Chegada de ebola a área urbana deixa Congo em alerta
17 de maio de 2018
Caso de infecção do vírus letal é registrado em Mbandaka, uma das maiores cidades do país, aumentando temores quanto a uma maior disseminação da doença. OMS envia primeira leva de vacinas experimentais ao país.
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O surto de ebola na República Democrática do Congo entrou numa nova fase, após um caso de infecção pelo vírus ter sido detectada pela primeira vem em Mbandaka, uma das principais cidades do país, afirmou nesta quarta-feira (16/05) o Ministério da Saúde congolês.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou a infecção detectada em Wangata, uma das três zonas de saúde de Mbadanka, cidade de 1,2 milhão de habitantes no noroeste do país.
Até o momento, as 23 mortes atribuídas ao mais recente surto do vírus no país haviam sido detectadas em localidades remotas, fazendo com que as autoridades tivessem mais chance de isolar as infecções. O primeiro caso ocorrido em uma zona urbana aumenta os temores de uma disseminação ainda maior do vírus.
A OMS, que enviou ao país nesta quarta-feira as primeiras vacinas experimentais contra o vírus, expressou preocupação com a chegada da doença a Mbadanka, que poderá dificultar a contenção do surto.
A cidade está localizada às margens do rio Congo, uma das principais vias de transporte de carga e passageiros para a capital, Kinshasa. O país vizinho, a República do Congo, fica na outra margem.
"Entramos em uma nova fase do surto de ebola, que afeta agora três zonas de saúde, incluindo uma zona urbana", disse o ministro congolês da Saúde, Oly Ilunga Kalenga, em nota.
"Desde o anúncio do alerta em Mbandaka, nossos epidemiologistas trabalham no local para identificar as pessoas que estiveram em contato com casos suspeitos", disse o ministro, acrescentando que as autoridades intensificarão o rastreamento dessas pessoas em todas as rotas de transporte aéreo, fluvial e terrestre em torno da cidade.
Esta é a nona ocorrência de ebola na República Democrática do Congo desde a primeira aparição conhecida do vírus, próximo ao rio Ebola, no norte do país, nos anos 1970.
RC/rtr/afp
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.