1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
CiênciaAustrália

Cientistas associam enzima ao risco de morte súbita de bebês

14 de maio de 2022

Pesquisadores descobriram um marcador bioquímico no sangue que pode ajudar a identificar bebês pré-dispostos a sofrer de Síndrome da Morte Súbita Infantil, quando a criança aparentemente saudável morre durante o sono.

Foto de bebê dormindo
Cientistas destacaram que mais pesquisas "precisam ser realizadas com urgência" Foto: Gabees/Fotolia

Uma equipe de pesquisadores australianos identificou um marcador bioquímico no sangue que pode ajudar a identificar bebês recém-nascidos com risco de Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), em um avanço que pode abrir caminho para intervenções futuras para evitar tragédias. A Sydney Children's Hospital Network, da Austrália, chamou a descoberta de "um avanço mundial".

No estudo, bebês que morreram de SMSI tinham níveis menores de uma enzima chamada Butirilcolinesterase (BChE) pouco depois do nascimento, disseram os pesquisadores. A BChE atua na via de estímulo ao cérebro, e baixos níveis reduziriam a capacidade de um bebê adormecido acordar ou responder ao ambiente.

As descobertas mudam o panorama e não oferecem apenas esperanças para o futuro, mas também respostas para o passado, afirmou a líder do estudo, Carmel Harrington, do Hospital Infantil de Westmead, na Austrália, em um comunicado.

"Um bebê aparentemente saudável dormindo e não acordando é o pesadelo de qualquer pai, e até agora não havia absolutamente nenhuma maneira de saber qual bebê passaria por isso", disse Harrington. "Mas esse não é mais o caso. Descobrimos o primeiro marcador que indica vulnerabilidade antes da morte", destacou.

A SMSI é a morte sem explicação de um bebê aparentemente saudável durante o sono. Há 29 anos, Harrington perdeu o seu próprio filho em decorrência da SMSI e dedicou sua carreira a pesquisar a condição.

Necessidade de mais pesquisas

Usando manchas de sangue seco coletadas no nascimento, dentro de um programa de triagem neonatal, a equipe de Harrington comparou níveis de BChE em 26 bebês que posteriormente morreram de SMSI, 41 que morreram de outras causas e 655 que sobreviveram.

O fato de que os níveis da enzima foram significativamente mais baixos nos bebês que posteriormente morreram de SMSI sugere que eles eram vulneráveis ​​à disfunção do sistema nervoso autônomo, que controla as funções inconscientes e involuntárias do corpo, disseram os pesquisadores.

A falha em acordar quando apropriado "tem sido considerada um componente-chave da vulnerabilidade de uma criança" à SMSI, disse a equipe de pesquisa em um artigo no site da revista científica The Lancet.

Os cientistas, porém, destacaram que mais pesquisas "precisam ser realizadas com urgência" para determinar se a medição de rotina de BChE pode ajudar a prevenir futuras mortes por SMSI.

le (Reuters, ots)

Pular a seção Mais sobre este assunto