Produção de 16 milhões de euros mistura amor, nobreza e corridas de automóveis e tem como cenário as paisagens alpinas. Elenco reúne nomes conhecidos na China.
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Amor, dinheiro e nobreza são ingredientes certeiros para um filme açucarado. Quando ele se passa nas montanhas, então, é puro romance – e não só para os alemães. Também para os chineses, os castelos da Baviera e as montanhas cobertas de neve são lugares para suspirar. Mas é preciso incluir alguma ação.
É isso que pretendem produtoras cinematográficas da China, unidas a parceiros alemães da Baviera, com o filme Amor dos Alpes. Ao lado dos nobres e das paisagens alpinas, as produtoras prometem ainda carros de corrida. Ou seja, uma espécie de mistura de Velozes e furiosos com Sissi.
A diretora Dan Tang afirma que que o filme deve funcionar como "férias mentais" para o público chinês. Os personagens são uma herdeira chinesa, um príncipe alemão e um ladrão. Para garantir que tudo funcione, um príncipe alemão de verdade vai servir como consultor. Albert von Thurn und Taxis, de 33 anos, não só é um membro proeminente da nobreza como também um fanático piloto de corridas.
O pioneirismo de Bollywood
O enredo é confuso como uma ópera: a rica e – é claro – bela Tang Tang ama o príncipe Edward, de 20 anos, e ambos amam carros de corrida. Infelizmente, as dívidas da família de Edward recaem sobre seus ombros, e ele é obrigado a vencer uma grande corrida. O ladrão Xiaofei, por sua vez, tem uma mãe doente que ele precisa ajudar. Para isso decide roubar a família de Edward.
Ao contrário de muitas óperas, essa história deve ter final feliz – como já foi possível ver em produções indianas de Bollywood, que desde os anos 80 usam os Alpes como cenário. Em anos recentes, no entanto, indica o Wall Street Journal, a atração por montanhas esfriou entre os indianos.
O sucesso do filme Quem chegar primeiro leva a noiva, que nos anos 90 provocou um boom de filmes ambientados na Suíça, já se apagou há muito tempo graças ao uso excessivo de clichês alpinos. O público da Índia prefere hoje produções mais realistas, explicou o produtor Aashish Singh ao WSJ.
Só que, para os chineses, os clichês servem a seus propósitos. "A combinação de nobreza, corridas e natureza bávara atende aos clichês sobre a Alemanha", afirma Anke Redl, que representa em Pequim a German Films, empresa que promove filmes alemães no exterior.
Nem todos os locais de filmagem foram definidos, mas os cineastas chineses esperam contar com as idílicas montanhas alpinas e edifícios históricos. Dan Tang quer nada menos que o clichê alemão por excelência: "O Castelo de Neuschwanstein é tão conhecido entre os chineses que todos querem se casar nele", diz.
Passeio por Füssen, cidade do castelo Neuschwanstein
04:40
O projeto foi apresentado em junho, na esteira do Festival de Cinema de Munique. Claro que temas como violações de direitos humanos e repressão política estão longe do roteiro. Os censores chineses já deram sinal verde para o filme. O objetivo de todos os envolvidos, claro, é fazer muito dinheiro.
Dan Tang fala de um grande filme comercial. "Queremos estar no topo das bilheterias do mundo." O curioso é que ela aprendeu o ofício com o diretor berlinense Rosa von Praunheim, conhecido por filmes politicamente engajados como Não é o homossexual que é perverso, mas a situação em que ele vive.
Expectativa financeira
Cerca de 16 milhões de euros estão sendo destinados para a produção de Amor dos Alpes. A expectativa é que o filme arrecade dez vezes essa quantia. A Baviera espera uma fatia desse dinheiro, já que 90% das filmagens deverão ocorrer nos Alpes. Além disso, o filme deve arrecadar com merchandising, muito provavelmente de montadoras alemãs, anunciou o produtor Helmut Hartl no Festival de Munique.
O filme deve ser lançado em chinês e inglês em abril de 2017. Cerca de 5 mil salas na China devem exibir a produção. A maior parte do elenco já está escalada, com atores chineses conhecidos, incluindo a estrela Zhang Ziyi, o galã Eddie Peng e o ator japonês Shun Oguri.
O papel de Edward, "o príncipe mais rápido do mundo", ainda está vago, e deverá se desempenhado por algum ator internacional de blockbusters conhecido na China. Candidatos naturais são atores americanos, mas seria curioso descobrir que Albert von Thurn und Taxis também domina a arte de interpretar personagens.
