China detém uigures em "zonas sem direitos", diz ONU
11 de agosto de 2018
Membros da minoria uigur e outros grupos muçulmanos chineses são tratados como "inimigos do Estado" e mantidos em campos secretos, revela ONU. Pequim sempre negou existência de tais instalações.
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Na sexta-feira (10/08), o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) iniciou uma avaliação anual de dois dias sobre a situação dos direitos humanos na China, expressando "profunda preocupação" com a situação dos uigures, etnia de fé muçulmana que vive no país.
Falando em Genebra, a vice-presidente do Comitê, Gay McDougall, disse que relatos confiáveis indicam que a abordagem da China para combater o extremismo religioso "transformou a região autônoma uigur em algo parecido com um campo de concentração envolto em sigilo, numa espécie de zona sem direitos."
Ela também afirmou que por volta de 2 milhões de uigures na região autônoma de Xinjiang, na China, estavam sendo enviados para "campos políticos de doutrinação".
Entre as fontes citadas nas declarações de McDougall estavam os Defensores dos Direitos Humanos Chineses, um grupo ativista que, no mês passado, informou que 21% de todas as prisões de 2017 na China foram feitas em Xinjiang.
A delegação chinesa de 50 membros em Genebra não respondeu às alegações de McDougall. No início do dia, o embaixador da China na ONU em Genebra, Yu Jianhua, disse que seu país está dando passos para alcançar igualdade e solidariedade entre todos os grupos étnicos do país.
"Inimigos do Estado"
McDougall acusou a China de tratar os uigures e outros muçulmanos como "inimigos do Estado" devido à sua identidade étnica e religiosa. Mencionando a "detenção arbitrária e maciça de quase 1 milhão de uigures."
Fatima-Binta Victoire Dah, membro do comitê da ONU, perguntou à delegação chinesa: "Qual é o nível de liberdade religiosa que os uigures desfrutam na China, que proteção legal existe para eles praticarem sua religião?"
A China alega que a região de Xinjiang está enfrentando ameaças de radicais islâmicos e extremistas envolvidos em ataques e que incitam o conflito entre a minoria uigur e a maioria étnica Han.
Críticos afirmam que os uigures são monitorados e perseguidos pelo governo, com milhares deles sendo enviados para centros de detenção e doutrinação.
Na próxima segunda-feira em Genebra, o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial se reunirá para seu segundo dia de reuniões.
CA/ap/rtr/dw
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De um lado do rio está a China, na outra margem, a Coreia do Norte. O que tradicionalmente é uma atração turística também deveria vivenciar um boom econômico. Mas esse não é o caso.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Uma ponte para lugar nenhum
Uma antiga ponte sobre o rio Yalu é uma das atrações turísticas da cidade fronteiriça chinesa de Dandong. A construção foi bombardeada e destruída pelos americanos durante a Guerra da Coreia. Os restos foram retirados no lado coreano, mas mantidos como memorial na margem chinesa. A pouco metros dali se encontra a chamada Ponte da Amizade, com movimentado tráfego transfronteiriço de mercadorias.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Passeio com fim abrupto
A parte chinesa da ponte destruída sobre o rio Yalu é aberta ao público. Em 2015, outra ligação foi erguida sobre o rio. A construção de 350 milhões de dólares foi financiada completamente pela China, levando apenas três anos de obras. Mas, até hoje, ela não pôde ser usada corretamente, já que a ponte termina no lado coreano em terras agrícolas sem ligações com estradas.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Grandes planos e dura realidade
No lado norte-coreano do Yalu, encontra-se a cidade de Sinuiju. Ali vivem quase 400 mil pessoas. A cidade é um importante ponto de cruzamento. Além da Ponte da Amizade sino-coreana, Sinuiju possui um porto próprio há mais de cem anos. E, agora, estão sendo construídas uma autoestrada e uma ligação ferroviária para Pyongyang. Isso vai facilitar consideravelmente a logística do tráfego fronteiriço.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Excursão à Coreia do Norte
Para os turistas do lado chinês, um rápido olhar sobre o cotidiano na Coreia do Norte e seus cidadãos é particularmente emocionante. Esta foto tirada no final de março em Sinuiju evidencia os instrumentos de trabalho dos agricultores norte-coreanos.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Visão mais de perto
Este chinês ganha uns trocados adicionais: por alguns yuans, ele permite que turistas olhem através de suas lunetas. Assim, a Coreia do Norte parece estar a poucos passos de distância.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Suvenires e arame farpado
Quer comprar uma lembrancinha da excursão à fronteira norte-coreana? Comerciantes chineses oferecem as suas mercadorias, com direito a vista para a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Gostinho norte-coreano também no cardápio
A influência norte-coreana na cidade fronteiriça de Dandong pode ser percebida por toda parte. Ali, para fins de prestígio, a Coreia do Norte opera, entre outros, diversos restaurantes. Essa também é uma das formas de se obter divisas para os cofres do regime em Pyongyang.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Relações arrefecidas
Desde o quarto teste nuclear em janeiro de 2016, as relações entre a Coreia do Norte e seu grande aliado China pioraram visivelmente. Posteriormente, ao contrário de vezes passadas, Pequim apoiou o novo endurecimento de sanções existentes da ONU. Em resposta a outro teste de míssil norte-coreano, os chineses suspenderam, em fevereiro, as importações de carvão do país vizinho.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Motor econômico engasgado
Na realidade, China e Coreia do Norte pretendiam expandir consideravelmente as relações econômicas na região de fronteira. Mas, atualmente, isso é pouco evidente. Embora esses apartamentos de luxo estejam prontos em Dandong, podem-se ver muitos prédios inacabados na cidade. E a planejada zona econômica especial até hoje não foi inaugurada.