Cientistas anunciam clonagem bem-sucedida de macacos
24 de janeiro de 2018
Pesquisadores chineses quebraram barreira técnica ao usarem método que gerou ovelha Dolly para clonar primatas. Zhong Zhong e Hua Hua nasceram há oito e seis semanas e estão crescendo normalmente.
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Cientistas chineses clonaram pela primeira vez com sucesso macacos usando o mesmo método que gerou a ovelha Dolly. O nascimento dos animais foi anunciado nesta quarta-feira (24/01) pela revista especializada Cell. Com o experimento, os pesquisadores quebraram uma barreira técnica que pode abrir o caminho para a clonagem de humanos.
Os macacos, chamados Zhong Zhong e Hua Hua, que nasceram há oito e seis semanas, respetivamente, são os primeiros primatas que foram clonados a partir de uma célula não embrionária. Eles estão sendo alimentados com mamadeiras e crescendo normalmente.
Os primatas foram clonados por meio da transferência nuclear de células somáticas, o método utilizado com a ovelha Dolly, que, em 1996, se tornou o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir do DNA de uma ovelha adulta.
A transferência nuclear de células somáticas é uma técnica que permite criar um organismo geneticamente idêntico ao clonado. O núcleo da célula do doador é implantado num óvulo cujo núcleo foi previamente removido. O óvulo com novo material genético é fertilizado e reimplantado no útero do animal que irá gerar o embrião.
A experiência com os macacos foi feita no Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências, em Xangai, que espera anunciar em breve o nascimento de outros primatas clonados.
Ao justificar os benefícios da clonagem, os pesquisadores sustentam que a criação de cópias genéticas idênticas de macacos poderá servir para o estudo de doenças genéticas ou imunitárias, câncer e distúrbios metabólicos, assim como para testes da eficácia de medicamentos para essas patologias.
"Humanos são primatas. Assim, para a clonagem de espécies primatas, incluindo humanos, a barreira técnica foi quebrada”, afirmou o pesquisador Muming Poo, que participou do estudo. "Quebramos essa barreira, pois essa produção de animais é útil para a medicina e para a saúde humana. Não há a intenção de aplicarmos esse método em humanos”, acrescentou.
Desde o nascimento de Dolly, na Escócia em 1996, os cientistas usam a técnica da transferência nuclear de células somáticas e conseguiram clonar mais de 20 espécies, entre elas, vacas, porcos, cachorros, coelhos e ratos. Experimentos similares com primatas sempre falharam, pois os macacos clonados só sobreviveram algumas horas após o nascimento.
Depois de muitos experimentos, os pesquisadores chineses, usando moduladores, conseguiram desativar e ativar genes que estavam inibindo o desenvolvimento embrionário. Mas ao contrário da ovelha Dolly, que foi clonada a partir do DNA de células diferenciadoras de uma ovelha adulta, Zhong Zhong e Hua Hua foram clonados a partir de uma célula em estado embrionário, o fibroblasto, presente no tecido conjuntivo. A pesquisa ressalta o papel crescente da China na vanguarda da pesquisa em biociência.
CN/rtr/afp/lusa
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História ilustrada dos zoológicos alemães
Todos os anos, mais de 70 milhões de pessoas vão aos zoológicos da Alemanha para ver tigres, antas, tucanos e outros animais. Ao longo do tempo, locais mudaram para melhor.
Foto: picture alliance/dpa/arkivi
Os pandas estão chegando!
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Foto: picture-alliance/dpa
Primeiro zoológico na Alemanha
O Jardim Zoológico de Londres inspirou Martin Hinrich Lichtenstein de tal forma que o professor de zoologia quis construir algo semelhante na Alemanha. Em 1841, ele conseguiu convencer o rei prussiano. O monarca disponibilizou 22 hectares do parque berlinense Tiergarten – literalmente "jardim dos animais" – para neles criar o primeiro zoo do país.
