Seria de se esperar que, no árido ecossistema africano, um aumento no volume de chuvas fizesse bem às árvores. Mas pesquisadores da Universidade de Princeton descobriram o contrário. Entenda por quê.
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A água é um recurso escasso nas savanas da África. Portanto, seria lógico concluir que mais chuva permitiria que as poucas árvores do ecossistema de pastagem se multiplicassem. Mas um estudo de 2011 concluiu o contrário – quanto mais chove na savana, menos árvores crescem. Agora pesquisadores da Universidade de Princeton descobriram por quê.
A questão toda se resume à competição entre as espécies. As árvores querem a água tanto quanto as gramíneas. O senso comum diz que as árvores – com seus extensos sistemas de raízes que penetram fundo na terra – levariam vantagem na disputa. E elas de fato ganham quando se trata de longos períodos de seca, mas não quanto chove muito.
"Essa hipótese [de que mais chuvas beneficiariam as árvores] ignora o fato de que as gramíneas e as árvores têm diferentes habilidades para absorver e utilizar a água", explica o principal autor do estudo, Xiangtao Xu. "E isso foi umas das coisas mais importantes que descobrimos. As gramíneas são mais eficientes em absorver água. Por isso, em caso de chuvas fortes, as gramíneas vencem."
Portanto, de acordo com o estudo, é importante olhar não apenas para a quantidade total de precipitação numa área, mas também para seus padrões e intensidade, a fim de prever como a vegetação vai evoluir naquele ecossistema. Devido às mudanças climáticas, períodos de chuva intensa devem aumentar em todo o mundo, então, é provável que, no futuro, ainda menos árvores cresçam na savana.
Melhores fotos da vida selvagem de 2015
Prêmio Fotógrafo de Natureza Selvagem do Ano, do Museu de História Natural de Londres, vai para imagens que aumentam a conscientização sobre beleza e fragilidade da natureza, e defendem padrões éticos na fotografia.
Foto: Don Gutoski/Wildlife Photographer of the Year 2015
Duas raposas
As mudanças climáticas estão empurrando a raposa vermelha mais para o Norte, território da raposa do Ártico. Ali, as duas acabam competindo por comida e, ocasionalmente, a última acaba se tornando presa da primeira. O fotógrafo amador canadense Don Gutoski testemunhou um desses ataques em sua propriedade no Canadá. Para obter essa imagem, ele passou três horas no frio de 30°C negativos.
Foto: Don Gutoski/Wildlife Photographer of the Year 2015
Natureza viva
O holandês Edwin Giesbers estava sentado num córrego frio, vestindo roupa de mergulho, quando ele capturou esta imagem de salamandra. Para tal proeza, ele posicionou sua câmera bem abaixo do animal, que boiava na superfície da água. A sua paciência (e estoicismo) lhe rendou o prêmio da categoria Anfíbios e Répteis.
Foto: Edwin Giesbers/Wildlife Photographer of the Year 2015
Voo dos guarás
O francês Jonathan Jago venceu a categoria para fotógrafos com idades entre 15 e 17 anos com um registro feito no Brasil. O jovem estava num barco ancorado na Ilha dos Lençóis, no litoral do Maranhão, enquanto observava um grupo de aves guarás se alimentando de pequenos crustáceos. A foto foi feita assim que elas alçaram voo sobre as famosas dunas que compõem a paisagem local.
Foto: Jonathan Jagot/Wildlife Photographer of the Year 2015
Na boca da baleia
O primeiro lugar na categoria Submarina foi para o australiano Michael AW. Na imagem, feita na costa leste da África do Sul, uma baleia-de-bryde aparece ao lado de um volumoso cardume de sardinhas. Essa espécie de baleia aproveita a tentativa de outros caçadores para comer os peixes, que se agrupam quando se sentem ameaçados.
Foto: Michael AW/Wildlife Photographer of the Year 2015
A arte das algas
Nesta imagem do Parque Natural de Baía de Cádiz, na costa da Espanha, o fotógrafo Per Soler capturou um fenômeno da primavera que só se consegue perceber completamente em vista aérea. É nessa estação do ano que as chamadas microalgas formadas nos pântanos contrastam de forma mais brilhante com as algas verdes. O espetáculo rendeu ao espanhol o primeiro lugar na categoria A partir de Cima.
Foto: Pere Soler/Wildlife Photographer of the Year 2015
Um, dois, três
Com uma foto muito nítida de três falcões (duas fêmeas e um macho), o israelense Amir Ben-Dov venceu a categoria Pássaros. Aves dessa espécie, chamadas de falcões-de-pés-vermelhos, são muito sociáveis e migram em grandes bandos. A foto foi feita na cidade de Beit Shemesh, enquanto os pássaros seguiam seu caminho de invernada da Europa para a África.
Foto: Amir Ben-Dov/Wildlife Photographer of the Year 2015
Felinos violados
"Esses felinos estão drogados, seus dentes e garras foram arrancados, e são controlados por varetas de metal pontudas durante um show em Guilin, na China", escreveu a vencedora da categoria Imagem Única, Britta Jaschinski, da Alemanha e Reino Unido. O animal no centro é um chamado "ligre", um híbrido que resulta do cruzamento entre um leão e uma tigresa.
Foto: Britta Jaschinski/Wildlife Photographer of the Year 2015
Briga de pássaros
O prêmio de Jovem Fotógrafo de Natureza Selvagem do Ano foi para o tcheco Ondrej Pelánek, de 14 anos, que escapou de sua barraca durante uma madrugada ensolarada na Noruega para fotografar dois pássaros machos que estavam brigando por fêmeas. "Tirei essa foto à meia-noite, enquanto meu pai dormia. Estava empolgado demais para pegar no sono", contou o garoto.
Foto: Ondrej Pelánek/Wildlife Photographer of the Year 2015
Sombra andante
A sombra de uma raposa na cidade transmite a ideia da relação que muitos pensam ter com a natureza selvagem. Após meses de tentativas, o britânico Richard Peters conseguiu capturar essa cena no momento em que seu vizinho ligou as luzes de casa. A foto lhe rendeu o primeiro lugar na categoria Urbana.
Foto: /Richard PetersWildlife Photographer of the Year 2015