Grandes obras de Ludwig 2º, rei da Baviera
O monarca bávaro é conhecido como rei dos contos de fada. Como legado, ele deixou castelos que estão hoje entre os pontos turísticos mais famosos da Alemanha, como o Neuschwanstein.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Castelo Neuschwanstein
Em 1868, aos 23 anos de idade e em seu quarto ano de reinado, Ludwig 2º projetou seu primeiro castelo. E que castelo! O Neuschwanstein é hoje o castelo mais famoso da Alemanha e um dos mais visitados na Europa. Localizado no meio das montanhas de Allgäu, com vista para a cidade de Schwangau, a construção atrai cerca de 1,4 milhão de turistas do mundo inteiro por ano.
Foto: picture-alliance/dpa/K.J. Hildenbrand
Salão dos Cantores
O maior cômodo do Castelo Neuschwanstein é o salão dos cantores. O aposento, inspirado no salão dos cantores do Castelo de Wartburg, foi decorado com cenas de lendas medievais. Um cenário verdadeiramente real para grandes festas e eventos musicais. Atualmente, os visitantes podem desfrutar nesse ambiente de concertos anuais promovidos no castelo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Michel
Castelo Linderhof
O castelo preferido do monarca era o Linderhof. Na verdade, o menor dos três castelos do rei deveria ser uma imitação do Palácio de Versalhes, porém, o terreno era muito pequeno. Então, o projeto transformou-se numa pequena residência real em estilo rococó. Em 2015, no aniversário de 170 anos de Ludwig 2º, comemorado em 25 de agosto, Linderhof foi decorado com velas e uma iluminação especial.
Foto: picture-alliance/dpa/K.J.Hildenbrand
Gruta de Vênus
Assim como em Neuschwanstein, Ludwig 2º também dedicou um espaço à música em Linderhof. Com uma diferença: a Gruta de Vênus era um espaço reservado ao rei e a pessoas de sua confiança. A gruta artificial com lago e cascata representa o cenário do primeiro ato da ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner. Aliás, Ludwig 2º era um grande fã do compositor.
Foto: picture-alliance/dpa/M. C. Hurek
Casa real em Schachen
Esta construção também é um original de Ludwig 2º. Se, por um lado, o edifício é surpreendentemente simples, por outro, a vista é espetacular. A 1.866 metros de altitude, nas montanhas de Wetterstein, a casa real era um refúgio do rei da Baviera. Para chegar até o local são necessárias quatro horas de caminhada. Mas Ludwig 2º não seria Ludwig 2º se a casa não tivesse nada de especial.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Wallberg
Sala Turca
O cômodo em estilo mourisco ocupa todo o primeiro andar da casa real em Schachen. Impossível imaginar um contraste maior com as montanhas sóbrias ao redor. Ludwig 2º comemorou alguns de seus aniversários nessa sala. Para combinar com o ambiente, os convidados teriam se vestido de califas e sultões.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Michel
Ilha das Rosas
Ludwig 2º adorava locais que garantiam reclusão, assim como a Ilha das Rosas, no Lago de Starnberg. Seu pai, o rei Maximiliano 2º, mandou erguer uma casa de verão na ilhota. A construção é cercada por um parque, cujo núcleo é composto por um jardim de rosas. Protegido dos olhares curiosos, Ludwig 2º se encontrava aqui com sua prima Elisabeth, mais conhecida como a imperatriz Sissi da Áustria.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Kneffel/
Castelo Herrenchiemsee
Outra ilha, outro palácio. Em 1873, o rei Ludwig 2º adquiriu a ilha de Herren, no lago Chiemsee. Aqui, finalmente, deveria ser construído um Versalhes na Baviera. Herrenchiemsee foi o último e mais caro projeto arquitetônico de Ludwig 2º. Porém, o rei bávaro não viveu para contemplar o castelo de seus sonhos. Ele morreu em 1886, antes da finalização da obra.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Schrader
Galeria dos Espelhos
Versalhes ou Herrenchiemsee? Assim como o Palácio de Versalhes, Herrenchiemsee também possui uma Galeria dos Espelhos, com 17 janelas em arco e a mesma quantidade de espelhos no lado oposto. Além disso, o cômodo tem ainda 33 lustres e 44 candelabros. A Galeria dos Espelhos é a maior atração do castelo. Com 75 metros de comprimento, ela tem dois metros a mais que a original em Versalhes.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Michel
Castelo de Nymphenburg
Este castelo não foi construído por Ludwig 2º, mas foi aqui que tudo começou. O rei da Baviera nasceu em Nymphenburg. O quarto do nascimento real é aberto ao público. Cerca de 300 mil pessoas visitam o local por ano. Nos meses de verão, os visitantes podem desfrutar de uma atração especial: conhecer os canais do parque numa gôndola.