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Liberdade de imprensaChina

China bane transmissão da BBC World News

12 de fevereiro de 2021

Autoridades reguladoras acusam emissora britânica de prejudicar interesses chineses. Decisão é criticada pelo Reino Unido e pelos EUA.

Entrada da sede da BBC em Londres
Entrada da sede da BBC em LondresFoto: Anthony Devlin/Wire/empics/picture alliance

Autoridades reguladoras da China baniram nesta quinta-feira (11/02) a transmissão da BBC World News no país, alegando que os conteúdos da emissora britânica de televisão transgrediram "seriamente" as leis chinesas.

Em comunicado, a autoridade reguladora chinesa afirmou que a emissora desrespeita o princípio pelo qual "as informações devem ser verídicas e justas", e "não prejudicar os interesses nacionais da China". Segundo a autoridade, a emissora não cumpriu os requerimentos para canais estrangeiros e, por isso, o pedido de rede para mais um ano de transmissão não será aceito.

A BBC World News, que veicula conteúdo em inglês, não faz parte da maioria dos pacotes de televisão na China, mas estava disponível em alguns hotéis e residências.

Após a decisão, a emissora pública britânica manifestou-se "desapontada" pela decisão das autoridades chinesas. "A BBC é a difusora de informações mais fiável do mundo. Aborda temas do mundo inteiro de forma honesta, imparcial e sem receio nem favores", afirmou o porta-voz da rede. 

O ministro do Exterior britânico, Dominic Raab, condenou o banimento da BBC World News, que considerou um "ataque inaceitável à liberdade de imprensa". "A China tem algumas das restrições mais duras à liberdade de imprensa e internet em todo o mundo, e esta última decisão só prejudicará a reputação da China aos olhos do mundo", disse, em comunicado.

Os Estados Unidos também criticaram a decisão. "Apelamos à China e a outras nações que exercem um controle autoritário sobre o seu povo que permitam o acesso sem restrições à internet e à liberdade de imprensa", disse o porta-voz da diplomacia dos EUA, Ned Price. 

Resposta ao Reino Unido?

A decisão de Pequim surge uma semana após o Reino Unido retirar a licença de transmissão da emissora estatal chinesa CGTN, alinhada ao Partido Comunista Chinês. Uma investigação mostrou que a empresa detentora dos direitos de transmissão para a CGTN não possuía a responsabilidade editorial do canal e, por isso, não cumpria exigências legais para a licença.

A medida foi anunciada num contexto de tensões entre Londres e Pequim, que foi impulsionado pela imposição de uma lei de segurança nacional em Hong Kong, que limitou ainda mais as liberdades do território.

Londres também criticou as políticas repressivas de Pequim contra os uigures e anunciou no início de janeiro medidas para barrar a entrada no país de mercadorias que possam ter sido produzidas com o trabalho forçado desta minoria muçulmana da região do Xinjiang.

cn (DW/ Lusa)

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