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China e Índia prometem superar disputas territoriais nas fronteiras

20 de maio de 2013

Em Nova Déli, primeiro-ministro chinês diz que os dois países mais populosos do mundo precisam evitar tais desgastes para se tornarem motores da economia global. Acordos econômicos vão expandir comércio bilateral em 50%.

Foto: Reuters

Os governos da Índia e da China concordaram em buscar uma solução pacífica para resolver uma questão que se arrasta há cinco décadas: a disputa por território em suas fronteiras. A declaração foi dada nesta segunda-feira (20/05) durante a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, à Índia.

Segundo os dois países, enviados especiais de ambas as partes continuarão as negociações iniciadas agora "na busca por um acordo baseado em uma divisão justa, razoável e mutuamente aceitável", afirmou o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, logo após encontro com o colega chinês em Nova Déli.

O chefe do governo chinês destacou ainda que os dois países alcançaram um "consenso estratégico e aprofundaram uma confiança estratégica". "Ambos os lados concordam que precisamos melhorar os vários mecanismos relacionados às fronteiras e torná-los eficientes", declarou.

A visita de Li à Índia – a primeira viagem internacional do líder chinês desde que tomou posse, em março passado – ocorre duas semanas após 20 dias de tensão vividos entre soldados chineses e indianos em Ladakh, região de fronteira no extremo norte da Índia. Os indianos acusaram as tropas chinesas de terem avançado 19 quilômetros no seu território.

A disputa pelos limites territoriais – que envolvem grandes áreas em torno dos 4 mil quilômetros de fronteiras – é um legado da sangrenta guerra 1962 entre os países vizinhos. A Índia questiona o controle de Pequim sobre uma área de 43 mil quilômetros de terra improdutiva na Caxemira. Já a China disputa 90 mil quilômetros quadrados no estado de Arunachal Pradesh, nordeste da Índia, que afirma ser parte do sul do Tibet.

Primeiro-ministro chinês é recebido no palácio presidencial Rashtrapati Bhavan, em Nova DéliFoto: Reuters

Cooperação econômica

Li Keqiang e Manmohan Singh ainda assinaram oito acordos para ampliar os laços econômicos e de cooperação entre seus dois países. A meta acertada visa alcançar 100 bilhões de dólares em negócios bilaterais até 2015, mais de 50% que os atuais 66 bilhões de dólares. Eles também concordaram em reverter um déficit comercial para a Índia de 29 bilhões de dólares especialmente nas áreas de tecnologia de informação, farmacêutica e agricultura.

A China está entre os principais parceiros econômicos da Índia. Segundo o primeiro-ministro chinês, a decisão pela Índia como primeiro país a visitar após sua posse indica "a grande importância que Pequim atribui às relações entre os dois países".

Li disse ainda que os dois países mais populosos do mundo – juntos eles abrigam 40% da população mundial – podem se tornar um novo motor para a economia global se evitarem tais desgastes. Além de influência regional, China e Índia disputam também fontes de energia para promover suas economias em crescimento.

Programação internacional continua

Durante sua visita de três dias à Índia, Li vai se encontrar ainda com a presidente do partido no comando do Parlamento, Sonia Gandhi, e também com o líder do Partido do Povo Indiano (Bharatiya Janata), de oposição. Ele ainda vai a Mumbai, onde terá reuniões com empresários e discutirá acordos comerciais.

De lá, na quarta-feira, o primeiro-ministro chinês irá ao Paquistão e, em seguida, à Suíça. No próximo domingo ele vai a Berlim, onde será recebido pela chanceler federal alemã, Angela Merkel.

MSB/dpa/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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