Cientistas alemães detectam a primeira molécula do universo
18 de abril de 2019
Equipe do Instituto Max Planck de Radioastronomia afirma ter detectado a primeira molécula formada após o Big Bang. Existência do composto fora demonstrada em laboratório, mas ciência não conseguira rastreá-lo no espaço.
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Pesquisadores alemães afirmam ter detectado a primeira molécula formada após o Big Bang, de acordo com um artigo publicado nesta quarta-feira (17/04) na revista Nature. A descoberta pode ajudar a entender melhor a evolução inicial do universo.
Uma equipe liderada por Rolf Güsten, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, em Bonn, vinha procurando há décadas por íons hidro-hélio (HeH+), as primeiras moléculas a se formarem no universo após o Big Bang, cerca de 13,8 bilhões de anos atrás.
Embora a existência do íon, um composto de hidrogênio ionizado e hélio, tenha sido demonstrada em laboratório já em 1925, os cientistas ainda não tinham conseguido rastreá-lo no espaço.
Modelos teóricos convenceram astrofísicos desde então que o íon hidro-hélio surgiu primeiro no universo, seguido de uma série de outras moléculas cada vez mais complexas e pesadas.
Já nos anos 1970, pesquisas sugeriam que o íon hidro-hélio deveria existir em quantidades significativas nos gases incandescentes ejetados pela morte de estrelas semelhantes ao Sol, que criam condições similares às do universo primitivo.
"Simplesmente não havia detectores até agora", diz o astrofísico Güsten. Por mais de dez anos, a equipe trabalhou no desenvolvimento de um espectrômetro de alta resolução capaz de detectar a radiação infravermelha individual de uma molécula no espaço.
As medições cruciais foram finalmente feitas a partir de um Boeing 747 convertido em observatório voador. A molécula foi encontrada numa nebulosa planetária, a cerca de 3 mil anos-luz da Terra. Pesquisadores da Universidade de Colônia também estiveram envolvidos no projeto.
"Tivemos por um longo tempo em nossa agenda a busca de íons de hidreto de hélio. Claro, algo tão significativo quanto a primeira molécula do universo desperta a ambição científica", frisa Güsten. "A falta de uma prova definitiva de sua existência no espaço interestelar vinha sendo um dilema para a astronomia há muito tempo", destaca o pesquisador.
Os cientistas esperam no futuro ser capazes de reproduzir melhor as reações químicas da fase inicial do universo, logo após o Big Bang. "A formação do HeH+ foi o primeiro passo numa rota de crescente complexidade no universo ", comenta David Neufeld, professor na Universidade John Hopkins e coautor do estudo. "Foi o começo da química."
MD/afp/dpa
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Em 20 novembro de 1998 foi enviado ao espaço primeiro módulo para a construção da ISS, e três anos mais tarde a primeira tripulação a ocupava. Uma história de sucesso na cooperação e pesquisa internacionais.
Foto: NASA
"Pedra fundamental" de 19 toneladas
A primeira seção da Estação Espacial Internacional (ISS) a ganhar o espaço sideral, em 20 de novembro de 1998, foi o módulo russo de carga e controle Zarya. Ele pesava mais de 19 mil quilos e media 12 metros. Num exemplo precoce de cooperação internacional, foi encomendado e pago pelos Estados Unidos, mas desenvolvido e construído por uma companhia espacial russa.
Foto: NASA
República para seis
Seis astronautas vivem e trabalham simultaneamente na ISS, enquanto ela atravessa o cosmo a mais de 27 mil quilômetros por hora, completando uma órbita terrestre a cada 90 minutos. Depois da Lua, é o objeto mais luminoso no céu noturno, podendo ser vista a olho nu.
Foto: Reuters/NASA
Expedição número um
Esta foi a primeira tripulação da ISS: o astronauta americano William Shepherd (c) e os russos Yuri Gidzenko (e) e Serguei Krikalev chegaram à estação espacial em 2 de novembro de 2000, permanecendo nela por 136 dias.
Foto: NASA
Um longo ano
Em média, as tripulações permanecem cinco meses e meio na ISS. Dois que aguentaram bem mais tempo foram o astronauta Scott Kelly (foto), da Nasa, e o cosmonauta da Roscosmos Mikhail Kornienko, totalizando um ano inteiro na estação.
Foto: picture-alliance/dpa/NASA
Tripulação multinacional
O astronauta canadense Chris Hadfield na ISS, no Natal de 2012. Nos últimos anos, cidadãos de 18 países estiveram a bordo da estação internacional. A maioria veio dos Estados Unidos, seguidos pelos da Rússia. Outros países de origem são Japão, Canadá, Itália, França, Alemanha, Brasil e Reino Unido.
Foto: Reuters/NASA
O único brasileiro
O primeiro – e único – astronauta brasileiro na ISS é Marcos Pontes, que partiu para a estação em 30 de março de 2006 numa nave russa Soyuz e retornou em 8 de abril, numa missão de dez dias no total, sendo oito na ISS. Em 2018, Pontes aceitou convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para ser ministro da Ciência e Tecnologia.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/Y. Kochetkov
Ônibus na porta de casa
Tripulantes e suprimentos chegam em ônibus espaciais ou naves de carga. Na foto, acopla-se na ISS o Space Shuttle Atlantis, que esteve operante até 2011. Atualmente todos os astronautas chegam em cápsulas Soyuz, de fabricação russa.
Foto: Getty Images/NASA
Um pouco de ar fresco
Até 2018 realizaram-se 210 excursões ao espaço a partir da ISS. No jargão dos astronautas, esses passeios são chamados EVA, ou "extra-vehicular activity". Em 24 de dezembro de 2013 foi a vez de Mike Hopkins ver a ISS pelo lado de fora.
Foto: Reuters/NASA
Equipamento fora do comum
Diversos braços de robô adornam a ISS. O Canadarm2 mede quase 20 metros e ostenta sete articulações motorizadas. Ele é capaz de levantar até 100 toneladas – ou apenas um astronauta, como, na foto, Stephen Robinson.
Foto: Reuters/NASA
Comunidade de pesquisadores
Os membros da tripulação dedicam cerca de 35 horas por semana a suas pesquisas. O astronauta alemão Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia (ESA), esteve na ISS pela primeira vez em 2014, observando e analisando as alterações sofridas pelo corpo humano em gravidade zero. Sua segunda missão começou em junho de 2018, e desde outubro ele é o primeiro comandante alemão da estação.
Foto: Getty Images/ESA/A. Gerst
Retorno estressante
Quando sua temporada na Estação Espacial Internacional se esgota, os astronautas retornam à Terra em cápsulas Soyuz. O último, emocionante trecho é vencido de paraquedas. Bem-vindos à casa!