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China acaba com política de filho único

29 de outubro de 2015

Casais passam a poder ter dois filhos. Decisão visa ajustar a taxa de natalidade para lidar com o envelhecimento da população. Críticos afirmam que medida vem tarde demais para corrigir impactos na economia e sociedade.

Foto: Getty Images/AFP/J. Eisele

Após mais de três décadas em vigor, a China decidiu abolir a política do filho único, anunciou nesta quinta-feira (29/10) a agência de notícias estatal Xinhua, após uma reunião da direção do Partido Comunistas chinês.

A restrição com relação ao número de filhos, no entanto, continua. Os casais agora podem ter no máximo dois filhos. Diante ao envelhecimento da população e da queda na taxa de natalidade, a proposta de suspender a política do filho único foi sugerida pela Academia Chinesa de Ciências Sociais.

A política do filho único foi introduzida no país no final da década de 1970 e visava conter a explosão populacional, além de reduzir a demanda por água e outros recursos naturais. Segundo estimativas, sem essa medida, o país teria 300 milhões de habitantes a mais do que os atuais 1,37 bilhão.

A decisão serviu para delinear prioridades nas metas de desenvolvimento econômico e social até 2020. A mudança é a maior liberalização da política chinesa de planejamento familiar, cujas restrições começaram a ser aliviadas em 2013, quando o Partido Comunista decidiu permitir um segundo filho a casais, nos quais ambos os cônjuges eram filhos únicos.

Críticos, porém, afirmam que a mudança é muita pequena e tardia para corrigir os efeitos negativos da política do filho único na economia e na sociedade. Durante mais de 30 anos, casais que não seguiam à risca o planejamento familiar do governo eram punidos duramente, com penas que iam de multas e perda de emprego até a esterilização forçada.

CN/dpa/rtr/lusa/ap

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