China desencoraja abortos para aumentar taxa de natalidade
16 de agosto de 2022
Em meio a queda no nascimento de bebês, país mais populoso do mundo anuncia novas medidas para incentivar casais a terem mais filhos. Entre elas, reduzir os abortos que não sejam necessários por razões médicas.
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A China anunciou nesta terça-feira (16/08) novas medidas para incentivar as famílias a terem mais filhos, como desencorajar o aborto e tornar o tratamento de fertilidade mais acessível.
Após décadas de um rígido controle de natalidade, o país mais populoso do mundo enfrenta agora uma crise demográfica, com a força de trabalho envelhecendo, uma economia em desaceleração e o menor crescimento populacional em décadas.
A Comissão Nacional de Saúde chinesa disse que trabalhará para aumentar a conscientização pública quanto à saúde reprodutiva, enquanto "previne a gravidez indesejada e reduz os abortos que não sejam necessários por razões médicas".
O número de abortos realizados na China ficou acima de 9,5 milhões entre 2015 e 2019, de acordo com um relatório da Comissão Nacional de Saúde publicado no final de 2021.
A China impôs uma política de filho único – na qual cada casal podia ter apenas um filho – de 1980 a 2015. Em 2016, a lei passou a permitir até dois filhos e, em 2021, três filhos. Ainda assim, os nascimentos continuaram diminuindo nos últimos cinco anos.
"Medidas ativas de apoio à fertilidade"
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, os governos locais devem agora "pôr em prática medidas ativas de apoio à fertilidade", através de subsídios, deduções fiscais e melhores seguros de saúde, bem como educação, habitação e ajuda ao emprego para as famílias.
Até o final do ano, as províncias também devem garantir que há um número suficiente de creches para crianças de idades entre 2 e 3 anos.
No ano passado, as autoridades começaram a introduzir medidas como deduções fiscais, licença maternidade mais longa, subsídios à moradia, dinheiro extra para um terceiro filho e repressão a aulas particulares caras. Pequim diz que as medidas são cruciais para "promover o desenvolvimento equilibrado da população a longo prazo".
As cidades mais ricas da China já introduziram algumas dessas medidas. Agora, as novas regras querem expandir a política para todo o território.
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Taxa de natalidade em queda
A taxa de natalidade da China caiu, no ano passado, para 7,52 nascimentos por mil pessoas, a menor desde que os registros começaram em 1949, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas.
O maior custo de vida e a propensão a famílias menores estão entre os motivos para o declínio. Além disso, segundo demógrafos, a política de "zero covid", com controles rígidos sobre a vida das pessoas, pode ter causado danos profundos ao desejo de ter filhos.
No início de agosto, as autoridades de saúde alertaram que a população da China vai diminuir até 2025. Em julho, a ONU anunciou que a Índia deve superar a China em breve como país mais populoso do mundo.
le (AFP, Reuters, Lusa)
"Onde as crianças dormem"
Da China ao Brasil, o artista James Mollison viajou meio mundo para fotografar vários locais de descanso de diferentes crianças, que fazem parte de uma exposição em cartaz na Alemanha.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
Algumas crianças dormem na sujeira….
Em uma de suas viagens, Mollison conheceu Dong, de 9 anos, na província de Yunnan, sudeste da China. Ele divide o quarto com sua irmã, seu avô e seus pais. A família é pobre e tem um possui um pouco de terra para plantar arroz e cana de açúcar. Dong quer ser policial quando crescer, para poder “caçar ladrões e correr por aí”.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
... outros em abundância
A vida de Harrison, de 8 anos, é bem diferente. Sua família vive em uma mansão em Nova Jersey, nos EUA. Ele tem sua própria TV, banheiro privado e duas amplas salas de jogos. Ele não tem irmãos e vai a uma escola particular, a duas horas de distância, mas sua mãe gosta de passar tempo com ele no carro. No futuro, Harrison que ser veterinário.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
Um quarto cheio de brinquedos
Kaya mostra sei paraíso de brinquedos. Ela tem 4 anos e mora com seus pais e um pequeno apartamento e Tóquio. O quarto é cheio de bonecas. Suas roupas são costuradas por sua mãe, que faz até três peças por mês. Mas, Kaya tem de usar uniforme na escola. Quando crescer, ela quer ser cartunista e desenhar anime japonês.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
Sem cama própria
Uma cama só para si é algo que não se pode menosprezar. A casa de Indira em Katmandu, no Nepal, tem só um quarto. Ela e seus irmãos dormem em um colchão no chão. Ela trabalha em uma pedreira de granito com várias crianças da mesma idade. Isso pode ser muito perigoso, porque muitas delas não usam óculos de proteção. No futuro, ela quer ser dançarina.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
79 crianças em um quarto
Sherap, de dez anos, vive em um monastério no Nepal. Ele divide um quarto com outros 79 meninos, que são treinados para serem monges. Eles dormem em beliches e podem ter alguns itens pessoais. Os pais de Sherap o colocaram lá, por acreditarem que, se um dos filhos frequentar o monastério, isso trará sorte à família.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
A pequena miss
Jasmine, de 7 anos, tem uma vida incomum. Ela vive com a família em uma casa grande no Kentucky. Várias coroas e faixas que ganhou em concursos de beleza estão penduradas em seu quarto. Ela treina diariamente para esses shows. Para seus pais, é um hobby muito caro que custa milhares de dólares por competição.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
Chão batido
Ahkôhxet vive uma vida bem diferente. A menina de oito anos é da tribo Krahô, que vive na bacia do Amazonas. Os Krahô acreditam que a Terra foi criada pelo sol e pela lua. A cor vermelha no peito de Ahkôhxet vem de um ritual de sua tribo. O rio lhes fornece a água, com a qual eles plantam metade de seus próprios alimentos em solos estéreis.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris
Um quarto cheio de posters e sonhos
Thai, de 11 anos, vive com suas irmãs e seus pais no terceiro andar de um prédio no Rio de Janeiro. Seus pais não são ricos, mas conseguem dar um bom sustento à família. A parede do quarto de Thai é cheia de pôsteres de seu ídolo, o cantor Felipe Dylon.
Foto: James Mollison/Flatland Gallery/Utrecht/Paris