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Chirac se corrige

(as)2 de fevereiro de 2007

Depois de dizer que não seria "muito perigoso" se o Irã tivesse a bomba nuclear e que o país seria "arrasado" se a utilizasse contra Israel, presidente francês concede nova entrevista para corrigir suas declarações.

Declarações polêmicas do presidente francês foram dadas às imprensas norte-americana e francesaFoto: AP

Depois de ter declarado nesta segunda-feira (29/01) aos jornais The New York Times e The International Herald Tribune e à revista semanal Nouvel Observateur que se o Irã tivesse a bomba nuclear não seria "muito perigoso" e que se a utilizasse contra Israel seria imediatamente "arrasado", o presidente francês, Jacques Chirac, convocou os mesmos jornalistas nesta terça-feira para retificar as afirmações.

As declarações proferidas segunda-feira por Chirac contrastam com a política oficial defendida pela França de impedir e trabalhar para prevenir a obtenção de armas nucleares por Teerã.

"Eu deveria ter prestado atenção para o que estava dizendo e perceber que estava 'on record'", afirmou Chirac no segundo encontro com os jornalistas na terça-feira, segundo relata o jornal The New York Times em sua edição de quinta-feira (01/02).

Teerã arrasada

"Eu diria que o que é perigoso nesta situação não é o fato de ter a bomba nuclear. Ter uma ou talvez duas bombas um pouco mais tarde, bem, isso não é muito perigoso", dissera Chirac na segunda-feira. Pelo contrário, o perigo recairia sobre as hipóteses de uma proliferação ou de uma corrida às armas no Oriente Médio caso o Irã fabrique a bomba nuclear.

A posse da arma não serviria de nada ao Irã porque a sua utilização teria como resposta um contra-ataque imediato, explicou. "Onde cairia esta bomba? Em Israel?", questionou Chirac. "Não atingiria 200 metros na atmosfera e já Teerã teria sido arrasada", adiantou.

No segundo encontro com os jornalistas, Chirac corrigiu esse comentário. "Desdigo, claro, o que disse, que Teerã seria arrasada", sublinhou.

Distraído

Na entrevista de segunda-feira, Chirac também disse que outros países travariam a chegada ao alvo de qualquer bomba lançada pelo Irã. "É óbvio que esta bomba, no momento que seria lançada, obviamente seria destruída imediatamente", afirmou. "Temos os meios – vários países têm os meios para destruir a bomba", adiantou na segunda-feira.

As duas jornalistas do The New York Times que participaram nas entrevistas comentam na edição de quinta-feira do jornal, que inclui transcrições traduzidas do francês para o inglês, que na primeira reunião, na manhã de segunda-feira, Chirac parecia distraído e teve de consultar os assessores várias vezes para recordar nomes e datas.

Ao contrário, na entrevista de terça-feira, depois do almoço, Chirac parecia "mais confiante" e "mais cômodo" face aos temas em debate, referem as duas jornalistas.

Além da revista semanal Nouvel Observateur, os jornais The New York Times e The International Herald Tribune colocaram na primeira página as declarações de Chirac nas duas entrevistas, sublinhando que o presidente francês retificou as declarações iniciais um dia depois.

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