Chile elege novo presidente com Piñera como favorito
19 de novembro de 2017
O empresário e ex-presidente Sebastián Piñera lidera as pesquisas de opinião, mas pode não receber votos suficientes para evitar um segundo turno.
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Com o conservador Sebastián Piñera como grande favorito, estão sendo realizadas neste domingo no Chile (19/11) eleições para a sucessão de Michelle Bachelet, que não pode mais se candidatar. A votação escolhe também novos membros para a Câmara dos Deputados e parte do Senado.
"Vá votar, vote para quem quiser", apelou Piñera no sábado para mais de 14 milhões de chilenos aptos a votar na sétima eleição presidencial desde o fim da ditadura militar do general Augusto Pinochet, quase 30 anos atrás. Teme-se um alto índice de abstenção entre os eleitores. Oito candidatos participam das eleições, com um espectro político que vai desde a extrema direita até a extrema esquerda.
Piñera, de 67 anos, um empresário rico que já foi presidente entre 2010 e 2014, candidato da direitista Chile Vamos, aparece como favorito nas pesquisas de opinião, com entre 40 e 45% das intenções de voto. No entanto, as pesquisas sugerem que ele não obterá votos suficientes para evitar um segundo turno, previsto para 17 de dezembro. Seu adversário então poderia ser o senador Alejandro Guillier, que segundo as sondagens pode ficar com 20 a 25% dos votos neste domingo.
Os adversários
Guillier, jornalista de 64 anos, da Força de Maioria, promete continuar o plano de Bachelet de aumentar os impostos corporativos para pagar parcialmente a reforma educacional, reformar a constituição e melhorar o sistema de pensões e cuidados de saúde.
A candidata da aliança esquerdista Frente Ampla, Beatriz Sánchez, 46, aparece nas sondagens com 8,5%, enquanto o ex-deputado socialista Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista, alcançaria 4,6%. O partido Democrata Cristão, do bloco de governo da presidente Michelle Bachelet, é representado pela senadora Carolina Goic, a quem as pesquisas apontam entre 5 e 7% dos votos.
Com menos de 3% da intenção de voto aparece o ultraconservador José Antonio Kast , que representa grupos conservadores, círculos de militares reformados e partidários da ditadura de Augusto Pinochet.
Concorrem também o professor Eduardo Artés, da União Patriótica, que manifesta simpatia por governos como o da Coreia do Norte, e o senador independente Alejandro Navarro, ex-socialista que se declara aliado do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, ambos com menos de 1% na intenção de votos.
Além disso, cerca de 40 mil chilenos residentes em 59 países do mundo estão habilitados a votar pela primeira vez numa eleição presidencial.
Se Piñera vencer, ocorrerá um duplo 'dejá vu' presidencial, com o Chile tendo sido governado em 16 anos pelas mesmas duas pessoas: Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) e Sebastián Piñera (2010-2014 e 2018-2022).
A vitória de Piñera representará também, na América do Sul, o fim de um ciclo de hegemonia da esquerda, afastada do poder no Brasil e na Argentina.
RW/lusa/dpa
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Mulheres no poder
A maioria dos 193 países nas Nações Unidas é governada por homens. Mulheres à frente de uma nação são raras. Mas há exceções. Algumas são bem conhecidas; outras, nem tanto.
Foto: Reuters/Y. Herman
Angela Merkel
Eleita chanceler federal da Alemanha em 2005, foi a primeira mulher a chefiar um governo alemão. Com 62 anos de idade, cumpre seu terceiro mandato e concorre ao quarto nas eleições de setembro próximo. Muitos consideram Merkel a mulher mais poderosa do mundo. Em 2015, a revista americana "Time" escolheu a filha de pastor protestante a "Personalidade do Ano".
