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SaúdeChina

China impõe lockdown a 13 milhões para conter surto de covid

22 de dezembro de 2021

Semanas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, autoridades adotam tolerância zero para conter o coronavírus e obrigam milhões de pessoas a ficarem em suas casas.

Somente uma pessoa de cada casa em Xian, na China, pode sair a cada dois dias para as compras essenciais. Pessoas caminham em rua normalmente bem mais movimentada, em frente a um mercado vazio.
Somente uma pessoa de cada casa em Xian, na China, pode sair a cada dois dias para as compras essenciaisFoto: STEPHEN SHAVER/newscom/picture alliance

Autoridades chinesas ordenaram os mais de 13 milhões de habitantes da cidade de Xian a permanecerem em suas casas, após a imposição de um rígido lockdown nesta quarta-feira (22/12) para conter um novo surto de covid-19.

O país está em alerta máximo para o surgimento de surtos locais e combate o coronavírus em várias cidades, enquanto Pequim se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.

As novas restrições foram impostas após Xian registrar 53 novas infecções por coronavírus nesta quarta-feira – de 57 registradas em todo o país – elevando o total de casos para 143, desde 9 de dezembro.

A partir da meia-noite desta quinta-feira, todas as residências poderão enviar, a cada dois dias, um morador para comprar as necessidades básicas. Todos os demais devem permanecer em casa, a não ser em caso de emergência, informou a prefeitura através de seu portal na rede social Weibo.

Os que violarem essas regras devem apresentar provas da existência de "circunstâncias especiais” e enviar um pedido de aprovação. A ordem veio um dia após a cidade começar a testar todos os seus 13 milhões de habitantes.

Tolerância zero

As linhas de ônibus de longa distância foram suspensas e foram colocados bloqueios para o controle de doenças nas rodovias que saem de Xian. Mais de 85% dos voos que chegariam ou partiriam da cidade foram cancelados, segundo o portal de rastreamento de voos VariFlight.

Na cidade, a capacidade de passageiros no transporte púbico foi reduzida e as escolas, fechadas. Todo o comércio e serviços públicos não essenciais receberam ordens de fechamento, com a exceção de supermercados, lojas de conveniência e instituições médicas.

Atividades de grande porte, inclusive em ambientes externos como parques, estão suspensas. O governo local pediu que as empresas permitam que seus funcionários trabalhem de casa.

A China, onde surgiu o primeiro surto do coronavírus Sars-Cov-2 no final de 2019, conseguiu diminuir radicalmente os casos da doença desde a metade do ano, através de sua estratégia Zero-covid. A iniciativa envolve controles rígidos de fronteiras, imposição de lockdowns localizados e longas quarentenas.

Até mesmo o surgimento de apenas um caso em uma comunidade pode levar as autoridades a impor restrições.

A política de tolerância zero à covid-19 foi reforçada a pouco antes da chegada de milhares de atletas internacionais para os Jogos Olímpicos, que se iniciam em pouco mais de um mês. Pequim já começou a exigir testes negativos de covid-19 para os viajantes que chegam ao país, além de limitar o tráfego aéreo interno.

Além da covid-19, Xian ainda sofre com o surgimento nos últimos meses de uma febre hemorrágica potencialmente mortal, transmitida por animais roedores. As autoridades afirmam que a ocorrência da doença é normal no norte da China, e pode ser evitada através da vacinação.

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