Por enquanto, somente a vacina é capaz de proteger contra o vírus influenza. Se for tarde demais, descanso e chá também ajudam. Mas agora pesquisadores dizem ter desenvolvido molécula altamente eficiente contra a doença.
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Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados todos os anos 1 bilhão de casos de influenza, a famosa gripe. Desses casos, de três milhões a cinco milhões são graves. Entre 290 mil e 650 mil pessoas morrem anualmente por doenças respiratórias relacionadas ao vírus.
Uma equipe de pesquisadores liderada pelo biomédico Richard Plemper, de Atlanta, nos Estados Unidos, testou com sucesso um medicamento antiviral contra a gripe. Por enquanto foram realizados estudos apenas com furões ou com tecidos da mucosa respiratória humana em laboratório.
A substância ativa denominada EIDD-2801 bloqueia uma enzima chamada ARN-polimerase, que desempenha um papel importante na multiplicação do genoma do vírus. Como resultado, o medicamento desencadeia mutações na carga genética viral.
Se ocorrerem mutações suficientes, os genes se tornarão ineficazes, e o vírus não poderá mais se multiplicar. Os médicos publicaram sua pesquisa nesta quarta-feira (23/10) na revista Science Translational Medicine.
"A molécula é altamente eficiente contra a gripe", afirma Plemper, que ensina biomedicina na Universidade da Geórgia e desenvolveu a EIDD-2801 em colaboração com colegas da Universidade Emory. "Ela foi testada num amplo espectro de todas as cepas de influenza e, mais importante, representa uma barreira alta que o vírus dificilmente conseguirá superar."
O medicamento também foi testado contra o vírus da gripe suína que eclodiu em 2009 em todo o mundo. Os furões são muito semelhantes aos humanos em sua resposta aos vírus influenza. Após o tratamento com a droga, eles mostraram estágios febris significativamente mais curtos do que cobaias no grupo de comparação.
Agentes antivirais anteriores enfrentaram o problema de os vírus serem capazes de desenvolver resistência aos medicamentos por meio de mutações. O cientista Mart Toots, um dos coautores do estudo, aponta que agora será muito difícil para o vírus escapar da nova molécula.
"Não identificamos mutações específicas de resistência até o momento", diz Toots. Ele afirma estar confiante de que "a barreira genética à resistência viral é alta" e que a nova droga tem um "alto potencial clínico como medicamento contra a gripe da próxima geração".
Em 2020, os médicos pretendem testar o medicamento pela primeira vez em seres humanos.
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.