Checkpoint Berlim: Grande passo contra o aquecimento global
29 de maio de 2017
Berlim é o primeiro estado alemão a abrir mão do linhito para geração de energia. Mudança deve reduzir em 600 mil toneladas as emissões de dióxido de carbono por ano. Governo local tem metas ainda mais ambiciosas.
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Enquanto o governo do presidente americano, Donald Trump, contesta as mudanças climáticas, Berlim deu o primeiro grande passo para diminuir as emissões de dióxido de carbono na Alemanha e, assim, tentar conter o aquecimento global.
Na semana passada, o governo da cidade-estado anunciou o fim do uso de linhito – uma espécie de carvão fóssil altamente poluente – em usinas de geração de energia e de calefação urbana. Assim, Berlim tornou-se o primeiro estado do país a abrir mão do uso de um dos maiores emissores de CO2 do mundo.
A última usina termelétrica que ainda operava com linhito, a de Klingenberg, passou a usar gás natural para gerar a energia e o calor que abastecem mais de 300 mil residências em Berlim. A mudança foi considerada histórica, tendo sido alcançada três anos antes do prazo estipulado em 2009.
Com o banimento do linhito na geração de energia, estima-se que 600 mil toneladas de dióxido de carbono deixem de ser lançadas na atmosfera anualmente. Apesar do avanço, o atual governo quer ir mais longe e já anunciou que, até 2030, pretende eliminar o uso dos outros tipos de carvão betuminoso nas últimas cinco usinas termelétricas da cidade-estado abastecidas com esse tipo combustível.
"O futuro pertence ao sol e ao vento, as fontes de energia limpa do século 21", escreveram as senadoras estaduais do Meio Ambiente, Regine Günther, e da Economia, Ramona Pop, num artigo publicado no jornal Tagesspiegel sobre o fim do uso de linhito.
O banimento do linhito é o primeiro grande passo para que a cidade-estado alcance a neutralização de carbono, evitando e compensado emissões de CO2. Em 2014, um estudo revelou que Berlim tem potencial para alcançar essa meta ambiental até 2050. Mas para isso, precisa deixar de usar combustíveis fósseis na geração de energia e reduzir a poluição causada pelo trânsito.
O governo berlinense está comprometida em alcançar esse equilíbrio e pretende, nos próximos anos, investir na expansão do sistema de transporte público e na ampliação da rede de ciclovias para oferecer à população alternativas de locomoção.
Berlim está fazendo sua parte para alcançar a meta estabelecida no Acordo de Paris, que quer limitar o aquecimento global ao máximo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e tentar, desta maneira, reduzir os impactos das mudanças climáticas que já são percebidos em diversas partes do planeta.
Na Alemanha, o inverno mais ameno e as enchentes mais frequentes causadas por fortes chuvas são apenas alguns dos sinais do aquecimento global.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
As inusitadas lojas de bicicletas de Berlim
Em quase toda esquina de Berlim, há uma loja de bicicleta. Stuart Braun, da DW, visitou, com sua própria bicicleta, as lojas mais inusitadas da cidade, que vendem, consertam e expõem o amado veículo de duas rodas.
Foto: DW/S. Braun
Paixão por duas rodas
Em Berlim, há uma loja de bicicleta em quase toda esquina. Com sua própria bicicleta, o repórter Stuart Braun, da DW, visitou as lojas mais inusitadas da cidade, que vendem, consertam e expõem o amado veículo de duas rodas. A Radlust é uma das lojas preferidas dos ativistas do bairro Kreuzberg. Com bicicletas holandesas novas e usadas, eles vêm revolucionando as ruas de Berlim desde 1981.
Foto: DW/S. Braun
O começo
Uma bicicleta de carga feita em casa era o meio de transporte favorito de Johann C., fundador da Radlust. A foto mostra Johann passeando pelas ruas do bairro de Kreuzberg, no início dos anos 1980.
Foto: Radlust
Faça você mesmo
A loja Pedalkraft (Força do Pedal) é um clássico em Kreuzberg. Os clientes podem emprestar as ferramentas da bicicletaria para eles mesmos fazerem consertos ou juntar as peças compradas na loja.
Foto: DW/S. Braun
Perfeita para as ruas de Berlim
A Froschrad (Bicicleta do Sapo) abriu suas portas em 1997. No início, era uma loja de bicicletas usadas, até que seu dono, insatisfeito com as novidades do mercado, criou a StadtRad, um modelo de bicicleta resistente e estiloso. O sapo do logo dá um charme extra ao modelo perfeito para as ruas de Berlim.
Foto: DW/S. Braun
Tesouros no porão
Escondida atrás do antigo aeroporto de Tempelhof, a Fietswinkel é uma bicicletaria descontraída, com funcionários multilíngues que fazem reparos a preços mínimos. O dono, Wolfgang, não gastou quase nada para montar a Fietswinkel e vende apenas bicicletas usadas, feitas a partir de peças de bicicletas velhas que tomam conta de seu porão.
Foto: DW/S. Braun
Artefatos e acessórios
A Fahrradsalon é um porão que virou bicicletaria. O local é repleto de todos os tipos imagináveis de parafernálias relacionadas ao mundo das bicicletas.
Foto: DW/S. Braun
Um pedaço do passado
Bicicletas de corrida clássicas, da década de 1960, cobrem as paredes da Glücksvelo, loja no bairro berlinense de Neukölln.
Foto: DW/S. Braun
Tesouros incomuns
Uma grande variedade de peças de reposição raras também podem ser encontradas nas prateleiras da Glücksvelo.
Foto: DW/S. Braun
Comunidade
Em Berlim, os ciclistas formam uma grande comunidade.
Foto: DW/S. Braun
Mobilidade ecológica
Fundada há cinco anos por um brasileiro e uma berlinense, a Green Go Garage tem ajudado quem vive na cidade – e o crescente número de turistas – a se locomover de maneira ecológica.
Foto: DW/S. Braun
Combinação italiana
Bicicletas italianas clássicas e café encontram-se na Keirin, reduto de ciclistas entusiastas. Afinal, uma xícara de expresso não é uma má ideia para quem usa o transporte movido à força humana.
Foto: DW/S. Braun
Em exibição
A Keirin é mais um museu do que uma loja de bicicletas. Extremamente bem equipada, sua bicicletaria mantém as duas rodas dos berlinenses rodando desde 2004.