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China fecha acordo com os EUA para reduzir déficit comercial

20 de maio de 2018

Washington anuncia suspensão temporária das sobretaxas impostas à China, e Pequim concorda em aumentar compra de bens e serviços americanos. Departamento do Tesouro diz que guerra comercial foi evitada.

Symbolbild zur drohenden Zuspitzung des Handelskrieg s zwischen den Vereinigten Staaten von Amerika
Segundo a Casa Branca, haverá um aumento substancial das importações de produtos agrícolas e de energia por parte da China.Foto: imago/R. Peters

Os Estados Unidos e a China anunciaram neste sábado (19/05) que chegaram a um acordo sobre como reduzir o déficit comercial entre os países. De um lado, os chineses se comprometeram a aumentar significativamente a compra de bens e serviços americanos.

Em comunicado conjunto, os dois países revelaram o resultado dos dois dias de negociações realizadas em Washington, que incluíram uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, principal assessor econômico do presidente Xi Jinping.

"Houve consenso para tomar medidas efetivas para reduzir substancialmente o déficit comercial de bens dos Estados Unidos em relação à China", indicou o comunicado publicado pela Casa Branca.

"Para enfrentar as crescentes necessidades de consumo do povo chinês e a necessidade de um desenvolvimento econômico de alta qualidade, a China aumentará significativamente suas compras de bens e serviços dos EUA", completou a nota.

Segundo a Casa Branca, haverá um aumento substancial das importações de produtos agrícolas e de energia por parte da China. Agora, o governo Trump planeja enviar uma equipe americana a Pequim para acertar os últimos detalhes do acordo.

"Também houve consenso sobre a necessidade de criar condições favoráveis para um aumento do comércio de bens e serviços manufaturados", finalizou o comunicado conjunto.

Os dois países acertaram ampliar a cooperação na questão da propriedade intelectual, e a China se comprometeu a promover mudanças nas leis e regulações nesta área.

O comunicado não diz se os dois países acertaram uma meta concreta para a redução do déficit, como Trump desejava.

Durante uma visita a Pequim há duas semanas, a delegação americana exigiu da China uma redução de 200 bilhões de dólares no déficit comercial até 2020, assim como o fim dos subsídios de Pequim a alguns setores e uma maior proteção da propriedade intelectual.

Suspensão das tarifas

Após o anúncio do acordo, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse neste domingo que o governo do país "suspendeu" temporariamente a imposição de tarifas à China.

"Suspendemos as tarifas enquanto executamos o acordo", afirmou Mnuchin em entrevista à rede de televisão Fox News.

O secretário acrescentou que se referia aos 150 bilhões de dólares em tarifas a centenas de produtos chineses que Trump tinha ameaçado aplicar por questões de propriedade intelectual e para forçar Pequim a equilibrar a balança comercial. "Estamos suspendendo a guerra comercial", disse Mnuchin.

Já na China, a imprensa oficial saudou o acordo e também concluiu que se evitou uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.

"Pequim e Washington saíram de negociações tensas e difíceis com o acordo de não se envolver em uma guerra comercial", destacou em artigo de opinião a agência oficial Xinhua, assegurando que em rodadas negociadoras anteriores o governo dos EUA tinha colocado condições prévias "nada razoáveis".

De acordo com a Xinhua, o comunicado conjunto emitido por ambos os países após a visita aos EUA do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, envia a mensagem de que "as duas maiores economias mundiais estão dispostas a evitar suas diferenças com o consenso alcançado por seus presidentes", Xi Jinping e Donald Trump.

JPS/efe

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