Chefe da Otan elogia Alemanha por entrega de armas à Ucrânia
27 de novembro de 2022
Em entrevista a jornal alemão, Jens Stoltenberg disse que "forte apoio" da Alemanha faz "diferença crucial".
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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, elogiou neste domingo (27/11) o apoio militar fornecido pelo governo alemão à Ucrânia. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, Stoltenberg disse que o "forte apoio" da Alemanha faz uma "diferença crucial".
Segundo ele, os sistemas de defesa aérea alemães ajudariam a "proteger casas, escolas e hospitais dos mísseis russos". Stoltenberg também reforçou que é importante manter e fortalecer o apoio à Ucrânia.
De acordo com o chefe da Otan, quanto mais sucessos militares a Ucrânia tiver, mais forte será sua posição nas negociações futuras. "A melhor maneira de apoiar a paz é apoiando a Ucrânia", destacou.
Stoltenberg também falou na entrevista sobre os desdobramentos da guerra na Ucrânia. Com a proximidade do inverno e a queda das temperaturas no hemisfério norte, Moscou começou abombardear o fornecimento de energia da Ucrânia. Segundo Stoltenberg trata-se de uma estratégia do presidente russo, Vladimir Putin, de usar o inverno como uma arma. "Mas ele não terá sucesso com isso", frisou.
Geradores e tendas aquecidas
Também preocupado com a proximidade do inverno, Lars Klingbeil, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) – sigla do chanceler federal alemão, Olaf Scholz – apelou por mais ajuda da Alemanha em vista aos ataques intensificados da Rússia ao fornecimento de eletricidade e aquecimento na Ucrânia. Segundo Klingbeil, Putin "está travando uma guerra contra a população civil mais do que nunca".
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"Além do apoio militar, devemos entregar geradores e tendas aquecidas ao país de forma mais rápida e abrangente. Devemos evitar um apagão na Ucrânia", disse Klingbeil em entrevista ao jornal "Bild am Sonntag".
O líder do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, também pediu aos Estados-membros da União Europeia (UE) que mostrem mais solidariedade no acolhimento de refugiados ucranianos.
"Se mais ucranianos estão sendo forçados a fugir pelos bombardeios e ataques russos durante o inverno, então a Europa Ocidental terá que assumir mais responsabilidades", disse ao Bild am Sonntag. Segundo ele, esse "desafio sem precedentes" deve ser "suportado solidariamente por todos os países da UE".
Atualmente, os refugiados da Ucrânia estão distribuídos de forma bastante desigual na Europa. Há uma semana, o Ministério do Interior alemão contabilizou 1.027.789 ucranianos no país, informou o jornal. Isso é quase nove vezes mais do que na França, por exemplo.
Volta da energia e forte nevasca esperada
Neste domingo, a eletricidade foi restabelecida em quase toda capital, Kiev, quatro dias após um ataque devastador à infraestrutura da cidade. No sábado, o fornecimento de eletricidade havia sido restaurado em Kherson.
Os trabalhos continuam na rede elétrica, porque a alta demanda ainda pode causar cortes localizados. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, que foi criticado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pela lentidão na restauração dos serviços, disse ao jornal Bild am Sonntag que o trabalho estava progredindo em um "ritmo recorde".
A notícia da volta de energia veio em um monento em que a capital ucraniana esperava uma forte nevasca, com temperaturas negativas durante a noite.
A onda de ataques russos à infraestrutura energética ucraniana em 23 de novembro causou apagões generalizados em todo o país, deixando milhões de pessoas sem energia e aquecimento.
O fornecimento foi progressivo restabelecido nos últimos dias, mas Zelenski reiterou seu apelo aos cidadãos para que poupem energia. Em 14 regiões do país ainda existem restrições e se o consumo aumentar, o número de apagões também pode crescer.
"Gostaríamos de lembrá-lo de que todo ucraniano cuja casa tenha eletricidade novamente pode ajudar outras pessoas a obter eletricidade usando-a com moderação", disse a operadora de rede estatal Ukrenergo pelo aplicativo de mensagens Telegram.
le (AFP, AP, DPA, KNA, Reuters)
Instantâneos de uma Ucrânia em guerra
Mostra "O novo anormal", no Museu Deichtorhallen de Hamburgo, registra horrores da guerra, mas também a resistência dos ucranianos, em trabalhos de 12 fotógrafos do país sob invasão russa.
Foto: Oksana Parafeniuk
Civis treinam com armas de madeira
Nesta imagem feita perto de Kiev em 6 de fevereiro de 2022, menos de duas semanas antes da invasão russa, a fotógrafa Oksana Parafeniuk capturou a determinação de seus compatriotas de resistir. Embora os países ocidentais não esperassem que a Rússia atacasse a capital a Ucrânia, os civis de lá já estavam treinando com armas de madeira, para caso de emergência.
