Principal parceiro comercial de Pyongyang, Pequim anuncia fim das importações de ferro, carvão e pescado. Medida foi aprovada no Conselho de Segurança e deve ter impacto de US$ 1 bilhão para o regime de Kim Jong-un.
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O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (14/08) a entrada em vigor de sanções à economia norte-coreana, em retaliação à recusa do regime de Kim Kong-un de congelar o desenvolvimento de seu programa nuclear.
As sanções haviam sido aprovadas no último dia 6 de agosto pelo Conselho de Segurança da ONU. Elas se aplicam às exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e pescado e devem ter impacto de 1 bilhão de dólares (33%) no total de vendas de Pyongyang ao exterior.
Acusada pelo governo Donald Trump de não fazer o suficiente para pressionar a Coreia do Norte, a China cumpre, assim, sua promessa de colocar as sanções em prática dentro do prazo – 30 dias após a aprovação da resolução no Conselho de Segurança.
A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte: em 2016, o comércio norte-coreano com outros países totalizou 6 bilhões de dólares. Do valor, cerca de 5,5 bilhões (ou 91,5%) correspondem às trocas comerciais com os chineses.
Membro permanente e com direito a veto no Conselho de Segurança, a China assegura que apoia totalmente as sanções, mas costuma ressaltar a necessidade de que não afetem excessivamente a economia norte-coreana e coloque o povo em perigo.
"É preciso evitar efeitos negativos contra atividades econômicas e cooperação que não estejam proibidas, como a ajuda humanitária ou a troca de alimentos", destacou na semana passada o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês Geng Shuang.
Em julho, Trump reclamou que o comércio entre China e Coreia do Norte havia aumentado 40% no primeiro trimestre. Pequim defendeu a aliança econômica como uma relação normal entre dois países vizinhos que não viola as sanções da ONU.
A China suspendeu já desde fevereiro a importação de carvão, mas comprou 74 milhões de dólares de minério de ferro da Coreia do Norte nos primeiros cinco meses do ano, cifra quase igual ao total de 2016. As compras de pescado totalizaram 46 milhões em junho, quase o triplo em comparação a maio.
As sanções à Coreia do Norte entram em vigor a partir desta terça-feira. Elas coincidem com a escalada da retórica entre EUA e Coreia do Norte, o que levou a temores de um conflito na península.
RPR/ap/afp
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.