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China proíbe todas as transações em criptomoedas

24 de setembro de 2021

Pequim torna ilegais operações financeiras envolvendo Bitcoin, Ethereum, e outras moedas virtuais. Medida fecha lacunas que ainda permitiam o uso de plataformas estrangeiras.

Símbolo da Bitcoin em frente a notas e moedas de yuan. Criptomoedas estão associadas a crimes e fraudes na China e outros países
Bitcoin e outras criptomoedas estão associadas a crimes e fraudes na China e outros paísesFoto: Daniel Kalker/picture alliance

O Banco Popular da China declarou nesta sexta-feira (24/09) a ilegalidade de todas as transações financeiras envolvendo criptomoedas como Bitcoin, Ethereum e outras. O regime chinês acusa esses instrumentos de desestabilizarem o sistema financeiro e de serem utilizados em práticas de lavagem de dinheiro e outros crimes.

"Transações de derivados em moedas virtuais são atividades financeiras ilegais e estão estritamente proibidas”, afirmas o Banco Popular chinês, que atua como o banco central do país, em seu website. O valor da Bitcoin despencou mais de 9% nas primeiras horas após o anuncio. O mesmo como ocorreu com outras criptomoedas, as quais não podem ser rastreadas, o que impede que sejam reguladas.  O Bitcoin registrou queda de quase 6% nesta sexta-feira após o anúncio chinês.

Os bancos chineses foram proibidos de utilizarem as moedas virtuais em 2013.  Mas operadores chineses encontraram lacunas e continuaram a investir em criptomoedas, usando plataformas estrangeiras. Agora, bolsas estrangeiras estão proibidas de fornecer serviços a investidores no país via Internet.

O fato de o governo ter emitido essa alerta este ano sugere que as autoridades estariam preocupadas com a chamada "mineração” das criptomoedas – processo usado para verificar transações entre os usuários em uma rede descentralizada – e sua comercialização, que possivelmente ainda estaria ocorrendo.

Ou ainda, é possível que o sistema financeiro administrado pelo estado esteja indiretamente exposto a riscos. Analistas temem a proliferação de investimentos ilícitos e arrecadação de fundos através dessas moedas na segunda maior economia do mundo, que possui regras rígidas sobre o fluxo de capital.

Os defensores das criptomoedas dizem que elas permitem a anonimidade e flexibilidade, mas os reguladores chineses se preocupam com um possível enfraquecimento do controle sobre o sistema financeiro por parte do regime comunista, além do acobertamento de atividades criminosas.

Em junho, autoridades chinesas afirmaram que mais de mil pessoas já haviam sido presas por usarem os lucros obtidos com crimes para comprar criptomoedas.

China prepara yuan virtual

O Banco Popular da China desenvolve uma versão virtual da moeda oficial do país, o yuan, para transações sem dinheiro vivo, que possam ser controladas e rastreadas.

Agências reguladoras de outros países alertam com frequência cada vez maior que as criptomoedas exigem maior supervisão. Nos Estados Unidos, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Gary Gensler, diz que os investidores precisam de mais proteção no mercado das moedas virtuais, que ele diz ser "repleto de fraudes, golpes e abusos”.

A SEC já ganhou na Justiça dezenas de casos contra "criptofraudadores”, mas, segundo Gensler,  a agência ainda precisa que o Congresso aprove mais autoridades e financiamentos para regular adequadamente o mercado.

rc (AP, AFP)

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