Foto: picture alliance/dpa/M.Gambarini
Theresa May
É a segunda primeira-ministra britânica, após Margaret Thatcher, que governou o país na década de 1980. A ex-ministra do Interior, de 60 anos, mudou-se para Downing Street pouco depois do referendo pela saída do Reino Unido da União Europeia, em julho de 2016. Agora ela enfrenta a difícil tarefa de negociar a saída de seu país do bloco.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tyagi
Beata Szydlo
A terceira mulher na chefia do governo polonês está há quase um ano no cargo. Em seu primeiro discurso diante do Parlamento, a política do partido conservador Direito e Justiça (PiS) disse ser uma prioridade do governo "garantir a segurança da Polônia e contribuir para a segurança da UE". Beata Szydlo, da 54 anos, é católica devota.
Foto: picture-alliance/W. Dabkowski
Tsai Ing-wen
Tsai Ing-wen é a primeira mulher presidente de Taiwan. Por causa de suas críticas à China, após sua posse, em maio último, Pequim congelou as relações com Taiwan. A China é irredutível na posição de que Taiwan, um estreito aliado dos Estados Unidos, algum dia se tornará independente. Tsai Ing-wen assegura que não vai "ceder a qualquer pressão" na questão da soberania.
Foto: Reuters/T. Siu
Ellen Johnson Sirleaf
A política hoje com 78 anos foi a primeira líder democraticamente eleita, em 2006, não só na Libéria, mas em todo o continente africano. Em 2011, ela e outras duas ativistas da Libéria e do Iêmen receberam o Prêmio Nobel da Paz "por sua luta pacífica pela segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres à plena participação no trabalho para garantir a paz".
Foto: Reuters/N. Kharmis
Dalia Grybauskaitė
Dalia Grybauskaitėist é a primeira chefe de governo da Lituânia. Da mesma forma como a ex-premiê Thatcher, Grybauskaitė muitas vezes é chamada "dama de ferro". Antes de ser eleita para o governo da Lituânia em 2009, e ser reeleita em 2014, ela conquistou a faixa preta em caratê, ocupou diversos postos no governo de seu país e foi comissária de Programação Financeira e Orçamento da União Europeia.
Foto: Reuters/E. Vidal
Erna Solberg
A Noruega é governada pela segunda mulher, depois de Gro Harlem Brundtland, nos anos 1980 e 1990. Erna Solberg, que tem 56 anos, tornou-se primeira-ministra em 2013. Por causa de sua rígida posição em relação à política de asilo, ela também é chamada "Erna de ferro".
Foto: picture-alliance/dpa/V. Wivestad Groett
Saara Kuugongelwa-Amadhila
Ao assumir, em 2015, a política hoje com 49 anos foi a primeira mulher na chefia do governo da Namíbia. Ainda jovem, ela havia se exilado em Serra Leoa. Mais tarde, estudou Economia nos Estados Unidos. Em 1994, ela retornou à Namíbia e iniciou a carreira política.
Foto: Imago/X. Afrika
Michelle Bachelet
No atual mandato, Michelle Bachelet é presidente do Chile desde 2014, mas ela também já esteve neste cargo de 2006 a 2010, quando foi a primeira mulher a ocupar a chefia do governo chileno. Durante a ditadura chilena, ela esteve presa e foi torturada. Mais tarde, viveu no exílio na Austrália e na então Alemanha Oriental, onde estudou Medicina.
Foto: Getty Images/AFP/C. Reyes
Hasina Wajed
Em 2016, a primeira-ministra de Bangladesh esteve na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a revista "Forbes". Hasina Wajed, de 69 anos, governa o oitavo maior país do mundo em número de população – 162 milhões de habitantes – desde 2009. Ela está na política há várias décadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Bildfunk
Kolinda Grabar-Kitarovic
Em 2015, foi eleita presidente da Croácia, tornando-se a primeira mulher neste cargo no país. A política de 49 anos já havia ocupado outros postos no governo de seu país e representou a Croácia como embaixadora em Washington. Grabar-Kitarovic também foi a primeira mulher a ser secretária-geral adjunta para a Diplomacia Pública na Otan.