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Catástrofe

Ciclone atingiu 2,8 milhões de pessoas no sul da África

21 de março de 2019

Moçambique está em estado de emergência, com mais de 200 mortos e 15 mil pessoas aguardando resgate, segundo números do governo. ONU diz que 400 mil necessitam de ajuda alimentar urgente.

Muitas pessoas estão há dias em cima de telhados em áreas inundadas de MoçambiqueFoto: picture-alliance/dpa/INGC

A passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Malawi atingiu pelo menos 2,8 milhões de pessoas, de acordo com números divulgados nesta quinta-feira (21/03), em Genebra, pelo Programa Mundial Alimentar (PAM) das Nações Unidas.

Em Moçambique, país que declarou o estado de emergência pela primeira vez em mais 40 anos de independência, o PAM estima que pelo menos 400 mil pessoas necessitem de ajuda alimentar urgente nas áreas inundadas, junto às bacias dos rios Pungoe e Buzi, assim como na cidade da Beira, a mais afetada pela passagem do ciclone e que foi arrasada praticamente na sua totalidade.

Na região da Beira (centro de Moçambique), cerca de meio milhão de pessoas tiveram suas casas destruídas, e povoações inteiras foram engolidas pela subida das águas dos rios. O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilômetros por hora, atingiu a Beira na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

Pessoas que estavam isoladas são resgatadas na região da BeiraFoto: pictur- alliance/AP Photo/CARE/J. Estey

O número de mortos confirmados na sequência do ciclone no centro de Moçambique subiu para 217 nesta quinta-feira. O governo moçambicano afirmou que 15 mil pessoas ainda aguardavam resgate, e 3 mil foram resgatadas desde quarta-feira.

"A situação poderá deteriorar-se, e espera-se que o número de atingidos aumente, uma vez que as chuvas torrenciais continuarão até o dia de hoje [quinta]", sublinhou o porta-voz do PAM em Genebra, Herve Verhoosel.

Segundo o porta-voz do PAM em Genebra, muitos sobreviventes foram transportados para acampamentos na zona da Beira, mas cerca de 100 mil pessoas permanecem isoladas - muitas delas há vários dias em cima de telhados - em áreas da província de Manica.

O programa das Nações Unidas calcula que será necessário um investimento a curto prazo na ordem dos 42 milhões de dólares para fornecimento de ajuda humanitária aos países afetados, montante que Herve Verhoosel elevou para os 121,5 milhões de dólares para atender às necessidades durante os próximos seis meses.

O número de mortos pela passagem do ciclone Idai no Zimbábue subiu para 139, divulgou nesta quinta-feira o governo local, que ainda não conseguiu chegar a todas as regiões afetadas, onde pode haver mais vítimas.

AS/lusa/efe

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