Governo chinês afirma que restrição a abortos visa melhorar a saúde reprodutiva das mulheres. Após anos tentando limitar o crescimento populacional, país busca agora elevar as taxas de natalidade.
Anúncio
A China anunciou nesta segunda-feira (27/09) que vai reduzir o número de abortos realizados sem fins médicos. Embora o governo afirme que a medida visa melhorar a saúde reprodutiva das mulheres, a mudança ocorre em um momento em que o país tenta reverter a queda na taxa de natalidade e encorajar casais a terem mais filhos.
O governo chinês informou que outras ações serão tomadas para evitar gestações indesejadas e para incentivar os homens a "compartilharem a responsabilidade" em preveni-las. O país disse ainda que pretende melhorar a educação sexual e fortalecer os serviços de planejamento familiar pós-aborto e pós-parto.
"A política nacional básica de igualdade de gênero e o princípio de dar prioridade às crianças precisam ser implementados em profundidade", disse Huang Xiaowei, vice-diretor do Comitê Nacional de Trabalho sobre Mulheres e Crianças.
Os profissionais de saúde devem "promover exames médicos pré-maritais, check-ups de saúde pré-gravidez" e "reduzir os abortos que não sejam clinicamente necessários", diz o documento. As autoridades, porém, não deram detalhes sobre como isso funcionará na prática.
Aborto seletivo por sexo
Ao contrário de grande parte da Ásia, o aborto é legal e facilmente acessível na China. Mas há controles rígidos para evitar abortos motivados pelo sexo do bebê. A política do filho único aliada à predileção e à pressão da sociedade por filhos homens fez com que muitas grávidas, a partir da década de 1980, interrompessem gestações quando esperavam uma menina.
De acordo com o último censo, nascem na China 111,3 meninos para cada 100 meninas – mas o número já foi bem maior. Essa desigualdade no nascimento de bebês do sexo masculino e feminino gera problemas econômicos e sociais, como a dificuldade de casamento.
Anúncio
Permissão para mais filhos
Depois de décadas da política rígida do filho único, que visava limitar o crescimento populacional, a China tem gradualmente diminuído as restrições e incentivado os casais a terem mais filhos.
Em 2016, o país permitiu que as famílias tivessem dois filhos, à medida que aumentavam as preocupações com o envelhecimento da força de trabalho e a estagnação econômica.
Embora a China continue sendo a nação mais populosa do mundo, com 1,41 bilhão de habitantes, o último censo mostrou que o crescimento populacional de 2011 a 2020 foi o mais lento desde 1950. Espera-se que a população comece a diminuir em alguns anos.
Dados da Comissão Nacional de Saúde mostraram que, entre 2014 e 2018, houve uma média de 9,7 milhões de abortos por ano, um aumento de cerca de 51% em relação à média de 2009 a 2013, apesar do relaxamento das políticas de planejamento familiar. Os dados não especificaram, porém, quantos abortos ocorreram por motivos médicos.
Em 2020, os nascimentos anuais despencaram para uma baixa recorde de 12 milhões.
le/ek (AFP, Reuters, ots)
Mulheres e suas invenções revolucionárias
Sabia que uma atriz de Hollywood inventou a base da telefonia por celular? Conheça mulheres que revolucionaram a ciência com suas pesquisas, descobertas e inventos – do filtro de café a sistemas de computação.
Foto: picture alliance/IMAGO
Hedy Lamarr e a transmissão de dados sem fio
Ela e o compositor George Antheil inventaram um sofisticado sistema de comunicação para despistar radares, patenteado em 1942 por George Antheil e Hedy Kiesler Markey, nome original da atriz austríaca. Hoje, o "frequency hopping" (alternância de frequência) é base da moderna comunicação por espalhamento espectral. Essa técnica é usada nos protocolos Bluetooth, Wi-Fi e CDMA.
Foto: picture-alliance/ dpa
Ada Lovelace, primeira programadora
Já no início do século 19, Ada Augusta King, condessa de Lovelace (1815-1852), delineou o mundo dos computadores de hoje com sua invenção. Em 1835, a matemática inglesa desenvolveu um programa complexo para um computador mecânico nunca concluído, o "mecanismo analítico". Foi a base para as linguagens de programação posteriores, o que a tornou a primeira programadora do mundo.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Barbe-Nicole Clicquot, "Grande Dame" do champanha
A francesa Barbe-Nicole Clicquot (1777-1866) inventou o método hoje conhecido como "remuage": as garrafas de champanhe são armazenadas com o gargalo para baixo e agitadas e giradas com regularidade, para que os sedimentos da levedura se depositem junto à rolha provisória. Isso garante uma bebida clara, sem a perda da efervescência.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Remy de la Mauviniere
Josephine Cochrane e a máquina de lavar louça
Se não fosse essa americana rica, muita gente ainda estaria brigando para decidir quem lava a louça. Josephine Cochrane (1839-1913) gostava de organizar festas e se irritava com os empregados, que com frequência quebravam os pratos. Para zelar por sua fina porcelana, ela patenteou a máquina de lavar louça em dezembro de 1886.
Foto: public domain
Marie Curie, a primeira Prêmio Nobel
Marie Curie (1867-1934) é uma das mais importantes cientistas da história. A polonesa naturalizada francesa foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, ao lado do marido, Pierre Curie, em 1903, por suas pesquisas na área da física. Em 1911, ganhou o Nobel de Química. Ela pesquisou a radioatividade e descobriu os elementos químicos polônio e rádio.
Foto: picture-alliance/empics/PA Wire
Melitta Bentz e o filtro de café
Quando a mãe e dona de casa alemã Melitta Bentz (1873-1950) tomava café, ela sempre se incomodava com os irritantes grãozinhos entre os dentes. Certo dia, ela espontaneamente pegou o mata-borrão dos cadernos dos filhos, colocou-o em uma lata perfurada e serviu o café. Assim nasceu o filtro de café, que foi patenteado por ela em 1908, quando tinha 35 anos.
Foto: DW
Grace Hopper, pioneira da computação
A cientista da computação Grace Murray Hopper (1906-1992) ensinou o computador a falar. Enquanto os pioneiros da computação ainda se comunicavam em uma linguagem enigmática, esta pioneira já transformava os programas de computador de código binário em linguagem compreensível. Ela desenvolveu a linguagem de programação que serviu de base para a criação do Cobol (Common Business Oriented Language).
Foto: picture-alliance/Newscom/J. S. Davis
Gertrude Elion, pioneira da medicina
Quando o avô da americana Gertrude Belle Elion (1918-1999) morreu de câncer, ela decidiu pesquisar a doença. A bioquímica e farmacologista fez contribuições significativas para o avanço da quimioterapia, ao desenvolver uma droga usada para tratar a leucemia até hoje. Em 1989, ela recebeu o Nobel de Medicina.
Foto: CC By Unbekannt 4.0
Mária Telkes e a energia do futuro
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cientista húngaro-americana Mária Telkes (1900-1995) inventou uma usina de dessalinização movida a energia solar. Em 1947, ela e a arquiteta Eleanor Raymond construíram uma casa completamente aquecida por energia solar. A base dessa tecnologia é usada ainda hoje.
Foto: Gemeinfrei
Margaret Hamilton e a conquista da Lua
A matemática e cientista de computação americana Margaret Hamilton (1936) chefiou durante muitos anos a divisão de software do programa Apollo, da Nasa. Ela desenvolveu o programa de voo usado pela Apollo 11, a primeira missão tripulada que aterrissou na Lua. Além disso, desenvolveu vários conceitos que são hoje a base dos sistemas de software.