Chuvas fortes já deixam mais de 150 mortos no Japão
11 de julho de 2018
Equipes de resgate correm contra o tempo em busca de dezenas de pessoas desaparecidas após enchentes e deslizamentos de terra no oeste do país. Milhares estão sem água e luz. Desastre climático é o pior em 36 anos.
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O número de mortos devido às fortes chuvas registradas no oeste do Japão já ultrapassou 150, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10/07) pelo governo japonês. Enquanto isso, equipes de resgate seguem buscando dezenas de pessoas desaparecidas em meio à lama e aos destroços.
A tragédia, marcada pelas piores enchentes a atingirem o país em 36 anos, ainda forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas. Segundo a emissora NHK, mais de 23 mil residentes estão agora em abrigos temporários.
As precipitações recordes que começaram a cair na quinta-feira passada provocaram inundações e deslizamentos de terra, especialmente graves nas cidades de Hiroshima e Ehime, onde o fenômeno meteorológico arrasou milhares de casas e deixou vários povoados completamente isolados.
As chuvas torrenciais cessaram, e as inundações já começam a dar sinais de trégua. Ainda assim, muitos sobreviventes continuam sem acesso a energia ou água potável.
Segundo a imprensa japonesa, cerca de 270 mil casas em 12 províncias sofreram cortes no fornecimento de água e eletricidade. Os residentes enfrentam calor extremo para obter um pouco de água potável, aumentando os riscos de insolação.
"Não há água, comida, nada chega aqui", relatou um idoso de 73 anos, morador da cidade de Kure, ao jornal japonês Mainichi. "Vamos ressecar se continuarmos assim, isolados."
Por enquanto há ao menos 156 mortos, a maioria deles em Hiroshima, Okayama e Ehime, segundo os últimos dados divulgados pelo porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga. A imprensa do país avalia o número de desaparecidos em aproximadamente 60.
Cerca de 75 mil agentes das Forças Armadas, da polícia e dos bombeiros seguem com os trabalhos de resgate, já passadas mais de 72 horas depois do início das fortes chuvas, um prazo considerado decisivo para poder encontrar sobreviventes.
"Estamos checando de casa em casa para ver se ainda há pessoas presas dentro delas", disse um funcionário do governo de Okayama à agência de notícias AFP. "Sabemos que é uma corrida contra o tempo. Estamos tentando o máximo que podemos."
O desastre provocou luto nacional no Japão. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Shinzo Abe cancelou sua viagem para a Europa e o Oriente Médio, a fim de coordenar pessoalmente as tarefas de assistência às vítimas, e disse que visitará Okayama, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas.
"Vamos avaliar as necessidades das vítimas e impulsionar uma pronta reconstrução da região", afirmou o premiê após uma reunião de emergência do seu gabinete. O governo japonês anunciou que destinará cerca de 20 milhões de dólares em fundos de reserva para ajudar os afetados.
Como os satélites veem a Terra? E o que eles descobrem sobre os acontecimentos na superfície do planeta? Confira fotos impressionantes de catástrofes naturais observadas da órbita terrestre.
Foto: NASA
Gigante acordado
De densas cinzas a nuvens de água congelada, fenômenos naturais podem ser examinados do espaço sideral. A Estação Espacial Internacional estava passando sobre o vulcão Sarychev, localizado nas ilhas Kuril, na Rússia, quando ele entrou em erupção em 2009. Aproveitando uma brecha entre as nuvens, os astronautas puderam tirar esta foto.
Foto: NASA
Lago evaporado
Diariamente, satélites de observação, como o Proba-V da Agência Espacial Europeia, coletam imagens que permitem rastrear as mudanças ambientais ao longo do tempo. Estas fotos tiradas em abril de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (da esq. para dir.) fornecem uma visão clara da evaporação gradual do lago Poopó, em parte devido às mudanças climáticas. Ele já foi o segundo maior lago da Bolívia.
Foto: ESA/Belspo
Não brinque com fogo
Todos os anos, incêndios florestais destroem paisagens e ecossistemas ao redor do planeta. Muitas vezes, eles são causados por seres humanos. Esse também foi o caso na Indonésia, onde agricultores fizeram queimadas na floresta de turfa. Na Islândia, Bornéu e Sumatra, satélites detectaram focos de incêndio em setembro de 2015, e a coluna de fumaça cinza provocou alertas de qualidade do ar.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Chuvas torrenciais
Em 2013, choveu tanto que alguns rios da Europa Central transbordaram. Como se pode ver nesta imagem de 2013, o rio Elba rompeu as suas margens após chuvas sem precedentes. Na foto, a água enlameada cobre a área em torno da cidade de Wittenberg, no estado alemão da Saxônia-Anhalt.
Foto: NASA/J. Allen
No olho do furacão
Uma forte tempestade pode causar danos irreparáveis através de ventos intensos e chuvas torrenciais que vêm do mar. Informações obtidas do espaço são cruciais para acompanhar o desenvolvimento de tormentas: intensidade, direção, velocidade do vento. No Pacífico leste, próximo à costa mexicana, esta imagem ajudou a prever que o furacão Sandra alcançaria ventos de 160 km/h em novembro de 2015.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Derretimento de geleiras
Satélites também desempenham importante papel no monitoramento das mudanças climáticas e, inevitavelmente, do processo de degelo. Do espaço, cientistas puderam documentar a diminuição de geleiras ao redor do mundo, como também a subsequente elevação do nível dos oceanos. Esta foto feita pela Estação Espacial Internacional mostra o recuo da geleira Upsala, na Patagônia argentina, de 2002 a 2013.
Foto: NASA
Prenda a respiração
Em setembro de 2015, satélites proporcionaram esta vista impressionante de regiões povoadas no Oriente Médio envoltas numa tempestade de areia ou "haboob". Aliadas às informações de sensores de qualidade de ar no solo, observações de satélites espaciais ajudam a entender os padrões de início e desenvolvimento de uma tempestade. Essas constatações melhoram os métodos de previsão.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Montanha nua
Essas foram as palavras usadas pela Nasa para descrever a falta de neve no Monte Shasta, na Califórnia, uma fonte crucial de água para a região. Imagens que vêm documentando a estiagem ao longo dos últimos anos têm mostrado montanhas marrons que deveriam ser brancas, e terra onde se procura água. Com o degelo, a seca aumenta.