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China reabre para carne brasileira, UE rejeita

25 de março de 2017

Ministério da Agricultura informa que Pequim decidiu retomar importação. Egito também suspende veto. União Europeia determina rejeição de cargas de frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca.

Brasilien Fleischskandal
Foto: picture-alliance/Estadao Conteudo/N. Caardin

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou neste sábado (25/03) que a China abrirá a importação de carne brasileira, cancelando a suspensão temporária das importações do produto, determinada após a deflagração da Operação Carne Fraca. Em nota, o ministro afirma que o governo brasileiro agradece os chineses pelo "gesto de confiança".

A Operação Carne Fraca, lançada pela Polícia Federal na sexta-feira passada, trouxe à tona suspeitas de irregularidades na produção e fiscalização do setor. Desde então, países importadores da carne brasileira, como a China, suspenderam a compra do produto.

A determinação de Pequim de retomar a importação de carne brasileira é recebida com alívio pelo governo brasileiro. A China é um dos maiores importadores da mercadoria.

"A China anunciou hoje a reabertura total do mercado de carnes brasileiras. Trata-se de atestado categórico da solidez e qualidade do sistema sanitário brasileiro e uma vitória de nossa capacidade exportadora. Nos últimos dias, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Itamaraty e a rede de embaixadas do Brasil no exterior trabalharam incansavelmente para o êxito que se anuncia hoje", diz o texto, assinado pelo ministro Blairo Maggi.

O Egito também informou neste sábado que retomará as importações de carne brasileiras, embora tenha ressaltado que melhorará a fiscalização no desembarque da carga.

A União Europeia (UE) anunciou nesta sexta-feira a suspensão da importação de produtos dos estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca. A medida afeta a carne que já está a caminho do bloco, que será rejeitada e enviada de volta ao Brasil. As importações brasileiras de carne deverão ser controladas com mais rigor, segundo a Comissão Europeia.

"A saúde do consumidor é nossa prioridade", afirmou Joseph Muscat, premiê de Malta, que atualmente ocupa a presidência rotativa da UE. O bloco ainda deve definir uma linha conjunta em relação às inspeções mais rigorosas sobre a carne brasileira importada pela UE.

"UE provavelmente não é afetada"

A Federação da Indústria da Carne (VdF) da Alemanha ressaltou ser "altamente improvável que importações da carne bovina da UE sejam ou tenham sido afetadas pelas irregularidades reveladas atualmente no Brasil". Segundo a entidade, citada pela agência de notícias DPA, somente peças inteiras (in natura) são importadas e não misturas de carne ou produtos processados com ingredientes. As mercadorias, conforme a federação, são embaladas a vácuo diretamente no local de produção, devido ao transporte longo.

A VdF sublinha, ainda, que as importações de carne são também submetidas a exames veterinários para entrar no mercado. Segundo informações da federação, a Alemanha vinha importando anualmente do Brasil cerca de 9 mil toneladas de carne bovina e 21 mil toneladas de carne de frango.

MD/dpa/rtr/afp

 

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