Chile, Costa Rica e México iniciam vacinação contra covid-19
24 de dezembro de 2020
Países se tornam os primeiros na América Latina a dar início à campanha de imunização, todos com a vacina da Pfizer-Biontech. Enquanto isso, Brasil é um dos poucos no continente sem data prevista para começar a vacinar.
Anúncio
O Chile, a Costa Rica e o México iniciaram nesta quinta-feira (24/12) suas campanhas de imunização em massa contra a covid-19, tornando-se assim os primeiros países da América Latina a dar o pontapé inicial na aplicação da tão esperada vacina em sua população.
As três nações usam o imunizante desenvolvido pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã Biontech, já utilizado em outros países do mundo.
O início da vacinação nos três países deixa o Brasil para trás na corrida pela imunização no continente. O país é um dos poucos na América Latina que não possui sequer uma previsão oficial para o início da campanha, uma vez que o plano do governo federal não define datas.
Ao lançar o programa nacional de vacinação em meados de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que não vai se vacinar quando o imunizante estiver disponível.
Por sua vez, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou na ocasião que não há motivo para "ansiedade" para o início da vacinação. "Nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Para que essa ansiedade, essa angústia?", questionou Pazuello.
No momento, o país acumulava mais de 182 mil mortes por covid-19. Hoje já são quase 190 mil. O Brasil é a nação da América Latina com mais casos e óbitos ligados ao coronavírus.
Chile
A enfermeira Zulema Riquelme, de 46 anos e funcionária de um hospital em Puente Alto – um dos bairros mais humildes de Santiago –, foi a primeira pessoa no Chile a receber a vacina. "Estou calma, feliz e nervosa. Com emoções muito fortes", disse, minutos antes de receber a dose.
Outros quatro profissionais de saúde foram vacinados em seguida, em ato público realizado no Hospital Metropolitano da capital, com a presença do presidente Sebastián Piñera. Ele descreveu o início da imunização como um "momento de esperança para todos os chilenos".
As vacinas chegaram ao país poucas horas antes, em um voo que transportava o primeiro lote de 10.000 doses, tornando o Chile o terceiro país da América Latina a receber a remessa da Pfizer-Biontech, depois de Costa Rica e México.
O próximo lote, explicou o presidente chileno, chegará com mais 10.000 doses na semana que vem, e o processo continuará com envios periódicos até completar a remessa de 10 milhões de doses encomendadas pelo país sul-americano.
A vacina, que será gratuita e voluntária, chegará primeiro aos idosos e doentes crônicos, que representam cerca de 5 milhões de pessoas, durante o primeiro trimestre de 2021. O restante da população, cerca de 15 milhões, deve ser imunizado ao longo do primeiro semestre.
O Chile soma atualmente quase 600.000 casos de infecção e mais de 16.000 mortes em decorrência da covid-19.
México
No México, a primeira vacinada foi María Irene Ramírez, uma enfermeira de 59 anos. "Estou um pouco nervosa, mas muito feliz. É o melhor presente que pude receber em 2020, me dá mais segurança e mais coragem para continuar na guerra contra um inimigo invisível", afirmou.
Ela recebeu a vacina num ato realizado ao ar livre no Hospital Geral da Cidade do México, e transmitido na tradicional entrevista coletiva do presidente Andrés Manuel López Obrador.
"São poucas as doses [...], mas o México é o primeiro na América Latina a ter essa vacina. Aqueles que arriscam a vida para salvar outras serão os primeiros [a serem vacinados]", disse López Obrador, referindo-se aos profissionais de saúde, prioritários na imunização.
O presidente de 67 anos afirmou que espera ser vacinado em março, junto com outros mexicanos de grupos de risco e da mesma faixa etária, seguindo o cronograma do governo federal.
A segunda pessoa a receber a vacina no México foi uma enfermeira em Querétaro, e a terceira, um médico em Toluca, ambas cidades no centro do país.
A campanha mexicana teve início um dia depois do recebimento de um primeiro lote com 3.000 vacinas, que chegaram por via aérea a partir da Bélgica. O carregamento é protegido pelas Forças Armadas e possui um chip para monitoramento.
O país espera receber mais de 1,4 milhão de doses do imunizante ao longo do mês de janeiro. Na primeira etapa da vacinação, até fevereiro de 2021, serão imunizados os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia. A campanha de vacinação no país de mais de 120 milhões de habitantes tem fim previsto para março de 2022.
Desde o início da epidemia, o México registrou mais de 1,35 milhão de casos de coronavírus e mais de 120.000 mortes ligadas à doença.
Anúncio
Costa Rica
Já a Costa Rica deu início à sua campanha vacinando dois idosos que vivem em uma casa de repouso em Tres Ríos, na província de Cartago, no centro do país.
Elizabeth Castillo, de 91 anos, se disse muito grata: "A vida é muito importante para mim." Já George De Ford, de 72 anos, afirmou que a injeção "não doeu nada" e fez um apelo para que toda a população se vacine contra o coronavírus.
O presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, contou que se sentiu "muito emocionado e feliz" com o início da vacinação, que descreveu como "um momento muito emocionante". "Este momento representa para o país o início do caminho para acabar com a pandemia", acrescentou.
A nação centro-americana recebeu as primeiras 9.750 doses da vacina da Pfizer-Biontech na noite de quarta-feira. Nesta véspera de Natal, a expectativa é vacinar 22 idosos e a equipe do Centro de Atenção Especializada ao Paciente com Covid-19 (Ceaco), hospital equipado para atender exclusivamente à epidemia.
Os primeiros profissionais de saúde imunizados foram o clínico-geral José Acuña Feoli e a enfermeira Tatiana Sancho Chacón, que receberam suas doses logo após os primeiros idosos.
O plano de vacinação na Costa Rica prevê uma campanha lenta, devendo durar praticamente todo o ano de 2021. As vacinas da Pfizer-Biontech chegarão em lotes semanais.
O cronograma foi dividido em cinco grupos prioritários: o primeiro inclui idosos, equipes de saúde, polícia, Cruz Vermelha, entre outros; e o segundo abrange pessoas com mais de 58 anos.
O terceiro grupo inclui a população de 18 a 58 anos com fatores de risco; o quarto corresponde aos trabalhadores do Ministério da Educação, demais funcionários públicos e os privados de liberdade; e o quinto abrange pessoas entre 40 e 57 anos que não se enquadram nas definições anteriores.
A Costa Rica soma hoje quase 162.000 infectados pelo coronavírus desde o início da epidemia, além de 2.065 óbitos relacionados à doença.
EK/efe/afp/dpa
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.