Foto: Oksana Parafeniuk
Resistindo com o país
Em 24 de fevereiro, o fotógrafo Mykhaylo Palinchak acordou em Kiev com o som de sirenes, pouco depois ouviu uma explosão. "Desde então, estamos vivendo num novo mundo", afirma. Suas fotografias mostram granadas, casas destruídas e como seus compatriotas defendem a nação, mais do que nunca. A mulher da foto exibe o pulso esquerdo tatuado com o mapa da Ucrânia.
Foto: Mykhaylo Palinchak
Começou às 5 da manhã
"A guerra é a pior das opções da humanidade. Nenhum filme, nenhum livro, nenhuma foto pode transmitir este horror", diz a fotógrafa Lisa Bukreieva. "Com a invasão dos russos, meu sentido de tempo mudou. É apenas um horror de longa
duração." Esta fotografia capta o momento em que a guerra começou para ela.
Foto: Lisa Bukreieva
Cidadãos de Kiev - parte 1
Depois da invasão da Ucrânia pelo exército russo, Kiev se transformou em outra cidade, relata Alexander Chekmenev, de 52 anos. Muitos fugiram, ele próprio enviou a família para a segurança no exterior, mas ficou no país para documentar com sua Pentax a vida dos cidadãos de Kiev em tempos de guerra. Como esta ucraniana em uniforme de combate.
Foto: Alexander Chekmenev
Cidadãos de Kiev - parte 2
Abrigos antiaéreos e centros de primeiros-socorros espalharam-se pela capital ucraniana. Lá, Chekmenev fotografou gente comum, que nunca esteve sob os holofotes: "Eu queria mostrar a dignidade deles. Este país pertence ao seu povo, e eu quero mostrar o meu respeito por cada um deles", diz o fotógrafo de renome internacional.
Foto: Alexander Chekmenev
Traços do presente
Em sua série de fotografias, Pavlo Dorohoi capturou a vida em tempos de guerra em sua cidade natal, Kharkiv. Muitos cidadãos se esconderam em estações do metrô para escapar das bombas, transformando os locais em lares temporários, com "tapetes, cobertores e outros objetos pessoais", relata Dorohoi.
Foto: Pavlo Dorohoi
Bucha: o local do horror
O arquiteto e fotógrafo de Kiev Nazar Furyk fotografou lugares devastados pelas tropas russas, entres os quais a cidade de Bucha, que se tornou símbolo de muitas atrocidades. O fotógrafo se pergunta: como é possível continuar vivendo num lugar assim? Como se lida com essa experiência, gravada profundamente na memória coletiva da população ucraniana?
Foto: Nazar Furyk
Diário de Kiev - parte 1
A fotógrafa e videoartista Mila Teshaieva mantém um diário online desde o início da guerra, onde registrou tudo: desde os primeiros dias, antes dos mísseis, até os crimes contra a humanidade revelados desde então. Seus registros também incluem fotos, como esta.
Foto: Mila Teshaieva
Diário de Kiev - parte 2
Mila Teshaieva relata o desespero que a guerra provoca, mas também registra a união dos ucranianos e sua enorme vontade de resistir. Em sua cidade natal, Kiev, os moradores estão tentando proteger não só a si, mas também seus monumentos, símbolos da identidade nacional.
Foto: Mila Teshaieva
Documentação da guerra
Vladyslav Krasnoshchok é dentista, mas há anos se dedica à arte. Agora viaja por sua pátria devastada e fotografa carros queimados, pontes e tanques destruídos. "Eu tiro fotos, ouço tiros e corro de volta para o carro. Adrenalina pura!", escreve. Ele sempre revela os filmes imediatamente. Afinal, não se sabe se haverá oportunidade de tirar mais fotos.
Foto: Vladyslav Krasnoshchok
Mutilado
"Vivendo com o medo de ser ferido" é o nome da série de fotos do designer Sasha Kurmaz. A violência tem feito parte da história humana desde o início, afirma, e não está otimista se isso vá mudar em breve. Ainda assim, não desiste de sua luta pessoal por um mundo melhor.
Foto: Sasha Kurmaz
Porto seguro?
Uma cadeira, copos com bebidas: para Elena Subach esta foto tirada na cidade de Uzhgorod, no oeste da Ucrânia, simboliza a segurança de quem foge rumo a outros países. "Quase todo homem tirou uma foto da esposa e dos filhos antes de lhes dizer adeus. Eu nunca vi tanto amor e tanta dor ao mesmo tempo."