Checkpoint Berlim: O Twitter engraçadinho da polícia
13 de janeiro de 2017
Rede social funciona como ferramenta de trabalho para a polícia da capital alemã, que procura testemunhas e informa a população. Mas se engana quem pensa que a conta é burocrática e séria.
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A polícia berlinense tem uma ferramenta de trabalho curiosa: sua conta no Twitter. Através da rede social, as autoridades procuram testemunhas para solucionar crimes e também informam a população sobre o cotidiano do seu trabalho e as operações que estão sendo realizadas.
A plataforma auxilia ainda no trabalho dos jornalistas, como ocorreu durante a cobertura do atentado ao mercado natalino. O Twitter da polícia era uma das principais fontes de informações sobre o ataque, pois nele eram divulgadas, em primeira mão, as novidades sobre o caso. O uso da rede social não é exclusividade da polícia berlinense, pois as autoridades de Brandemburgo também utilizam a ferramenta, assim como as corporações de outros estados, embora alguns não sejam tão ativos.
Apesar de ser uma fonte de informações, engana-se quem pensa que o Twitter da polícia é burocrático e sério. Tanto em Berlim como em Brandemburgo, os policiais adoram fazer piadas ou divulgar casos engraçados. Um destes é o do policial que ajudou um ganso perdido a voltar para o rio Spree, ou o crime nada convencional cometido por um gato que explodiu uma casa.
Sozinho no apartamento, o animal acabou ligando algumas bocas do fogão elétrico ao passar sobre ele. A explosão foi causada por uma constelação de coincidências: um pote de plástico esquecido sobre o fogão pegou fogo, e um spray que estava ao lado explodiu devido ao calor. A explosão danificou o prédio de tal maneira que 31 pessoas tiveram que deixar suas residências até o conserto.
A plataforma também serve para campanhas de orientação à população, por exemplo sobre como evitar assaltos a residências, ou para enviar mensagens de agradecimento e divulgar o trabalho cotidiano dos policiais.
Uma das mais recentes piadas foi feita durante a "cobertura ao vivo" do réveillon no Portão de Brandemburgo. Segundo a polícia, um homem começou a gritar "bomba, bomba" no meio da multidão. No Twitter, os policiais postaram apenas "A resposta foi: 'Detenção e registro de ocorrência. Agora ele festeja conosco'. A hashtag era #nãoéengraçado. Mesmo sem considerar a ocorrência divertida, a polícia não perdeu a oportunidade de fazer piada nas redes sociais.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às sextas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
Nos passos de Marlene Dietrich em Berlim
Por muito tempo acusada de "traidora da nação" por combater publicamente o nazismo e aceitar a cidadania americana, cantora e diva do cinema continuou ligada a Berlim, onde nasceu e foi enterrada.
Foto: picture-alliance/dpa
Marlene Dietrich no filme "O Anjo Azul"
Música, dança e teatro de revista marcaram os anos 20 em Berlim. No papel da cantora Lola, Marlene Dietrich encarnou o estilo de vida do seu tempo e de sua cidade. "Berlim simplesmente era a cidade dela", escreveu Maria Riva, filha de Marlene Dietrich. "Elas combinavam e se complementavam na sua força e na sua devoção à beleza espiritual."
Foto: picture-alliance/Gusman/Leemage
A casa onde nasceu
Aparentemente, um prédio de apartamentos bem comum no bairro berlinense Schöneberg. Só uma placa lembra que Maria Magdalena von Losch nasceu aqui, na rua Leberstrasse 65, em 27 de dezembro de 1901. Dizem que ela herdou a boa aparência e a natureza rebelde do pai, que era policial.
Foto: Imago/Drama-Berlin.de
Atriz versátil
Aos 21 anos, Marlene já havia trabalhado como modelo, dançarina e violinista em uma orquestra de filme mudo, quando foi aceita no prestigiado teatro Deutsches Theater. Após receber aulas de atuação, no dia 7 de dezembro de 1922 ela estreou na peça "Caixa de Pandora", no papel de uma observadora silenciosa.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Igreja Memorial do Imperador Guilherme
Marlene casou-se no dia 14 de maio de 1923 na Igreja Memorial do Imperador Guilherme (Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche) com o assistente de direção Rudolf Sieber. Ela tinha 22 e ele, 26 anos de idade. Um ano mais tarde nasceu a filha, Maria Riva. O casal se separou em meados dos anos 30, mas o estado civil não foi alterado até a morte de Sieber, em 1976.
Foto: Colourbox/V. Voennyy
Sala Marlene Dietrich no Estúdio Babelsberg
De 1929 a 1930, o diretor Josef von Sternberg gravou o filme "O Anjo Azul" em Babelsberg, perto de Berlim. Marlene, no papel da protagonista Lola, foi celebrada na Alemanha e no exterior e se consagrou como atriz. Um dos estúdios de Babelsberg leva hoje seu nome.
Foto: Studio Babelsberg AG
Teatro Vaganten Bühne
No porão do berlinense Theater der Westens, o compositor Friedrich Hollaender fundou em 1931 o teatro Tingel-Tangel, que mais tarde se chamaria Vaganten Bühne. No dia da abertura, Marlene cantou pela primeira vez em público os sucessos de "O Anjo Azul". Eles foram compostos por Von Hollaender, assim como "Ich bin von Kopf bis Fuß auf Liebe eingestellt" (Sou feita para amar, da cabeça aos pés).
Foto: DW/I. Strautmane
Praça Marlene Dietrich
Em 1930, Marlene foi para Hollywood, iniciando a carreira que lhe trouxe fama mundial. Ela rejeitou a proposta do regime nazista de retornar à Alemanha e apoiou a campanha contra Hitler. Em 1997, Berlim reconheceu isso e batizou uma praça com o nome dela, no bairro Tiergarten. Pela praça Marlene Dietrich passam hoje as estrelas que desfilam no tapete vermelho do Festival do Cinema de Berlim.
Foto: DW/I. Strautmane
Museu do Cinema
Os destaques do legado de Marlene Dietrich estão expostos em três salas do Museu do Cinema na praça Postdamer Platz. Além de roupas usadas nos filmes e shows, são mostrados acessórios, fotografias e cartas, assim como cenas de filmes e vídeos privados da atriz.
Foto: DW/I. Strautmann
Cemitério em Friedenau
Marlene Dietrich morreu em 6 de maio de 1992 em Paris, aos 90 anos de idade. Seu desejo era ser enterrada em Berlim. Em sua lápide, no cemitério na rua Stubenrauchstrasse, no bairro Friedenau, foi gravado o verso de Theodor Körner "Hier steh’ ich an den Marken meiner Tage" (Aqui estou, no limite dos meus dias).