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Chegada de migrantes à Grécia cai quase 90% em abril

13 de maio de 2016

Segundo Organização Internacional para as Migrações, acordo entre UE e Turquia é principal responsável pela queda. Em contrapartida, Itália volta a registrar mais chegadas do que as ilhas gregas.

Refugiados deportados da ilha grega de Lesbos chegam à Turquia numa balsa
Refugiados deportados da ilha grega de Lesbos chegam à Turquia numa balsaFoto: picture alliance/abaca/AA

As chegadas de migrantes à Grécia caíram quase 90% em abril, número em grande parte influenciado pelo acordo migratório assinado entre a União Europeia (UE) e a Turquia, afirmou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta sexta-feira (13/05).

No mês passado, 3.360 migrantes e requerentes de asilo chegaram às ilhas gregas, um número baixo se comparado às 26.971 pessoas registradas em março. Segundo a OIM, os valores de abril representam uma queda de quase 88%.

Esse recuo significativo ocorreu após a entrada em vigor do acordo entre a UE e a Turquia, fechado em 18 de março e que objetiva interromper o fluxo migratório através do Mar Egeu. O acordo prevê que todos os migrantes que cheguem ilegalmente à Grécia depois de 20 de março sejam devolvidos para o território turco.

Em troca da cooperação da Turquia, os líderes da UE concordaram em acelerar a liberalização dos vistos para visitantes turcos, relançar as negociações de adesão e duplicar, para um total de 6 bilhões de euros, a ajuda que será concedida à Turquia até 2018 para melhorar as condições de vida dos milhões de sírios refugiados no país.

A missão europeia de fronteiras, Frontex, descreveu a queda como expressiva. "Essa queda é o resultado de vários fatores, incluindo o acordo entre a UE e a Turquia e os controles mais rígidos nas fronteiras", afirmou a agência europeia, acrescentando que os migrantes sírios continuam sendo os viajantes em maior número, seguidos pelos paquistaneses, afegãos e iraquianos.

Em 2015, mais de 1 milhão de migrantes e refugiados chegaram à UE, a maioria sírios que entraram pela Grécia. Desde junho do ano passado, o território grego se tornou a principal porta de entrada na Europa para os migrantes, majoritariamente oriundos de Síria, Iraque e Afeganistão, ao superar o número de chegadas registradas na Itália.

Mas esse cenário mudou em abril, segundo indicou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). "Pela primeira vez houve mais chegadas na Itália do que na Grécia", afirmou o porta-voz do Acnur, William Spindler.

A agência das Nações Unidas indicou que, até abril, 187.920 refugiados e migrantes tinham chegado à Europa por via marítima, dos quais 155.765 tinham entrado pela Grécia e 31.252 pelo território italiano. Só em abril, as autoridades italianas registraram 9.149 chegadas, quase três vezes mais do que a Grécia (3.360), de acordo com os dados fornecidos pela OIM.

A maioria dos migrantes que chegaram este ano ao território italiano são oriundos de Nigéria, Gâmbia, Somália, Costa do Marfim e Etiópia, conforme dados do Acnur. A agência da ONU afirmou ainda que cerca de mil pessoas, incluindo crianças não acompanhadas, foram resgatadas na quinta-feira ao longo da costa italiana.

Cerca de metade destas pessoas viajava desde o Egito em duas embarcações, enquanto os migrantes restantes vinham da Líbia em duas embarcações de dimensões muito pequenas, comunicou o Acnur.

PV/lusa/ap/rtr

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