Comitê Central do Partido Comunista propõe o fim do limite de dois mandatos para presidente e vice-presidente do país. Se mudança for aprovada, Xi Jinping poderá ficar no poder até depois de 2023.
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O Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) propôs neste domingo (25/02) a abolição do limite de dois mandatos para presidente e vice-presidente, uma mudança que, se aprovada, permitirá que o atual presidente, Xi Jinping, possa ser eleito pela terceira vez, continuando no poder além do máximo de dez anos atualmente permitidos. Em outubro passado, o PCC havia confirmado o segundo mandato de Xi por outros cinco anos.
Após uma sessão de estudo na qual o próprio presidente participou, o comitê propôs eliminar da Constituição chinesa a expressão de que o presidente e o vice-presidente "não servirão mais de dois mandatos consecutivos".
Além disso, o Comitê propôs outras mudanças na Carta Magna, como agregar uma frase que enfatize a liderança do PCC. "A direção do Partido Comunista da China é a característica definidora do socialismo com caraterísticas chinesas", aponta a proposta.
Esta reforma constitucional será discutida a partir de segunda-feira em um plenário de três dias de duração, mas não será apresentada aos legisladores para que a votem até março, quando ocorrerá a sessão anual da Assembleia Popular Nacional (Legislativo).
Nesta sessão também será discutida a proposta do Comitê apresentada em janeiro, que consiste em incluir na Constituição o pensamento político de Xi sobre "o socialismo com caraterísticas chinesas em uma nova era". A proposta coloca as ideias de Xi no mesmo nível que as de históricas figuras do partido, como Mao Tsé-Tung e Deng Xiaoping.
O enaltecimento da figura de Xi foi o principal resultado do Congresso do PCC realizado em outubro, no qual não foi debatida a extensão do mandato presidencial, mas intuiu-se que o país caminhava nessa direção.
O Xi Jingping, de 64 anos, é considerado o líder chinês mais poderoso em décadas, e ainda não há uma figura relativamente jovem que possa aparecer como substituto dele a médio prazo, depois que os dois presidentes anteriores deixaram o cargo após dez anos, divididos em dois mandatos.
Em seu discurso de domingo, Xi insistiu sobre a importância da Carta Magna e disse que "nenhuma organização ou indivíduo tem o privilégio de ultrapassar a Constituição ou a lei".
Xi também afirmou que a China deveria fazer pleno uso da Constituição para modernizar o sistema e a capacidade do governo e fortalecer a capacidade de governança do Partido a longo prazo.
MD/efe/dpa
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Na fronteira entre China e Coreia do Norte
De um lado do rio está a China, na outra margem, a Coreia do Norte. O que tradicionalmente é uma atração turística também deveria vivenciar um boom econômico. Mas esse não é o caso.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Uma ponte para lugar nenhum
Uma antiga ponte sobre o rio Yalu é uma das atrações turísticas da cidade fronteiriça chinesa de Dandong. A construção foi bombardeada e destruída pelos americanos durante a Guerra da Coreia. Os restos foram retirados no lado coreano, mas mantidos como memorial na margem chinesa. A pouco metros dali se encontra a chamada Ponte da Amizade, com movimentado tráfego transfronteiriço de mercadorias.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Passeio com fim abrupto
A parte chinesa da ponte destruída sobre o rio Yalu é aberta ao público. Em 2015, outra ligação foi erguida sobre o rio. A construção de 350 milhões de dólares foi financiada completamente pela China, levando apenas três anos de obras. Mas, até hoje, ela não pôde ser usada corretamente, já que a ponte termina no lado coreano em terras agrícolas sem ligações com estradas.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Grandes planos e dura realidade
No lado norte-coreano do Yalu, encontra-se a cidade de Sinuiju. Ali vivem quase 400 mil pessoas. A cidade é um importante ponto de cruzamento. Além da Ponte da Amizade sino-coreana, Sinuiju possui um porto próprio há mais de cem anos. E, agora, estão sendo construídas uma autoestrada e uma ligação ferroviária para Pyongyang. Isso vai facilitar consideravelmente a logística do tráfego fronteiriço.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Excursão à Coreia do Norte
Para os turistas do lado chinês, um rápido olhar sobre o cotidiano na Coreia do Norte e seus cidadãos é particularmente emocionante. Esta foto tirada no final de março em Sinuiju evidencia os instrumentos de trabalho dos agricultores norte-coreanos.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Visão mais de perto
Este chinês ganha uns trocados adicionais: por alguns yuans, ele permite que turistas olhem através de suas lunetas. Assim, a Coreia do Norte parece estar a poucos passos de distância.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Suvenires e arame farpado
Quer comprar uma lembrancinha da excursão à fronteira norte-coreana? Comerciantes chineses oferecem as suas mercadorias, com direito a vista para a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Gostinho norte-coreano também no cardápio
A influência norte-coreana na cidade fronteiriça de Dandong pode ser percebida por toda parte. Ali, para fins de prestígio, a Coreia do Norte opera, entre outros, diversos restaurantes. Essa também é uma das formas de se obter divisas para os cofres do regime em Pyongyang.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Relações arrefecidas
Desde o quarto teste nuclear em janeiro de 2016, as relações entre a Coreia do Norte e seu grande aliado China pioraram visivelmente. Posteriormente, ao contrário de vezes passadas, Pequim apoiou o novo endurecimento de sanções existentes da ONU. Em resposta a outro teste de míssil norte-coreano, os chineses suspenderam, em fevereiro, as importações de carvão do país vizinho.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Motor econômico engasgado
Na realidade, China e Coreia do Norte pretendiam expandir consideravelmente as relações econômicas na região de fronteira. Mas, atualmente, isso é pouco evidente. Embora esses apartamentos de luxo estejam prontos em Dandong, podem-se ver muitos prédios inacabados na cidade. E a planejada zona econômica especial até hoje não foi inaugurada.