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China suspende excursões turísticas devido a coronavírus

25 de janeiro de 2020

Viagens em grupo pelo país e para o exterior são canceladas para tentar conter surto de novo vírus, que se espalha por outros países. Casos registrados chegam a quase 1,4 mil. Doença já deixou 41 mortos.

Equipes controlam passageiros em estação de trem em Pequim
Equipes controlam passageiros em estação de trem em PequimFoto: picture-alliance/dpa/M. Schiefelbein

A China anunciou neste sábado (25/01) a suspensão de todas as excursões turísticas chinesas no país e para o exterior para tentar conter a expansão do surto de um novo coronavírus, que já infectou quase 1,4 mil pessoas e deixou 41 mortos.

De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, a Associação de Turismo da China suspendeu já na sexta-feira as viagens em grupo pelo país. A partir de segunda-feira, todas as excursões para o exterior partindo da China serão canceladas.

A suspensão de viagens ocorre em meio à explosão de casos da misteriosa doença respiratória no país e as primeiras confirmações de casos no exterior. Neste sábado, o presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que a China enfrenta "uma situação grave" e que o surto se alastra rapidamente.

"A China pode vencer a batalha. É necessário fortalecer a direção centralizada e unificada do Comitê Central do Partido", disse Xi, após uma reunião do politburo, o órgão de sete membros que dirige o país, que tratou da emergência de saúde provocada pelo coronavírus.

De acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde chinesa, foram registrados no país 1.372 casos da doença. O número de mortos subiu para 41.

Casos do vírus foram registrados na Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Vietnã, Cingapura, Japão, Estados Unidos e França. A lista cresceu neste sábado com Austrália e a Malásia confirmando os primeiros infectados pelo coronavírus em seus territórios.

De acordo com as autoridades de saúde do estado de Victoria, na Austrália, um homem de 50 anos, identificado apenas como um turista chinês foi o primeiro paciente da doença no país. "Está em condição estável, apesar da enfermidade respiratória", diz comunicado do Departamento de Saúde e Serviços Humanos de Victoria.

O homem está internado em um hospital de Melbourne, após ter chegado no dia 19 de janeiro à Austrália, procedente de Wuhan, em voo que teve escala na cidade de Guangzhou, ainda segundo a nota do órgão regional australiano.

China constrói novo hospital para atender pacientes em WuhanFoto: imago images/Xinhua

O Departamento de Saúde do estado de Nova Gales do Sul, por sua vez, revelou que investigava cinco possíveis casos de infecção pelo vírus 2019-nCoV, e posteriormente revelou que três acabaram sendo positivos. Os pacientes teriam viajado recentemente à Wuhan, e um deles teria tido contato direto com uma pessoa infectada, que estava na China.

Na Malásia, o ministro da Saúde, Dzulkefly Ahmad, confirmou que três cidadãos chineses que entraram no país por terra, através de Cingapura, são os primeiros pacientes da nova doença a serem registrados no país. De acordo com Ahmad, os três chineses ainda não mostram sinais da doença e foram colocados em quarentena logo após chegarem na cidade de Johor Baru, na fronteira com Cingapura. Em seguida, foram levados para um hospital perto de Kuala Lumpur.

As primeiras infecções pelo novo coronavírus, batizado provisoriamente de 2019-nCoV pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foram detectadas na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado. O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.

Iniciado em dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo, entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

Diante o avanço da doença, autoridades proibiram a circulação de veículos no centro de Wuhan, com permissão apenas para veículos de órgãos públicos e com permissão. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, a medida visa priorizar o transporte dos materiais de emergência e das equipes médicas que estão atendendo casos do surto no epicentro do surto, onde vivem 11 milhões de pessoas.

O transporte público na metrópole já estava suspenso desde a última quinta-feira. Também em Wuhan começou a ser construído um novo hospital, com capacidade para 1.300 pacientes, que será concluído em duas semanas para tratar os infectados pelo novo vírus. Foi anunciado ainda o envio de equipes de médicos militares especialistas para a província de Hubei, onde fica a cidade.

CN/lusa/efe/rtr/afp

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