Quantos litros de cerveja são consumidos pelos berlinenses? Quanto lixo é produzido na cidade? Qual é o espaço da capital ocupado por carros? Essas são algumas das perguntas respondidas num projeto que mapeou Berlim.
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Estamos tão acostumados a viver em cidades que muitas de suas peculiaridades passam batido. Nunca tinha parado para pensar qual o espaço ocupado pelo lixo produzido em Berlim, por exemplo, ou, até mesmo, quanto lixo é produzido aqui. Também nunca tentei imaginar qual seria a proporção entre o tamanho de Berlim e a área ocupada por carros ou por parquinhos para crianças.
Vagas de estacionamento, ruas, praças e pessoas estão espalhados pela cidade. À primeira vista parecem viver em harmonia, ocupando um espaço que seria proporcional à sua finalidade. Mas será que é assim mesmo? Qual seria realmente o espaço que ocupariam se estivessem agrupados lado a lado?
Berlim tem pouco mais de 3,6 milhões de habitantes que convivem em aproximadamente 891 quilômetros quadrados. Se essa área fosse dividida igualmente, cada "berlinense" teria "direito" a 243 metros quadrados de cidade.
Destes 891 quilômetros quadrados, 164 são cobertos por florestas, que se concentradas numa só região cobririam os distritos de Mitte, Pankow e Friedrichhain-Kreuzberg. Já outra grande parte de Berlim é ocupada pelo trânsito.
Quase 133 quilômetros quadrados da capital são preenchidos por ruas, avenidas, estacionamentos, calçadas e trilhos de trem e metrô. Isso equivale a uma região maior do que o distrito mais ao sudoeste da cidade, Steglitz-Zehlendorf. Além dele, ocuparia ainda partes dos bairros de Schöneberg, Friedenau, Tempelhof e Mariendorf.
Esse mapeamento da capital alemã foi realizado pelo o jornal local Tagesspiegel, no projeto interativo Partes de Berlim (Parts of Berlin). Além de dados espaciais, o site reúne números curiosos. Em 2015, por exemplo, os berlinenses geraram 10,7 milhões de metros cúbicos de lixo. Para se ter uma ideia deste volume, se ele fosse empilhado teria 30 vezes o tamanho de uma das principais atrações da cidade, a Torre de Televisão.
E como não poderia faltar, o projeto analisou também o consumo da bebida nacional: estima-se que o "berlinense comum" beba 45 litros de cerveja por ano, sendo 63% do tipo pilsen. Senti falta, porém, de dados sobre o prato típico da capital alemã, a currywurst.
Essas são algumas das curiosidades de Berlim. Você pensou como seria um mapeamento deste tipo na sua cidade?
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
Berlim, paraíso aquático
A capital alemã fica longe do mar, mas tem os rios Spree e Havel, canais e numerosos lagos. Um roteiro com algumas alternativas para se refrescar nos dias quentes do verão berlinense.
Foto: picture-alliance/dpa
Velejando no Wannsee
Barcos a perder de vista: o lago Wannsee é uma das mais populares áreas de navegação a vela de Berlim. Ele é uma baía do rio Havel e fica a apenas uns 45 minutos do centro da capital. Diversas associações e clubes de vela mantêm sede às suas margens. No verão e com tempo bom, ele fica lotado de botes e iates.
Foto: picture-alliance/dpa
Quase como na praia
A área de banho do Wannsee atrai até 30 mil pessoas nos dias quentes. Com vários quilômetros de extensão, a piscina pública natural de mais de cem anos é considerada uma das maiores da Europa. Suas "praias" são de areia finíssima, trazida do balneário de Travemünde, no Mar Báltico.
Foto: picture-alliance/dpa
Idílio em meio à paisagem urbana
O Tegeler See é um dos cerca de 70 lagos em Berlim. Ele abriga numerosas ilhas, que só podem ser alcançadas de barco. Durante a temporada de verão, balsas navegam entre elas e a terra firme até tarde da noite. Depois disso, os residentes e os jardineiros amadores voltam à tranquilidade insulana.
Foto: Daniel Sippel/schoenes.berlin
Giro de barco pela cidade
O Landwehrkanal, que corre paralelamente ao rio Spree, bem pelo centro de Berlim, já foi uma importante rota de transporte. Na década de 1920 suas margens foram urbanizadas, para proporcionar recreação aos moradores dos bairros recém-criados. Hoje em dia, o canal é trafegado sobretudo por embarcações de esporte e turísticas.
Foto: picture-alliance/dpa
Danceteria à beira d'água
As margens dos rios e canais de Berlim estão povoadas por bares, restaurantes e clubes noturnos. No extremo leste do Landwehrkanal, por exemplo, fica o restaurante Freischwimmer, bem em frente do lendário Club der Visionäre. Um lugar perfeito para os amantes dos sons electro ficarem escutando música à beira d'água, até tarde da noite.
Foto: Kai Heimberg
Baladas às margens do Spree
O Rio Spree flui quase em linha reta por Berlim. Ao chegar no distrito do governo, porém, faz uma curva, o "Spreebogen", passando pelo histórico prédio do Reichstag, a estação ferroviária central e a Chancelaria Federal. Os gramados e "clubes de praia" nessa área são "points" disputados, durante o dia ou para a "happy-hour" depois do trabalho.
Foto: picture alliance/Arco Images
A remo pelo Havel e o Spree
As águas de Berlim não são boas apenas para velejar: também o remo esportivo possui longa tradição na capital alemã. Mais de 50 associações de remo têm suas sedes nos rios Spree e Havel. O bairro de Köpenick é o mais rico em vias aquáticas. Nele fica o percurso de regatas de Grünau, o mais antigo sítio esportivo berlinense ainda em funcionamento. A primeira prova náutica se realizou lá em 1880.
Foto: picture-alliance/dpa
Guerra molhada no Lustgarten
No verão de 2013, mais de cem pessoas combinaram se encontrar no parque Lustgarten para ficar molhadas de verdade. Batalhas aquáticas públicas já quase se tornaram uma tradição berlinense. Os moradores dos bairros de Friedrichshain e Kreuzberg, por exemplo, se "guerreiam" todos os anos na ponte Oberbaumbrücke, com frutas podres e bexigas cheias d'água.
Foto: picture-alliance/dpa
Piscina multicultural
O Badeschiff ("navio de banho"), no Porto Leste de Berlim, é um balneário fluvial sobre o Rio Spree. No verão, é um local a céu aberto, no inverno se transforma em piscina coberta, com sauna e vista panorâmica. Ele foi inaugurado em 2002, na tradição das piscinas flutuantes, a primeira das quais data do século 18, no Rio Sena de Paris.
Foto: picture-alliance/dpa
Banho sobre o Spree
O Badeschiff ("navio de banho"), no Porto Leste de Berlim, é um balneário fluvial sobre o Rio Spree. No verão, é um local a céu aberto, no inverno se transforma numa piscina coberta, com sauna e vista panorâmica. Ele foi inaugurado em 2002, na tradição das piscinas flutuantes, a primeira das quais data do século 18, no Rio Sena de Paris.
Foto: Torsten Seidel
Capital em transformação
A vista do Spree a partir de Treptow é dominada pela escultura "Molecule Man". Nesta área, as mudanças após a reunificação da Alemanha são bem visíveis. O projeto Mediaspree atraiu numerosos investidores do setor de mídia – contra a vontade de boa parte da população. Clubes, bares e galerias vão abandonando as margens do Spree e reaparecendo em novos lugares. É Berlim em constante reinvenção.