse mesmo uma cerveja. O sabor ácido e ao mesmo tempo doce confunde o paladar. A partir daí restam apenas três opções: "que coisa horrível", "interessante, gostei", ou "achei mais ou menos, mas até dá para beber".
Fiquei com a terceira opção. Prefiro a Berliner Weisse de framboesa, acho a de aspérula muito doce. Aliás, demorei para descobrir que essa planta é uma erva, pois praticamente ninguém a conhece. Perguntei em bares e para amigos. A resposta era quase sempre a mesma: "Acho que é uma coisa que tem na floresta, sei que minha avó usava isso em receitas".
Por ser muito refrescante e de baixo teor alcoólico, a Berliner Weisse costuma ser consumida, principalmente, nos meses quentes do ano. Ela também é conhecida como a "champanhe do norte da Europa", o que é bem exagerado, mas para seus fãs, a especialidade local é muito melhor do que a bebida francesa.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às sextas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
As dez cervejas mais populares na Alemanha
Com suas quase 1.400 cervejarias, a Alemanha é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo, atrás apenas dos tchecos e pertinho dos austríacos. Conheça as marcas mais populares.
Foto: Colourbox
10º lugar – Erdinger Weissbier
A cervejaria Erdinger Weissbier Privatbrauerei existe desde 1886 e tem sede em Erding, na Baviera. A linha de produtos vai desde a tradicional cerveja de trigo até cervejas sem álcool, bocks de trigo e a "Urweisse", cerveja de trigo um pouco mais escura, produzida seguindo a receita original bávara e que vem numa garrafa clássica.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
9º lugar – Radeberger Pilsner
A cervejaria fica em Radeberg, na Saxônia. A marca é conhecida pela longa tradição de sua cerveja tipo pilsen. A decisão de criar a cerveja foi de cinco amigos em 1872, enquanto tomavam vinho. Eles não entendiam nada de cerveja, mas queriam uma melhor do que as que havia na época. A ideia era fazer uma cerveja nos moldes da feita em Pilsen, na República Checa, a 250 quilômetros de Raderberg.
Foto: picture alliance/ZB/S. Kahnert
8º lugar – Paulaner
A cervejaria Paulaner tem sede em Munique, na Baviera, e produz cervejas desde 1780. Conhecida principalmente pela Oktoberfest e pelo Bayern de Munique, é uma marca de grande reputação. Seu nome vem da Paulanerorden (Ordem dos Mínimos), uma ordem religiosa fundada por São Francisco de Paula. Os membros dessa ordem já fabricavam cerveja para consumo próprio desde 1634.
Foto: picture alliance/dpa/R. Fellens
7º lugar – Hasseröder
A sede fica em Hasserode, um bairro de Wernigerode, no estado da Saxônia-Anhalt. A fábrica existe desde 1872 e produz cervejas tipo pilsen, export e preta, além da tradicional Fürstenbräu, fabricada sob licença do príncipe de Stolberg-Wernigerode.
Foto: picture alliance/ZB/P. Förster
6º lugar – Beck’s
A tradicional cervejaria surgiu em Bremen em 1873. A marca é conhecida por suas cervejas tipo export e bebidas que misturam cerveja com refrigerante. Há mais de dez anos ela está nas mãos da Anheuser-Busch InBev, com sede em Löwen, na Bélgica.
Foto: picture alliance/AP Photo/W. Lee
5º lugar – Veltins
Esta marca especializada em cerveja tipo pilsen e misturas de cerveja com outras bebidas existe desde 1824 e fica em Grevenstein (Renânia do Norte-Vestfália). Um aspecto interessante é que a caixa de cerveja da Veltins foi desenhada em cooperação com o estúdio de design da Porsche.
Foto: picture alliance/dpa/R. Vennenbernd
4º lugar – Warsteiner
A cervejaria com sede em Warstein (Renânia do Norte-Vestfália) existe desde 1753 e oferece, além da pilsen Warsteiner Premium, outras misturas de pilsen, como a Radler Grapegruit (com toranja), a Warsteiner Lemon (com limão) e a Warsteiner Ginger (com gengibre).
Foto: picture alliance/dpa/M. Gerten
3º lugar – Bitburger
A medalha de bronze das marcas preferidas na Alemanha vai para a Bitburger, um dos patrocinadores da seleção alemã de futebol. A sede fica em Bitburg (Renânia-Palatinado), onde a Bitburger Pils é fabricada desde 1817. Além dela, são fabricadas cervejas sem álcool e misturas com refrigerantes, o que atrai especialmente a clientela jovem.
Foto: picture alliance/dpa/DB Bitburger Brauerei
2º lugar – Krombacher
A medalha de prata das dez cervejas mais populares na Alemanha vai para esta cervejaria de Krombach, distrito de Kreuztal, na Renânia do Norte-Vestfália. Desde 1803 são produzidas lá, além da tradicional pilsen, muitas outras variedades, como uma cerveja de trigo, uma escura e uma "Radler", misturada com refrigerante sabor limão.
Foto: Picture-alliance/dpa/M. Becker
A preferida – Oettinger
A sede do grupo fica em Oettingen, na Baviera. Há ainda fábricas em Gotha (Turíngia), Mönchengladbach (Renânia do Norte-Vestfália) e Braunschweig (Baixa Saxônia). A Oettinger produz 25 tipos de cerveja e dez bebidas de baixo teor alcoólico. Ao longo dos anos, conquistou fama de produzir cerveja barata – no preço e, para alguns, também na qualidade. É a marca mais vendida desde 2004.