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China tem pior crescimento trimestral desde 2009

19 de outubro de 2018

Governo chinês garante que, embora ritmo de crescimento tenha diminuído, segunda maior economia do mundo segue estável. Em meio à disputa comercial com os EUA, Pequim se concentra no consumo doméstico.

Trabalhadores chineses empacotam produtos num centro de distribuição de uma loja de compras online
As taxas de vendas no varejo permaneceram relativamente estáveis desde o ano passado, segundo dados de PequimFoto: picture-alliance/dpa/H. Yan

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 6,5% no terceiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa o crescimento trimestral mais fraco desde o início de 2009, anunciou nesta sexta-feira (19/10) o Departamento Nacional de Estatísticas da China.

A segunda maior economia do mundo sofreu uma leve desaceleração em relação aos dois primeiros trimestres de 2018, que registraram 6,8% e 6,7% de crescimento, respectivamente.

"Diante de um ambiente extremamente complexo no exterior e da assustadora tarefa de reforma e desenvolvimento doméstico, o crescimento da China ainda conseguiu permanecer relativamente estável", disse o porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas, Mao Shengyong.

A queda de crescimento reflete a crescente dívida de Pequim, assim como sintetiza os efeitos de disputas comerciais com os Estados Unidos. Analistas projetavam uma expansão de 6,6% para o terceiro trimestre, mas a desaceleração foi mais abrupta do que o esperado.

"A desaceleração foi um pouco mais acentuada do que o esperado, mas basicamente se encaixa na nossa narrativa para a economia", disse Bill Adams, do grupo PNC Financial Services. Para Adams, o controle da dívida e as "incertezas comerciais" face às tensões com Washington têm pesado neste momento econômico.

Embora há muito tempo as exportações formem a base da economia da China, as tarifas americanas voltadas para maquinário, eletrônicos, carros e eletrodomésticos diminuíram o investimento estrangeiro nesses setores. Os EUA acusaram o governo chinês de pressionar companhias estrangeiras com escritórios na China a entregarem tecnologias protegidas – e até de roubá-las.

Para enfrentar o problema, Pequim decidiu se concentrar em aumentar o consumo interno. Também é provável que as autoridades comecem a injetar mais dinheiro em projetos de infraestrutura, depois de desacelerar os projetos no ano passado. Também foram introduzidos novos controles de crédito para conter a dívida.

De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas da China, as taxas de vendas no varejo permaneceram relativamente parecidas desde o ano passado. Pequim tem expressado confiança de que sua economia, de 12 trilhões de dólares por ano, conseguirá escapar ilesa das tensões comerciais travadas com o governo americano.

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas especiais sobre importações da China no valor de 250 bilhões de dólares – cerca de metade das exportações chinesas para os EUA. Trump exige de Pequim uma maior abertura do mercado, o fim aos subsídios governamentais e uma efetiva repressão ao roubo de tecnologia.

Em retaliação, a China impôs tarifas especiais sobre importações americanas no valor de 110 bilhões de dólares. Mais que isso não foi possível, porque os EUA exportaram para a China no ano passado apenas cerca de 130 bilhões de dólares.

Um abrandamento no conflito comercial não está à vista. As conversações entre Pequim e Washington estagnaram. No entanto, Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, devem se encontrar na próxima cúpula do G20, a ser realizada em Buenos Aires entre 30 de novembro e 1º de dezembro.

PV/lusa/ap/afp/dpa/rtr

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