CIA pode invadir TV, iPhone e Whatsapp, afirma Wikileaks
7 de março de 2017
"Maior vazamento de documentos confidenciais da agência americana" revela suposta existência de ferramentas de espionagem sofisticadas, usadas para contornar criptografia de aplicativos e transformar TVs em escutas.
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A plataforma Wikileaks revelou nesta terça-feira (07/03) que obteve milhares de documentos que detalham um sofisticado arsenal tecnológico desenvolvido pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) para espionar smartphones, computadores e até mesmo televisões.
Segundo o site, alguns dos programas, que incluem malwares, vírus e cavalos de troia, são capazes até mesmo de contornar a criptografia de aplicativos de mensagens populares como o Whatsapp e o Telegram.
O site afirma que disponibilizou 8.761 documentos e arquivos que descrevem esse arsenal, que teria sido desenvolvido numa unidade de alta segurança isolada e situada dentro do Centro de Ciberinteligência da CIA, em Langley, no estado da Virgínia. O Wikileaks afirmou ainda que esses documentos consistem em apenas uma parte do que foi obtido.
O site não informou quem forneceu o material. Disse apenas que os programas estavam circulando de uma forma "não autorizada" entre funcionários e hackers que trabalham para o governo e que um deles enviou o material para o Wikileaks.
Essa fonte afirmou que fez isso para iniciar uma discussão sobre se "as capacidades da CIA ultrapassam seus poderes" e o "problema de fiscalização da agência por parte do público". A fonte disse ainda que o debate deve girar em torno de "segurança, criação, uso, proliferação e controle democrático de ciberarmas".
Os documentos divulgados pela plataforma foram criados entre 2013 e 2016. O Wikileaks descreveu a divulgação como o maior ato de "publicação de documentos confidenciais da agência [CIA]".
Segundo o jornal New York Times, um ex-agente da CIA disse que uma breve análise dos documentos sugere que eles são genuínos.
No passado, o Wikileaks foi acusado de divulgar documentos sem critérios, algo que colocou agentes e funcionários dos EUA em risco. Desta vez, o site afirma ter tomado medidas para ocultar os nomes de pessoas envolvidas com o programa da CIA.
O site também afirmou que não pretende divulgar o código de ciberarmas que podem ser usadas atualmente "até que exista um consenso sobre a natureza política e técnica do programa da CIA e de como essas armas devem ser analisadas, desmanteladas e publicadas".
TVs espiãs
Algumas das ferramentas descritas nos documentos têm como alvo produtos amplamente usados. Uma delas, chamada Weeping Angel (anjo chorão), penetra smart TVs da Samsung e transforma os equipamentos em dispositivos de escuta, mesmo quando elas estão desligadas.
Outros aparelhos e programas que podem ser alvos das ciberarmas da CIA incluem o iPhone da Apple, e os sistemas Android, da Google, e Windows, da Microsoft.
Um porta-voz da CIA disse ao Washington Post que a agência não ia comentar por enquanto sobre o vazamento.
Se os documentos forem confirmados como autênticos, o ato do Wikileaks deve representar mais um golpe para a inteligência americana, que ainda sofre os efeitos dos vazamentos promovidos pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden em 2013.
Recentemente, o Wikileaks se envolveu numa série de controvérsias durante a última eleição presidencial americana. O site publicou mensagens de membros do partido Democrata que acabaram prejudicando a campanha da candidata Hillary Clinton.
Membros de agências de inteligência dos EUA acusaram o site de servir como fachada de interesses do governo russo, que teria promovido a espionagem e usado o Wikileaks para interferir nas eleições. O fundador do site, o australiano Julian Assange, está asilado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres.
