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China mantém crescimento acima da meta anual

19 de outubro de 2017

Expansão de 6,8% da segunda maior economia do mundo no terceiro trimestre fica ligeiramente abaixo da alta no restante do ano. Presidente afirma que perspectivas são "brilhantes", mas que país enfrenta "sérios desafios".

Trabalhadora em fábrica na China
Empresas e investidores estão atentos a reformas econômicasFoto: Reuters

A China, a segunda maior economia do mundo, cresceu 6,8% no terceiro trimestre deste ano, anunciou o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês nesta quinta-feira (19/10). A alta ficou 0,1 ponto percentual abaixo dos 6,9% registrados nos primeiros seis meses de 2017. A meta do governo chinês para 2017 é de 6,5% de crescimento, "ou mais alto, se possível".

O crescimento no terceiro trimestre foi apoiado por fortes vendas no varejo (crescimento de 10,4% nos primeiros nove meses de 2017) e exportações, mas especialistas advertem que a crescente dívida da China representa riscos financeiros e pode afetar a expansão econômica.

Leia mais: Xi Jinping anuncia nova era na China, mas sem grande mudança

Analistas preveem um abrandamento do crescimento econômico diante do reforço pelas autoridades chinesas do controle sobre empréstimos bancários, visando travar o aumento da dívida, visto como a maior ameaça à estabilidade econômica do país.

Pequim está buscando reconfigurar o modelo econômico chinês, visando uma maior ênfase no consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas. Por outro lado, a China tem tido um aumento exponencial em créditos, desde a crise financeira global de 2008, que atrasou o reequilíbrio da economia.

Num discurso proferido na quarta-feira, na abertura do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o presidente do país, Xi Jinping, disse que as perspectivas da China são "brilhantes", mas reconheceu que a economia do país enfrenta "sérios desafios".

Ele acrescentou que o partido terá que assumir "grandes riscos" e superar "forte resistência". Empresas e investidores estão atentos a sinais do Congresso sobre a profundidade das reformas econômicas.

No discurso perante os mais poderosos do regime chinês, Xi repetiu promessas de dar ao mercado um "papel decisivo" na alocação de recursos, mas afirmou também a intenção do partido de desenvolver as empresas estatais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça 6,7% este ano, mantendo o ritmo de 2016. A instituição elevou duas vezes suas perspectivas para a economia chinesa este ano, alegando o forte aumento dos gastos públicos.

O PCC definiu como meta para 2020 dobrar o nível médio de rendimento em relação a 2010 e alcançar uma "sociedade moderadamente confortável". Analistas da instituição bancária UBS apontam que, para atingir esse objetivo, o país deve manter um crescimento mínimo de 6,3% até ao fim da década.

PV/lusa/dpa/afp

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