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Chefe do partido de Merkel assume Ministério da Defesa

24 de julho de 2019

Annegret Kramp-Karrenbauer assume cargo antes ocupado por Ursula von der Leyen. Possível sucessora de Merkel como chanceler federal, novata na pasta enfrenta ceticismo tanto da oposição como entre as Forças Armadas.

Annegret Kramp-Karrenbauer e Angela Merkel se abraçam
Annegret Kramp-Karrenbauer e Angela Merkel na cerimônia de posse da nova ministraFoto: picture-alliance/dpa/W. Kumm

A líder do partido governista União Democrata-Cristã (CDU), Annegret Kramp-Karrenbauer, tomou posse nesta quarta-feira (24/07) como nova ministra da Defesa da Alemanha, numa sessão extraordinária do Bundestag (câmara baixa do Parlamento), em Berlim.

A cerimônia teve um ar improvisado, pois os parlamentares foram convocados em meio às férias de verão. Alguns membros da oposição reclamaram por a participação ter sido obrigatória, com os faltosos estando sujeitos a multa. Outros criticaram o custo da sessão especial, estimado em 100 mil euros.

A posse realizou-se num salão plenário provisório, já que a câmara principal está sendo reformada durante as férias. Em discurso, a política conservadora enfatizou a conexão especial entre o Bundestag e as Forças Armadas alemãs, que precisam de aprovação parlamentar antes de toda missão no exterior.

A nova ministra também repetiu seu apelo por um aumento do orçamento de defesa, reivindicação controvertida entre alguns políticos do parceiro minoritário da coalizão governamental, o Partido Social-Democrata (SPD). No entanto, há bastante tempo os Estados Unidos e outros países parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vêm exigindo que a Alemanha se adeque à meta da aliança, de 2% do PIB para a defesa.

"Estou comprometida com a meta do governo de 2%, uma meta com que todos os aliados têm repetidamente concordado", disse Kramp-Karrenbauer, antes de repetir a necessidade de novo equipamento militar, como tanques de combate. O atual orçamento de Berlim prevê que se alcance 1,5% do PIB para o setor até 2024.

O posto de ministra da Defesa ficou repentinamente vago em 17 de julho, quando a até então chefe da pasta, Ursula von der Leyen, foi eleita pelo Parlamento Europeu como nova presidente da Comissão Europeia.

Kramp-Karrenbauer foi uma escolha inesperada como substituta, pois foi eleita há pouco como líder democrata-cristã, posto antes ocupado pela chanceler federal Angela Merkel, e prometera concentrar-se em revitalizar a legenda antes das cruciais eleições regionais do terceiro trimestre.

Nesse ínterim, contudo, aparentemente a liderança da CDU decidiu que Kramp-Karrenbauer, ex-governadora do estado do Sarre, precisava de experiência governamental. Como seu partido continua sendo o maior da Alemanha, ela é, no momento, a candidata mais provável à sucessão de Merkel como chanceler federal.

No debate de uma nora após o discurso da ministra empossada, membros da oposição acusaram a CDU de estar usando a pasta da Defesa como campo de treinamento para sua eventual premiê.

"A CDU é a maior ameaça a nossa segurança", afirmou Rüdiger Lucassen, do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), classificando Kramp-Karrenbauer de "caloura da política de segurança".

Membros das Forças Armadas também têm manifestado ceticismo quanto à capacidade da política de 56 anos para preencher o cargo, não só por sua inegável inexperiência, como também devido às experiências negativas com Von der Leyen, sua antecessora, também democrata-cristã.

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