1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

China impõe silêncio no aniversário do massacre de 1989

4 de junho de 2022

Massacre da Praça da Paz Celestial completa 33 anos. Para evitar comemorações, segurança é reforçada nas ruas de Pequim e Hong Kong. Medidas na capital chinesa incluem dispositivos de reconhecimento facial.

Mulher levanta folha de papel em branco diante de policiais. Todos usam máscara de proteção
Mulher portando folha de papel em branco é controlada por policiais em Hong Kong Foto: Lam Yik/REUTERS

O massacre da Praça da Paz Celestial completa 33 anos neste sábado (04/06), entre o silêncio habitual em Pequim e a proibição em Hong Kong da tradicional vigília comemorativa.

A China impediu qualquer tipo de celebração, impondo um reforço nas medidas de segurança em Pequim e advertências policiais contra reuniões em Hong Kong.

As autoridades comunistas fazem há mais de três décadas o possível para suprimir todas as memórias do ocorrido. Os livros de história não o mencionam e os comentários nas redes sociais sobre o assunto são censurados sistematicamente.

Na capital chinesa, a Praça da Paz Celestial amanheceu neste sábado sob um forte esquema de segurança, com dispositivos de reconhecimento facial nas ruas próximas e controles aleatórios dos passantes.

Hong Kong

Pelo terceiro ano consecutivo, os habitantes de Hong Kong não puderam se reunir no Victoria Park – que amanheceu completamente isolado – onde costumava ser realizada a maior comemoração do mundo deste evento histórico.

A presença policial ao redor do lugar já era visível desde a noite de sexta-feira, quando suas principais áreas foram interditadas até domingo, para impedir reuniões não autorizadas.

A forte presença da polícia incluiu saídas de metrô, ruas ao redor e o entorno de um conhecido shopping center próximo ao parque.

Os agentes de segurança checavam na manhã deste sábado a identificação de transeuntes e pediram às pessoas que tiravam fotos do lado de fora para deixarem o local.

Naquele 1989, muitas pessoas na então colônia britânica de Hong Kong apoiaram o movimento de protesto desencadeado em Pequim e, por 30 anos ininterruptos, realizaram uma vigília à luz de velas no parque, para homenagear as vítimas da sangrenta repressão e pedir mecanismos democráticos na China.

Mesmo após a entrega da soberania ao país asiático em 1997, Hong Kong ainda conseguiu sediar o evento histórico em virtude de seu status semiautônomo que o distingue do resto da China continental.

Todos os anos, milhares de pessoas participavam da vigília, até que em 2020 e 2021 a polícia de Hong Kong a proibiu, citando a pandemia como pretexto, algo que não impediu que alguns ativistas desafiassem o veto e aparecessem no parque, sendo posteriormente presos.

"Preocupações sanitárias"

Este ano, a polícia de Hong Kong invocou mais uma vez "preocupações sanitárias" em relação à covid-19 para cancelar o evento, mas também enfatizou que "algumas pessoas têm usado as redes sociais para espalhar discurso de ódio contra o governo" e "incitar as pessoas a virem o parque para participar de reuniões não autorizadas.

Desde quinta-feira, o órgão vem alertando a população para não ultrapassar "limites” sob o risco de infringir a lei.

Além disso, pela primeira vez desde 1990, nenhuma organização de Hong Kong pediu às autoridades que autorizassem o evento comemorativo: o grupo civil que o convocava todos os anos foi dissolvido por pressão das autoridades, e muitos de seus membros estão presos por diferentes motivos.

E as igrejas católicas da cidade também tomaram a decisão sem precedentes de não celebrar sua missa anual pelas vítimas do massacre.

md (EFE, Reuters, AFP; DPA)

Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque