Cidade bávara revoga cidadania honorária de Hitler
7 de abril de 2016
Tegernsee, no sul da Alemanha, decide anular o título concedido ao líder nazista, 71 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo o prefeito, objetivo é "recuperar o tempo perdido".
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A pequena Tegernsee, na Baviera, decidiu nesta semana, 71 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, revogar o título de cidadão honorário concedido ao líder nazista Adolf Hitler. A pitoresca cidade nos Alpes tomou a mesma atitude em relação a Paul von Hindenburg, o presidente alemão que nomeou Hilter como chanceler em 1933.
O prefeito da cidade; Johannes Hagn, afirmou ao jornal local que o objetivo seria "recuperar o tempo perdido". O Conselho Municipal de Tegernseer disse que, "após a guerra, a cidadania honorária dos envolvidos em crimes de guerra foi automaticamente revogada, com base numa decisão das forças estrangeiras que ocupavam a região. Hitler e Hindenburg não eram criminosos condenados, e, por isso, a decisão não se aplicava a eles".
Algumas cidades da Baviera afirmam que a cidadania honorária expira com a morte dos homenageados, e que, dessa forma, não seria necessário revogar a de Hitler. Em Berlim, porém, a mesma honraria foi concedida à filósofa marxista polonesa Rosa Luxemburgo após a sua morte.
Rir de Hitler é uma boa ideia?
03:50
"Nunca pensei que participaria de uma votação sobre Hitler", afirmou um membro do Conselho Municipal ao jornal Tegernseer Stimme, exaltando a importância simbólica do gesto numa época em que aumenta o populismo de direita no país. A revogação foi aprovada com unanimidade.
Tegernseer está longe de ser a única cidade a conceder a honraria a Hitler. Outras 4 mil municipalidades fizeram o mesmo durante o regime nazista.
RC/ots
"Minha Luta" pelo mundo
Manifesto de ódio de Adolf Hitler cairá em domínio público apenas em 2016. Apesar de banido na Alemanha há 70 anos, o livro pode ser encontrado em vários países.
Foto: Arben Muka
Com a assinatura de Hitler
Edições autografadas pelo ditador nazista costumavam ser oferecidas a executivos ou como presente de casamento. Para ter esses exemplares, colecionadores de todo o mundo desembolsam somas astronômicas.
Foto: picture-alliance/dpa
Edição árabe
Esta versão em árabe foi publicada em 1950. No verso do livro, há várias reproduções da suástica.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
'Mon Combat'
À esquerda, a edição francesa de 1939 contém a frase: "Todo francês precisa ler este livro." A recomendação – ou aviso – foi escrita pelo major francês Hubert Lyautey, ministro da Guerra durante a Primeira Guerra e mais tarde administrador colonial do país. Lyautey morreu bem antes de Hitler iniciar a Segunda Guerra. A imagem à direita mostra uma versão posterior do livro do ditador nazista.
Foto: picture alliance/Gusman/Leemage /Roby le 14 février 2005.
"Uma obra do mundo moderno"
Durante um longo período, Hitler tentou conquistar o Reino Unido – em vão, pois o espírito lutador dos britânicos não deixou isso acontecer. Mesmo odiando o ditador nazista, eles não tiveram problemas em publicar o livro após a guerra. Este anúncio trata a obra como uma das mais significativas do mundo moderno.
Foto: picture-alliance/dpa/photoshot
Com capa vermelha
Artigos de guerra são populares entre os colecionadores americanos. Em nenhum país do mundo, a demanda por "Minha Luta" é maior que nos Estados Unidos. Leilões para edições especiais costumam ter o preço inicial de 35 mil dólares.
Foto: F. J. Brown/AFP/Getty Images
No Afeganistão
Em Cabul, comerciantes de rua vendem "Minha Luta" – legalmente. Pôsteres de propaganda nazista também estão entre as mercadorias.
Foto: picture-alliance/dpa
Adolfa Hitlera em Sarajevo
"Minha Luta" foi exibido em uma feira de livros na capital da Bósnia em 2013. Porém, em edição comentada.
Foto: DW/N. Velickovic
Hitler na vitrine
Pelas ruas de Tirana, capital da Albânia, é possível se deparar com a foto do ditador nazista. Na cidade, é bastante comum que o livro seja exibido em vitrines de livrarias.