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China detecta coronavírus em pacotes de alimentos do Equador

10 de julho de 2020

País asiático anuncia suspensão da importação de alimentos equatorianos após detectar vestígios em cargas de camarão. Temores com segurança alimentar aumentaram após surto de coronavírus iniciado em mercado de Pequim.

Vestígios do coronavírus foram encontrados em cargas nos portos chineses de Dalian (foto) e Xiamen
Vestígios do coronavírus foram encontrados em cargas nos portos chineses de Dalian (foto) e Xiamen Foto: picture-alliance/newscom/S. Shaver

A China anunciou nesta sexta-feira (10/07) a suspensão das importações de alimentos do Equador após encontrar rastros do novo coronavírus em embalagens de camarão.

Os vestígios foram encontrados em contêineres com pacotes de camarão branco do Pacífico nos portos chineses de Dalian e Xiamen, segundo informou a Administração Geral de Alfândegas do país.

Em comunicado, as autoridades disseram que testes com ácido nucleico em pacotes das empresas Industrial Pesqueira Santa Priscila, Empacreci e Edpacif apresentaram resultados positivos e que existe risco de transmissão da doença.

A testagem constatou rastros do vírus nas embalagens externas, mas não nos alimentos ou na parte interna. Mesmo assim, as autoridades consideraram o sistema de gestão de segurança das empresas como inadequado.

Segundo a Administração Geral de Alfândegas, foram realizados testes em mais de 220 mil amostras de produtos alimentícios e suas embalagens, mas nenhum outro produto apresentou resultados positivos.

"A fim de evitar perigos ocultos e proteger a saúde da população, anunciamos a suspensão dos requisitos necessários para o registro dessas empresas na China e suspendemos a aceitação de seus produtos", diz o comunicado.

As autoridades aduaneiras pediram às empresas equatorianas a "retirada imediata" dos camarões congelados produzidos após o dos 12 de março, exigindo que retornem a mercadoria ao país ou que a destruam.

Aumentaram as preocupações com a segurança alimentar na China desde que o vírus foi detectado no início de junho em um gigantesco mercado municipal de Pequim. Especialistas chineses afirmam que a o ressurgimento da doença teria origem na Europa – eles não apontaram como teria chegado até o local.

Até o momento, indícios sugerem que o coronavírus teria sido encontrado em uma tábua de cortar salmão importado, mas não há provas de que as pessoas infectadas tenham contraído a doença após a ingestão de alimentos contaminados, incluindo peixe e mariscos.

O diretor do laboratório de microbiologia do centro nacional para a avaliação de riscos de inoculação alimentar assegurou em junho que mesmo que o vírus não venha dos alimentos, "é possível que suas embalagens estivessem contaminadas".

A China chegou ao quarto dia sem contágios por transmissão local, depois que as autoridades anunciaram na última terça-feira que a capital chinesa, pela primeira vez desde o ressurgimento da doença, não tinha registrado nenhum novo caso.

RC/efe/afp

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