JPS/ots
Dez filmes de espionagem que se passam na Alemanha
De James Bond a Ethan Hunt, muitos agentes secretos já passaram pela Alemanha — mesmo que virtualmente. Berlim parece ser a cidade ideal para diretores como Spielberg e Hitchcock gravarem seus thrillers.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
"Ponte dos Espiões"
Muitas partes do novo filme de Steven Spielberg foram filmadas em Berlim e nos seus arredores. A produção reconta a primeira de uma série de trocas de espiões que aconteceram na Ponte Glienicke, conhecida como a "Ponte dos Espiões" — daí o título do filme. Spielberg não é o primeiro cineasta a retratar agentes secretos na Alemanha. Veja a seguir mais exemplos.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
"Cinco dedos"
O filme ("Five fingers", 1952) dirigido por Joseph L. Mankiewicz fala sobre um agente secreto famoso durante a Segunda Guerra Mundial e que trabalhou para os nazistas — amplamente conhecido por seu codinome, Cícero. Apesar de outros filmes de espionagem serem gravados em locações, este foi rodado, principalmente, em estúdio.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-Images
"Os espiões também amam"
Esse thriller da Alemanha Ocidental, originalmente intitulado "Spion für Deutschland" (1956), também retrata as ações de um agente secreto alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Estrelado por Martin Held e Nadja Tiller, ele foi filmado em Berlim e nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/dpa
"A guerra secreta"
Werner Klinger é um dos quatro cineastas que dirigiram esse antológico filme de espião ("The secret agents", 1965). O filme é composto por histórias dirigidas por um alemão, um francês, um italiano e um britânico. Filmado em Berlim, é estrelado por Henry Fonda e Robert Ryan.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"Cortina rasgada"
Alfred Hitchcock filmou esse thriller de espionagem ("Torn curtain", 1966) em estúdio. No entanto, algumas cenas foram feitas em Berlim. A equipe de filmagem gravou na capital alemã e enviou as imagens para Hollywood, assim Hitchcock poderia usar o material em seu filme. O elenco inclui atores alemães, além de estrelas americanas, como Julie Andrews e Paul Newman.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"007 contra Octopussy"
Uma grande parte do 13º filme ("Octopussy", 1983) do agente secreto mais popular da história do cinema, James Bond, foi gravada em Berlim. O agente 007, interpretado por Roger Moore, é visto no Checkpoint Charlie, em frente ao Muro e em uma cena de perseguição no antigo circuito de AVUS.
Foto: picture-alliance/dpa/ KPA
"O inocente"
Anthony Hopkins, Isabella Rossellini e Campbell Scott estrelam o filme ("The innocent", 1993). Ele é baseado na "Operação Ouro", que aconteceu durante a Guerra Fria quando agentes da CIA e do MI6 construíram um túnel sob o setor russo da capital alemã. A direção é de John Schlesinger.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"Missão Impossível 3"
Para o terceiro filme da série "Missão Impossível", o diretor J.J. Abrams e o ator Tom Cruise queriam gravar, inicialmente, no Reichstag (o prédio do Parlamento alemão). Mas o governo não permitiu que eles gravassem no edifício — um conselho decidiu que ele não deveria ser usado em filmes comerciais. A equipe teve que construir os sets de filmagem no Babelsberg Studio, nos arredores de Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa
"O segredo de Berlim"
O filme de Steven Soderbergh ("The good german", 2006) também demonstra como estúdios podem substituir locações reais. A história se passa na Berlim do pós-guerra, mas foi filmada em Los Angeles. No entanto, Soderbergh inseriu, na película em preto e branco, cenas de arquivo reais da então destruída cidade.
Foto: picture-alliance/dpa
"Jogo de espiões"
Este thriller de espionagem ("Spy game", 2001), estrelado por Robert Redford e Brad Pitt, também se passa em Berlim, mas não foi filmado na Alemanha. Locações em Budapeste foram usadas para reproduzir a capital alemã. Isso pode ser notado em algumas cenas, porque certo elementos da paisagem não existem de fato em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa
"O agente da U.N.C.L.E"
Misturando comédia, aventura e espionagem, o filme ("The man from U.N.C.L.E", 2015) dirigido por Guy Ritchie contém muitas cenas que se passam em Berlim na década de 1960. Henry Cavill interpreta um agente secreto americano competindo com um espião russo. O filme recria a atmosfera da Berlim dividida — ainda que tudo tenha sido feito por computador.
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