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Erming Zhu (av)9 de setembro de 2006

Os atentados de 11 de setembro de 2001 promoveram uma certa aproximação entre a China e a maior potência ocidental. Porém desconfiança e temores ainda dominam suas relações.

Presidentes Hu Jintao (esq.) e George W. BushFoto: AP

Há décadas a política dos Estados Unidos em relação à China oscila entre dois pólos: integração (engagement) e contenção (containment). Isto depende da situação momentânea da política mundial, da gravidade dos conflitos bilaterais e do clima político-social interno.

Constante é a tendência de cada novo governo norte-americano inicialmente adotar uma postura de confrontação diante dos chineses. Após um certo tempo, ocorre uma mudança no sentido do pragmatismo e da cooperação.

Em 1997, durante seu segundo mandato, Bill Clinton elevou a China ao status de "parceira estratégica". Em contrapartida, em sua campanha eleitoral o presidente George W. Bush classificou aquele país asiático como "concorrente estratégico". As relações entre as duas nações pioraram em conseqüência de uma colisão entre dois aviões militares sobre o mar, no sul da China, em abril de 2001.

11/09 foi chance de melhora

Jiang Zemin renunciou em 2002Foto: AP

Diante deste pano de fundo, é tão mais admirável o telefonema do então chefe chinês de Estado e de partido, Jiang Zemin, a Bush, logo após os atentados de 11 de setembro de 2001. Não apenas para expressar seu pesar e condenação, mas também para oferecer a ajuda ativa de seu país no combate ao terrorismo internacional.

Essa decisão do governo chinês implicava riscos internos. Na época, eram virulentas as tendências antiamericanas no país, sobretudo entre os estudantes. Elas se manifestaram, por exemplo, em numerosos textos na internet, cujos autores consideravam o 11/09 como a "conta" pela política estadunidense de poder, assim como por seu papel de autodenominada polícia do mundo.

Jiang Zemin, contudo, viu nos atentados uma nova chance para melhorar as relações entre a China e os Estados Unidos.

Balanço negativo para Pequim

Cinco anos após os atos terroristas em Nova York e Washington, pode-se fazer um primeiro balanço. Segundo analistas, este não resulta muito positivo para a China: o país não registrou um aumento da confiança entre os norte-americanos, nestes anos.

A população dos EUA continua considerando-o seu maior concorrente à liderança mundial. O Congresso norte-americano está preparando um projeto de lei impondo taxas alfandegárias de 27% sobre todos os produtos made in China.

Antes do 11 de setembro a presença militar norte-americana estava restrita à região ao leste da China, sobretudo Japão, Coréia, e alguns países do Sudeste Asiático. Agora também no oeste o país é confrontado com GIs. Embora o contingente estacionado no Uzbequistão tenha sido retirado em julho de 2006, permaneceram as tropas do Quirguistão e do Afeganistão.

Medo do cerco estadunidense

Visita de Bush à Mongólia, em 2005Foto: AP

Washington suspendeu ainda as restrições às vendas de armas para a Índia, mantendo-as, contudo, para os chineses. A Índia e os EUA fecharam cooperação nos setores estrategicamente importantes da tecnologia nuclear civil e das viagens espaciais, embora Nova Délhi até hoje não tenha assinado o Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas.

Os EUA se comprometeram a formar soldados vietnamitas. E Bush foi o primeiro presidente norte-americano a visitar a Mongólia, oferecendo ajuda militar no valor de 20 milhões de dólares por ano, além de estarem combinadas manobras militares em conjunto com aquele país.

Em conseqüência, a China esbarra em atividades militares norte-americanas em praticamente todas as suas fronteiras. Não é de espantar que o receio dos chineses de ficarem isolados pelos Estados Unidos esteja mais vivo do que nunca, cinco anos após o atentados de 11/09.

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