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A chegada dos primeiros animais
Os "reservatórios abertos de animais" passaram a abrigar a partir de 1845, entre outros, dois quatis, três raposas polares, um chacal, dois texugos, 24 macacos e o presente de um príncipe: três ursos siberianos. Em 1846 vieram leões e tigres; em 1857, os primeiros elefantes; em 1861, a primeira zebra. O lado triste da história: muitos dos animais morreram em sua nova casa.
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Animais exóticos em Viena
O Jardim Zoológico de Viena, o Tiergarten Schönbrunn, registrou em 1906 o nascimento do primeiro elefante em cativeiro. Em 1914, com quase 3,5 mil animais de 717 espécies, o Tiergarten era um dos maiores zoológicos do mundo e, assim, um exemplo para os berlinenses. Schönbrunn é hoje o zoo mais antigo do planeta e o mais visitado da Europa.
Na segunda metade do século 19, muitos zoológicos foram abertos em curto espaço de tempo em regiões de língua alemã. Depois de Berlim, vieram, entre outros: Frankfurt, Colônia, Hamburgo, Basileia, Leipzig e Szczecin. Em 1571, o rei prussiano Guilherme 4° já possuía um parque selvagem que usava somente para caça e no qual mantinha espécies "estrangeiras" para pesquisa dos naturalistas em sua corte.
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Patrimônio histórico versus bem-estar animal
Muitas áreas cercadas, como esta casa de antílopes (foto), foram construídas no século 19 no zoológico berlinense, tentando refletir a origem exótica desses animais. Apesar do requinte estético, tais espaços não correspondem ao bem-estar animal. E uma reforma não é possível porque o serviço de patrimônio histórico rejeita qualquer mudança na construção.
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Educação e recreação
No século 20 também foram abertos muitos aquários na Alemanha. Além disso foram instalados também parques transitáveis de macacos, parques marítimos e de aves, ou até mesmos parques de safári onde se pode interagir com os animais a partir do próprio carro. Na esteira do milagre econômico dos anos 1950 e 1960, cidades menores também ergueram seus próprios zoos e parques de animais.
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Zoo como jaula
O pós-Guerra presenciou um boom dos zoos. O zoológico se tornou um lugar de observação ao vivo. Nesse contexto, o real bem-estar dos animais assumiu um aspecto secundário. Grades e fossos separavam leões, tigres e elefantes dos visitantes. Somente nos anos 1970 a pesquisa passou a se dedicar à psicologia animal e a tentar mudar o conceito das antigas jaulas dos bichos.
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De volta à natureza
Marcos dessa nova compreensão foram os espaços sem grades, construídos pelo naturalista Carl Hagenbeck (1844-1913) em Hamburgo. No "geozoo" de Munique, os animais são mantidos não de acordo com critérios sistemáticos, mas segundo continentes: leões ao lado de zebras, girafas ao lado de elefantes. Em Colônia, zonas verdes fazem recintos confinados se parecer com o habitat natural dos animais.
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Futuro dos zoológicos
Jaulas estreitas e caixas de concreto estão em declínio. O futuro também depende da administração correta. Por esse motivo, algumas instituições zoológicas decidiram desistir de seus recintos de elefantes, como foi o caso do Jardim Zoológico de Frankfurt. Com uma área total de 11 hectares no centro da metrópole financeira, ele não podia proporcionar espaço suficiente para os animais.
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Pesquisa no zoológico
Os zoológicos cultivam espécies para reintroduzi-las na natureza selvagem. Eles também esclarecem os visitantes sobre os habitats dos animais e lutam pela preservação ambiental. Críticos reclamam, no entanto, que não se pode justificar eticamente que animais sejam mantidos em zoos. Em vez de aprisioná-los, dizem os opositores, deveria ser feito mais por seus habitats naturais.
Todos os anos, mais de 70 milhões de pessoas visitam zoológicos na Alemanha. Muitos deles dispõem, atualmente, de uma ampla oferta de lazer, incluindo parques de aventura, restaurantes temáticos e carrosséis. Recentemente, o zoológico de Colônia inaugurou uma fazenda em que o visitante pode observar mais de perto vacas e cabras, ampliando assim a riqueza de experiências dos moradores da cidade.