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China

5 de novembro de 2010

Artista Ai Weiwei está sob prisão domiciliar, em represália a suposto plano de festa em protesto à demolição de seu ateliê em Xangai. Pequim faz ameaça a países que forem representados na entrega do Nobel da Paz.

Ai Wei Wei

Até o próximo domingo (07/11), o artista Ai Wei Wei não poderá deixar sua casa em Pequim, conforme ele mesmo notificou nesta sexta-feira (05/11). A razão é supostamente uma "festa", para a qual ele teria convidado diversas pessoas, em protesto contra a demolição de seu ateliê, ordenada pelas autoridades chinesas.

O artista e opositor do regime na China já enfrentou várias vezes problemas com as autoridades de seu país. Em março último, foi concluída a construção de seu ateliê em Xangai, um espaço e dois mil metros quadrados, erigido com a permissão da prefeitura da cidade, mas até hoje não inaugurado. As autoridades afirmam que a construção teria sido ilegal e ameaçam demolir o prédio.

Ameaças concretas

O governo chinês alertou também a Alemanha e outros países ocidentais contra a participação na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz a Liu Xiaobo, a ser realizada em Oslo, capital da Noruega, em dezembro. Pequim ameaçou também outros países com sérias "consequências".

O governo alemão divulgou que não se deixará ameaçar pelas autoridades chinesas e que enviará representantes à cerimônia. O ministério alemão das Relações Exteriores confirmou mais uma vez o pedido oficial de Berlim em prol da libertação de Liu Xiabo.

Ação perante a ONU

Uma equipe internacional de advogados entrou com uma ação perante as Nações Unidas contra a prisão de Liu Xiaobo. Segundo eles, a prisão domiciliar do ativista chinês vai contra o Direito Internacional.

O vice-ministro chinês do Exterior, Cui Tiankai, afirmou que as reivindicações em prol de Liu Xiaobo são "uma afronta à Justiça" de seu país. Ele repetiu mais uma vez as ameaças contra todos os países que participarem da cerimônia de entrega do Nobel da Paz .

"A opção de alguns países europeus e de outros é clara e simples: se eles querem se tornar parte de um jogo político, se querem desafiar o sistema judiciário chinês ou se querem, de maneira responsável, desenvolver uma amizade verdadeira com o governo e com o povo chineses. Eles precisam decidir-se", finalizou Ciu.

Tradicionalmente, a Alemanha envia a Oslo um representante para a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz. "Não há este ano, diante das circunstâncias, nenhuma razão para interrompermos essa prática de tantos anos", afirmou um funcionário do governo em Berlim.

SV/dpa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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