China e Rússia apresentam plano comum para Coreia do Norte
4 de julho de 2017
Para amenizar tensões, Pequim e Moscou propõem moratória do programa nuclear norte-coreano, incluindo testes de mísseis, e suspensão das manobras militares conjuntas de EUA e Coreia do Sul.
Anúncio
Rússia e China apresentaram nesta terça-feira (04/07) um plano para tentar diminuir as tensões causadas pelo programa nuclear da Coreia do Norte. A iniciativa propõe que os norte-coreanos declarem uma moratória dos seus testes de mísseis e demais atividades nucleares e que, ao mesmo tempo, Estados Unidos e Coreia do Sul suspendam os exercícios militares conjuntos.
As sugestões foram apresentadas pelos ministros do Exterior da Rússia e da China depois de conversações entre os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, motivadas por um novo teste de míssil pela Coreia do Norte. As potências rejeitaram o uso da força e defenderam a coexistência pacífica.
Segundo Putin, as duas partes concordaram em levar adiante "uma iniciativa comum, que está baseada no plano russo de resolução do conflito coreano por etapas e a ideia chinesa de congelar paralelamente as atividades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e as manobras militares em larga escala de Estados Unidos e Coreia do Sul".
Rússia e China manifestaram "profunda preocupação com o anúncio da Coreia do Norte, de 4 de julho, sobre o lançamento de um míssil balístico", que consideram um fato inadmissível, já que contradiz resoluções do Conselho de Segurança da ONU. "As partes pedem reiteradamente à Coreia do Norte para que cumpra de maneira estrita as cláusulas incluídas nas citadas resoluções."
Além disso, os dois países frisaram que a instalação do escudo antimísseis Thaad dos Estados Unidos na Coreia do Sul "representa um grave prejuízo para os interesses de segurança estratégica dos países da região, incluindo Rússia e China".
"As preocupações da Coreia do Norte devem ser respeitadas", afirmaram. Os países envolvidos devem realizar esforços para a retomada das negociações e para a criação de "uma atmosfera de paz e de confiança mútua".
A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira o lançamento do seu primeiro míssil balístico intercontinental, um marco no programa armamentista do regime comunista, embora a Rússia afirme que se trata de um míssil de médio alcance.
AS/efe/ap
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Pyongyang prometeu responder a qualquer provocação militar após EUA sinalizarem disposição de agir contra o regime. Qual a real força desse Exército que desafia potências internacionais?
Foto: Reuters/S. Sagolj
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Foto: picture-alliance/dpa
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Foto: Gettty Images/AFP/E. Jones
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Foto: Reuters/K. Hong-Ji
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Foto: Reuters/KCNA
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA.